A comunidade brasileira de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) reascendeu um debate interno sobre como lidar com a "gritaria da LAN". É algo positivo ou negativo? Entre os fãs as opiniões podem se dividir em certos casos, mas entre os jogadores nem tanto... Chelo, do MIBR e Drop, da FURIA, foram dois jogadores que defenderam a prática durante o American Regional Major Ranking (RMR das Américas).

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Os rivais falaram sobre o assunto durante a transmissão do streamer do Omelete, Gaules. Chelo foi o primeiro a comentar sobre o tema, logo após garantir classificação para o PGL Major Antwerp 2022, na vitória de 2 a 1 sobre a Imperial.

Durante o confronto, o atleta do MIBR foi um dos que mais subiu o tom de voz e provocou os adversários. Ainda assim, ele deixou claro que respeita muito os imperadores e que esse é apenas o seu estilo CS raíz:

"Eu queria pedir pra galera entender que eu jogo gritando porque eu jogo há muito tempo. Não desrespeitei os caras da Imperial em nenhum momento, CS é isso e se você discorda você é Nutella. CS gritaria é o da hora do bagulho... Respeito total à Imperial, os caras são fod#s e o CS brasileiro só está aí por causa deles, tem que lembrar disso."

Chelo não foi, nem de perto, o único que gritou durante o RMR. Ainda assim, seus gritos se sobressaíram durante toda a competição, pois o MIBR conquistou sua vaga no Major de forma invicta. Além da equipe de Chelo, apenas a FURIA realizou o mesmo feito.

Nesta quinta-feira (14), os dois melhores times do campeonato se encontraram para definir quem ficaria com a vaga de Legends. Pela primeira vez, a voz de Chelo foi ofuscada. Os panteras dominaram o confronto, levaram a melhor por 2 a 0 e responderam os gritos e provocações a altura.

Após o duelo, foi drop quem entrou no assunto e, assim como o rival fez, normalizou a prática.

"É coisa de jogo, coisa normal, padrãozinho. Os caras começaram gritando pra nós, estávamos quietinhos e a gente devolveu", disse o jogador sobre a disputa pela vaga de Legend contra o MIBR. "Eu gostei [do clima de gritaria], essa é a graça. Jogar na internet fica meio pacato, então com essas provocações e o sentimento, é mais gostoso", completou.

A diferença de idade entre os dois pro players é de cinco anos. O bastante para Chelo pegar as épocas de lan house e jogar desde cedo no clima de provocação. Drop, por outro lado, jogou pouquíssimas vezes presencialmente, mas já tomou gosto pela coisa. São duas gerações diferentes, se é que possível classificar assim, e ainda assim há uma clara concordância no que diz respeito as "farpas" durante o jogo.

Por conta da pandemia de Covid-19, o CS:GO e todos os outros esportes eletrônicos ficaram anos sem torneios presenciais. Somando isso ao fato da modalidade ter conquistado novos fãs, talvez seja possível explicar o porquê deste antigo debate voltar à tona.