Durante o evento de aniversário de dez anos do League of Legends, o The Enemy teve a oportunidade de testar dois dos lançamentos anunciados pela Riot GamesLeague of Legends: Wild Rift, a versão mobile do clássico MOBA; e Legends of Runeterra, card game inspirado no universo do LoL.

Legends of Runeterra se apresenta com um tabuleiro bem simples: diferente do Hearthstone, não há um Herói com poderes específicos. A jogabilidade é inteiramente focada nas cartas que estão em sua mão.

Há cards correspondentes a Aliados - criaturas que são invocadas para o campo de batalha - e também os feitiços, que possuem a mais variada gama de efeitos.

Há ainda um terceiro tipo de cartas: as de Campeão. Equivalentes a personagens jogáveis de League of Legends, elas são os grandes trunfos do seu deck. Diferente dos outros cards, os Campeões podem subir de nível, em certa alusão ao MOBA original. Jinx, por exemplo, sobe de nível quando sua mão fica vazia.

Esse é o momento de maior pirotecnia visual no card game: uma animação exclusiva para aquele campeão surge na tela, denotando o altíssimo poder que ele passará a ter e também entretendo os jogadores com um recurso além do próprio gameplay.

Um jogo de ação e reação

Como é de se esperar em um game de cartas inspirado em LoL, Legends of Runeterra tem como principal objetivo destruir o Nexus do adversário. Ambos possuem 20 pontos de vida, e podem sofrer dano direto ou serem protegidos por tropas colocadas no tabuleiro.

Os turnos de LoR não são tão intuitivos à primeira vista: os jogadores se revezam entre as posições de ataque e defesa a cada rodada. Ou seja, a ideia não é infringir dano em todos os turnos, e sim construir a mesa de tal jeito que seus Aliados consigam atacar ou se defender dependendo da situação.

Isso se mistura com uma mecânica que decidi nomear de “semi-turnos”, que estão contidos dentro de cada rodada. Na ofensiva, por exemplo, você não desce todas as suas cartas de uma vez e emenda um poderoso ataque. O adversário possui uma espécie de direito de resposta aos seus movimentos, e acontecem alguns desses semi-turnos antes do ataque propriamente dito.

No geral, a experiência foi um pouco mais difícil de se entender do que a de Hearthstone. O game da Blizzard possui mecânicas mais simples, com cartas muito bem explicadas. LoR é um pouco mais complexo à primeira vista, mas não demoram muitas partidas até entender totalmente o que é necessário fazer para ganhar.

Um detalhe pequeno, porém digno de destaque, está em um olho brilhante que fica no canto do tabuleiro. Quando é sua vez de agir, é possível passar o mouse por cima do elemento para visualizar com antecedência o que vai acontecer na mesa. Basicamente, não é preciso fazer contas para saber se seu Nexus vai sobreviver à próxima investida - o game te fornece esse dado automaticamente.

Uma obtenção justa de cartas

A apresentação da Riot Games já demonstrava que LoR queria fugir das mecânicas abusivas e caça-níqueis que existem em jogos de carta (alô, Artifact). Os jogadores jamais pagarão por um item sem saber exatamente o que estão comprando, e o grind para obter itens de alto nível também não parece nada absurdo.

Durante as poucas partidas que tive a oportunidade de testar no evento, essa premissa se cumpriu: uma espécie de Passe de Batalha vai desbloqueando com certa frequência novos itens como cartas e até mesmo moedas in-game.

Outro ponto que não consegui testar, mas pareceu muito promissor, foi a existência das Wildcards. O conceito é muito simples, você paga por uma carta “em branco”, que pode se tornar qualquer carta que você desejar. Um detalhe interessante é que a compra pode ser efetuada tanto com dinheiro da vida real quanto com moedas obtidas dentro do jogo.

No geral, Legends of Runeterra transmite a experiência que se espera de um card game. Animações muito bem feitas podem surgir durante o gameplay para tornar a jogatina menos monótona, e os fãs de LoL certamente vão se divertir usando seu Campeão preferido de uma maneira diferente.

A monetização, que não parece tão predatória até esse momento, é outro ponto a ser exaltado. Não seria nenhuma novidade que o game tivesse uma premissa de pay to win, mas, aparentemente, esse não é o caso.

O game já está aberto para pré-registros e distribuirá para alguns jogadores a oportunidade de testar seu beta fechado. Legends of Runeterra chega tanto para PC quanto Android e iOS.