"Quase" é a palavra perfeita para resumir a campanha da Team One na ESL Pro League Season 14 de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO). Porém, após acompanhar os jogos, digo que esta não é a única. Com licença para adicionar mais uma, eu colocaria: "evolução".

Hoje é sexta-feira (3) e a Team One já disputou três séries melhor de três (MD3) na Pro League. Em nenhuma delas os Golden Boys foram capazes de buscar a vitória e, com isso, a classificação já é improvável. Com certeza o resultado não é para ficar satisfeito, mas a postura do time dentro de jogo diante de alguns dos maiores do mundo, é.

A estreia da equipe foi contra ninguém menos que a top 2 mundial, Gambit. Tratando-se de torneios online, costuma-se dizer que é a top 1. Já no mapa de estreia contra os russos, o primeiro "quase" veio no 16 a 14, na Mirage. Por lá os brasileiros chegaram a ficar atrás no placar, jogaram muito bem para buscar a virada de 14 a 12, mas não conseguiram fechar o mapa.

O segundo e terceiro "quases" vieram um atrás do outro, contra a FURIA. Mais um 16 a 14 no primeiro mapa - outra Mirage - e prorrogação na Inferno. Mais uma vez o time mostrou um jogo muito sólido, mas quando chegam perto do 16 ou então em uma prorrogação, um provável nervosismo assola a equipe. O mesmo aconteceu hoje, diante da NiP, na Overpass.

Como disse anteriormente, não são resultados para comemorar. Mas quem assistiu as partidas, viu a Team One dar trabalho para Gambit, NiP e FURIA. A mesma Team One desacreditada e esquecida entre outras brasileiras mais badaladas como a própria FURIA, O Plano, GODSENT e paiN Gaming.

Como bem lembrou Gaules durante a transmissão, quem vive uma situação semelhante de não conseguir fechar mapas é a MIBR. Porém, discordo dele quanto ao motivo. O caso da MIBR é mais profundo e tem a ver com o clima da equipe e da organização com o cenário. É pura pressão. Resolver isso é provavelmente mais complicado.

Quando olho para Team One, o que vejo na verdade são jogadores novos e com pouca experiência Tier 1 de verdade. A maior estrela é Malbs, que tem apenas 18 anos de idade. Para resolver isso não é preciso nada mais do que tempo e vivência. Se a equipe continuar nesta mesma pegada e adquirir bagagem, o futuro é promissor.

É até estranho dizer tudo isso. A line-up da Team One se formou de um jeito estranho, com saídas importantes - como a de trk - e chegadas improváveis como a do próprio Malbs - que nem português falava - e jogadores que tinham sido kickados de time no Brasil. Mas acho que esta é a essência da organização, crescer do improvável. Por exemplo, de onde saiu trk?! As decisões de Kakavel mostram que ele é o lunático mais sensato do mundo. Ou talvez lunáticos sejamos nós que não conseguimos enxergar o que ele enxerga e faz dar certo.

Mesmo com a situação complicada na Pro League, a Team One ainda tem pela frente confrontos contra Team Liquid e Entropiq. Se deixar abater a esta altura é a pior coisa que eles podem fazer. Lembram quando disse que é preciso mais experiência? Estão aí mais dois jogos de experiência, com baixa cobrança de vitória e que eles podem se beneficiar no futuro. Veremos daqui pra frente do que o time é capaz e se esta Pro League foi um mero lampejo ou a continuidade de um trabalho em verdadeira evolução.