Last Dance no Fortnite revive comunidade carente de ídolos

Depois de quase três anos separados, Blackoutz, DrakoNz, Nicks e Master formaram “a última dança” e voltaram a disputar uma competição no cenário brasileiro de Fortnite ao longo desta semana. O histórico quarteto do battle royale da Epic Games disputou a Copa Blackoutz no modo Construção Zero e, apesar de não conseguir avançar às finais, escancarou uma comunidade necessitada de grandes personagens. Os quatro conversaram com exclusividade com o The Enemy.

Em dois dias de transmissões ao vivo simultâneas do torneio, os quatro jogadores chegaram a atingir um pico de 30 mil espectadores simultâneos - algo impensável para o atual momento do jogo em condições normais. Mas além dos números na Twitch, as redes sociais do público de Fortnite só falavam do “Last Dance”, que teve bastidores movimentados para deixar as vaidades de lado e realmente sair do papel.

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“Ninguém viveu o que a gente viveu dentro do jogo. Foi um marco muito grande pra todos nós”. Assim Blackoutz definiu a história do quarteto. Ele foi o grande mentor por trás da ideia e usou o próprio campeonato no jogo para esquecer os problemas pessoais do passado e proporcionar uma experiência marcante para uma geração fiel aos ídolos digitais.

O mesmo pensa DrankoNz que, ao lado de Blackoutz, formaram a dupla mais icônica do cenário brasileiro do game. Embora os dois criadores de conteúdo da Cloud9 tenham ficado afastados por muito tempo por efeito de uma série de contratempos que não vêm ao caso, é inegável o fato de que são muito maiores juntos do que separados.

Temos muita história juntos, né?!

E quando falamos de história, não dá para deixar Nicks e Master de fora. Ainda que tenham menos hype do que Blackoutz e DrakoNz, ambos podem ser considerados coadjuvantes de luxo do quarteto. Tanto é que, sabendo ou não disso, os dois membros da Hero Base demonstram estar unidos até hoje. “Topei jogar por causa do Nicks. Eu precisava estar aqui para a despedida”, contou Master.

Nicks uniu o útil ao agradável para colocar um ponto final na bela trajetória que teve como pro player de Fortnite. O retorno do quarteto fez com que ele antecipasse a decisão e disputasse o último campeonato da carreira no jogo ao lado de companheiros com quem julga ser grandes amigos. 

“Acho que não teria como encerrar de forma perfeita se não fosse com essa galera”, disse o provável futuro jogador profissional de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO).

Alto número de espectadores, repercussão favorável e bons resultados quantitativos nas redes sociais: nada disso foi levado em consideração na hora de consolidar a realização do projeto. Na verdade, o fator decisivo para o retorno do quarteto foram os fãs que, em suma maioria, aguardavam por este momento há muito tempo. “O grande motivo foi dar um presente pros fãs e para quem acompanha a gente”, afirmou Blackoutz.

“Queria muito presentear a comunidade, os fãs sempre pediram e essa é a oportunidade de curtir nossos últimos momentos. A intenção era trazer um pouco de felicidade para a comunidade que nos moldou e que deu tanto para gente”, justificou DrakoNz.

Como não poderia ser diferente em relação à referência do documentário “The Last Dance”, da Netflix, quando Michael Jordan faz sua última temporada pelo Chicago Bulls, o “Last Dance” formado por Blackoutz, DrakoNz, Nicks e Master também terminou.

Essa é mesmo a nossa última dança.

Toda boa história tem início, meio e fim. Mas é verdade que a verdadeira boa história também proporciona marcas, sejam elas positivas ou negativas. Juntos, o quarteto deixou o cenário brasileiro de Fortnite refém de uma trajetória que dificilmente será repetida.

Isso tem influência no comportamento de pro players que estão em evidência na comunidade e ainda assim tampouco se importam em se tornar personagens. Personagens esses que não superariam Blackoutz, DrakoNz, Nicks e Master, mas certamente preencheria uma ferida aberta em uma comunidade carente de ídolos.