Depois de chegar ao topo do Counter-Strike: Global Offensive, o que vem em seguida? Tendo se mostrado como um dos melhores times da história em 2018, a Astralis pretende continuar o caminho vitorioso neste ano, mas sabe que todos os jogadores do cenário mundial estão em uma missão para derrubá-los.

Durante o Media Day da BLAST Pro Series São Paulo, o The Enemy conversou com Andreas "Xyp9x" Højsleth e Emil "Magisk" Reif sobre o grande sucesso de sua equipe, além das motivações para conseguir se manter no topo.

Xyp9x (pronuncia-se "zipex", caso você esteja imaginando) coloca o coletivo entre as maiores razões para continuar se doando ao CS:GO. "Nós temos um psicólogo, nós temos um time por trás de nós e nós sempre batalhamos pelo sucesso. Nós sempre temos conversas realmente boas, e antes dos torneios nós sempre lidamos com uma partida de cada vez"

Ainda assim, ele reconhece que grandes times podem chegar em uma zona de conforto. Curiosamente, TACO e fer fizeram afirmações parecidas - clique aqui para conferir. Xyp9x pensa que, eventualmente, podem faltar desafios à poderosa Astralis, mas acredita que seu time já está além desse obstáculo: "Se nós fôssemos um time descuidado, eu sinto que nós estaríamos acomodados há muito tempo".

Magisk, por outro lado, demonstra um pouco mais de sua paixão pelo jogo, quando fala sobre o que o mantém motivado: "Vencer é, definitivamente, a melhor sensação que você pode ter. Levantar o troféu é a razão pela qual todos jogam; poder jogar em grandes arenas, erguer a taça na frente de mais de 10 mil pessoas é incível. Eu acredito que é daí que a motivação vem".

Uma das grandes qualidades da Astralis, de fato, está no coletivo poderoso. Entretanto, todos os cinco jogadores possuem a capacidade de decidir um round ou até mesmo um mapa. Segundo Magisk, esse equilíbrio vem justamente da vontade que cada um tem de se doar pela equipe.

"Conseguir se sacrificar pelo time é realmente importante, assim, todos podem se sentir confiantes em seu próprio jogo. É realmente importante ter confiança no seu estilo para conseguir uma boa performance".

Ele dá como exemplo o capitão Lukas "gla1ve" Rossander. Por ser o líder da equipe, a tendência é de que gla1ve fique um pouco mais "escondido", e não tenha a oportunidade de brilhar tanto quanto o astro Nikolai "device" Reedtz. O que acontece é exatamente, o contrário, com a equipe se esforçando para que o capitão consiga seu próprio espaço.

Xyp9x dá coro ao seu companheiro: "Nós somos um time e uma família, e isso é a parte mais forte do nosso sucesso".

O Ministro dos Clutches

Reprodução/BLAST

Apesar de ser um excelente jogador em situações comuns, o brilho de Xyp9x é maior nos famosos clutches: quando apenas um jogador está vivo e precisa derrotar um ou mais adversários para sair vencedor. Em 2018, o dinamarquês venceu em 77 situações como essa, liderando o mundo inteiro nesse quesito segundo o HLTV.org.

"Se você já viu alguém escalando uma pedra muito grande sem usar uma corda de segurança, é realmente fascinante assistí-los. Eles não caem, porque sabem que sua vida está em risco. Quando eu estou em um clutch, a sensação é de que eu não posso perder isso, é impossível para mim perder", ele explica.

Curiosamente, o Brasil já teve seu próprio Rei dos Clutches em Lincoln "fnx" Lau, recentemente anunciado como embaixador da MIBR. Xyp9x conhece o rival brasileiro, reconhece seu talento e ainda brinca, dizendo que os fãs brasileiros sempre falam que "O fnx vai te pegar".

A atmosfera brasileira

Os dinamarqueses sabem que a torcida não estará do lado deles, mas eles já estão tão acostumados a essa situação, que podem até se favorecer, conta Magisk: "Só vai me motivar ainda mais para vencer jogos contra eles em sua terra natal. É sempre divertido destruir sonhos, e garantir que eles não consigam vencer em seu território"

"Os fãs aqui do Brasil são realmente incríveis e você definitivamente consegue sentir que eles se importam com a vitória, eles verdadeiramente querem que a MIBR tenha sucesso. Isso é incrível, eles tem uma paixão pelo jogo. É incrível ver e sentir a atmosfera de lá, mas isso sempre vai me motivar ainda mais", completa.

Seu companheiro não se importa mais em estar no lado errado da torcida: "Nós estivemos nessa posição por tantas vezes em países diferentes, e isso não chega a realmente nos afetar muito. Mas, talvez, a torcida brasileira seja alta até demais, nós veremos na arena".

A BLAST Pro Series começa ainda hoje, dia 22 de março, e a Astralis estreia contra a fortíssima Team Liquid às 19h do horário de Brasília. O tão esperado jogo contra a MIBR acontece apenas no sábado, às 13h.