Acesso total: a contratação de Ranger

Contratar uma estrela não é tarefa fácil; Acompanhe as negociações de Ranger com INTZ, Vorax Liberty, Netshoes Miners e FURIA até o Caçador fechar contrato com os Panteras

Bruno “LeonButcher” Pereira | Editor de Esports

Há muito tempo a janela de transferências do CBLOL é um show a parte das grandes jogadas, eventos épicos e shows de abertura que acontecem no League of Legends brasileiro. Com uma das maiores bases de torcedores de esports no país, equipes tentam ao máximo aproveitar o tempo de folga de Summoner’s Rift para fortalecer seus elencos e contratar estrelas para agradar fãs e gerar grandes expectativas de títulos em uma das maiores modalidades de esports do país.

E claro, não é sempre que um jogador profissional considerado como um dos melhores de sua posição está livre no mercado de transferências do CBLOL.

Este é o caso de Ranger.

Introdução e carta ao leitor

Bicampeão do CBLOL em 2018 pela KaBuM e-Sports, vice em 2020 pelo Flamengo e duas vezes terceiro colocado. Há alguns anos Ranger é considerado o melhor Caçador do cenário brasileiro de LoL. Com uma gameplay tão afiada quanto sua língua nas provocações e farpas fora de jogo, o Caçador gaúcho de Sapucaia do Sul conquistou fãs e haters em proporções semelhantes.

Mas como domina-se a selva brasileira sem títulos recentes para firmar-se na posição?

Não à toa nos últimos anos a conversa tem se afastado de Ranger, abrindo espaço para que novatos tenham sido especulados como os melhores da Jungle brasileira, como CarioK (campeão da Primeira Etapa 2021 com a paiN Gaming) e Aegis (campeão da Segunda Etapa).

A seca de títulos de Ranger coincide com a queda de desempenho do Flamengo eSports na elite do LoL brasileiro. Foram dois anos na casa rubro-negra, com a entrada do Caçador marcando a despedida do elenco campeão de 2019 que tinha em Shrimp um dos seus principais jogadores - o coreano, inclusive, foi o grande rival de Ranger durante o ano em que o Flamengo foi campeão, e sua sombra apareceu diversas vezes durante seu período no Time da Massa.

Após quatro Etapas na equipe, a rescisão do contrato do Caçador ao final da Segunda Etapa 2021 foi um final amargo para uma contratação que, no papel, tinha tudo para dar certo. No entanto, com eliminações precoces no CBLOL e críticas da torcida pelos comentários sempre ácidos nas redes sociais, seguir caminhos diferentes foi um livramento tanto para o Flamengo quanto para Ranger.

Agora, sua batalha para firmar-se como o melhor Caçador da história do CBLoL poderia recomeçar.

Para entender o processo de sua escolha de organização e time, que serão fundamentais para que Ranger atinja seu objetivo de voltar ao topo, em acordo e parceria com o Caçador, o acompanhei em negociações com equipes interessadas, de maneira virtual e presencial.

Esta matéria tem como objetivo trazer essa experiência pela perspectiva pessoal do jogador através de depoimentos colhidos antes e depois de negociações, no qual testemunhamos planos e investimentos das organizações, negociações de salários, bônus, benefícios, estrutura e elencos.

Em comum acordo com as organizações, omitiremos nesta matéria os nomes de algumas das interessadas e de seus dirigentes, bem como planos ainda não divulgados. Também não informaremos detalhes contratuais do jogador, já que o intuito desta matéria é mostrar uma visão pessoal e profissional de sua contratação.

Capítulo 1:

Sondagem de equipes

Férias é uma palavra forte demais para determinar o que um jogador profissional de LoL faz após o fim de sua jornada em uma Etapa de CBLOL. A agenda fica livre, sim, mas é logo preenchida por streams, aulas e cursos para jogadores interessados em melhorar sua gameplay e todo o rebuliço que só a janela de transferências tem.

Não tardou muito para as equipes começarem seus planejamentos para 2022, já entendendo como funciona o sistema de franquias do campeonato. E aqui está o primeiro trunfo que Ranger tinha nas mãos: após a rescisão do contrato com o Flamengo, o Caçador estava Free Agent, ou seja, as equipes poderiam contatá-lo diretamente sem precisar passar por intermediários, e também sem o risco de cair na malha fina das regras de aliciamento do CBLOL, o famoso poaching.

“Descansei e streamei nas férias, mas não fui atrás de time algum nem fiz post de que estava free agent. Sabia que os times iriam me procurar”, diz Ranger. “Algumas sondagens de organizações foram intuição, e outras mandaram uma mensagem dizendo que entrariam de contato de forma mais oficial”.

No dia 17 de agosto, INTZ e Netshoes Miners foram as primeiras organizações a entrar em contato com Ranger. O mesmo dia em que seu contrato foi rescindido com o Flamengo.

“Não tenho agente ou empresário, negocio os meus contratos diretamente, então as equipes entram em contato comigo”, explica Ranger. A forma é diferente de organização para organização: WhatsApp, e-mail, ligação pelo celular, contato com outros jogadores e técnicos ou até mesmo DM do Twitter ou Facebook.

No caso da INTZ, o contato foi feito por um representante via mensagem no Facebook. Já a Miners procurou o jogador por WhatsApp.

“Não me importo muito como as equipes entram em contato, pra falar a verdade. No final das contas, sei que vamos tratar tudo de forma profissional. O contato de ambas era apenas uma sondagem para entender a minha situação após a saída do Flamengo. Mostraram interesse na minha contratação para o ano seguinte, mas disseram que entrariam em contato para apresentar o projeto completo depois”, diz Ranger.

Antes de mergulharem de cabeça em projetos, é comum que as equipes sondem diversos jogadores no mercado para entender como prosseguir o planejamento da futura equipe. No caso de Ranger, estar free agent foi um facilitador para as organizações. “Eu tinha em mente algumas equipes que entrariam em contato comigo, como INTZ e LOUD. Algumas sondaram para, em um outro momento, marcarmos uma reunião e discutir os planos mais a fundo”, diz Ranger. Apesar de estar na boca do público, no entanto, a LOUD não procurou o Caçador, que evoluiu a conversa com as primeiras interessadas.

Logo no dia 19 de agosto, dois dias depois do primeiro contato, Ranger participou de sua primeira reunião com os Intrépidos. Entre os pontos discutidos, estavam o perfil do jogador, feedbacks para a organização, os seus objetivos para o futuro, uma passada rápida pelos planos da INTZ e recomendações de outros atletas.

Este é um fator crucial em qualquer reformulação de elencos, e algo que está acontecendo muito nesta janela de transferências na qual diversos jogadores chegam ao final de seus contratos: referências.

Os jogadores conversam entre si. Alguns não jogaram juntos, mas se admiram, outros são velhos companheiros. É comum que os pros mantenham contato e que as melhores conexões sejam sempre passadas para as equipes, que procuram ativamente o feedback de jogadores uns sobre os outros. Quase como uma carta de recomendação mesmo.

“Por mais que eu não tenha jogado com a maioria dos jogadores, conheço todo mundo tanto de enfrentá-los quanto de conversar com pros que tenham jogado ao lado deles”, diz Ranger. “No final das contas, a maioria desse trabalho é networking. Todos se conhecem e sabem o perfil profissional de cada um, como se portam dentro e fora de jogo. Uns são mais esforçados e não se contentam com pouco, outros deixam oportunidades passarem e são relaxados nos treinos. O importante para montar um elenco é que as prioridades de cada um estejam alinhadas entre si e com a organização”.


Capítulo 2:

Elenco e título acima de dinheiro

Dois títulos de CBLOL em 2018 alçaram Ranger ao estrelato. O garoto quieto da PRG e OPK praticamente deixou de existir após os títulos, e surgiu um dos principais Caçadores do cenário brasileiro de LoL. Mas uma coisa nunca mudou: a sede de vitória.

Os dois anos de Flamengo foram pesados para Ranger. O status de estrela se manteve, mas aliado a uma grande pressão por resultados ampliada pelo seu perfil nas redes sociais, com provocações, farpas, fãs e muita mídia fora de jogo. A seca de títulos e a ascensão de Caçadores mais novos como CarioK e Aegis, no entanto, não foram armas contra Ranger, e sim a favor.

“Tudo isso sempre me ajudou a manter o foco no trabalho, a não relaxar”, diz o Caçador. “Sempre gostei muito do processo, do dia-a-dia do time, entregar o máximo nos treinos. Seu desempenho é o resultado do que você faz todos os dias a partir do momento que acorda, e não só no dia do jogo. O que sempre me afetou foi o clima ruim dentro das equipes que passei, e por isso a minha principal prioridade é fazer parte de um elenco forte e alinhado dentro e fora de jogo”.

Eu nunca vou abrir mão de fazer o que for preciso para vencer
AVATAR-CITAÇÃO-RANGER.png
Ranger

“Quero estar ao lado de jogadores que me conheçam, e vice-versa. Que sabem que um campeão acorda campeão e vai dormir campeão. Que se entrega a todo momento para melhorar e vencer. Todos querem ser atletas de alto rendimento, mas nem todo mundo está pronto para fazer o que é preciso para ser um”.

“Isso significa acordar cedo, construir uma rotina de exercícios físicos, ter uma alimentação balanceada, saber regrar o seu sono e o tempo de descanso, e na hora que estiver treinando e jogando, entregar o seu máximo. Pesquisar, estudar, debater estratégias com os seus companheiros, formular táticas e picks novos. É fácil falar que você é profissional, difícil é realmente entregar tudo o que é preciso para realmente ser profissional. Isso é algo que nem todo mundo está disposto a fazer, mesmo jogadores que estão no CBLOL há muito tempo. Ainda tem gente na elite que acorda dez minutos antes de um treino. Esse cara realmente vai entregar o melhor dele? Quero ao meu lado pessoas que pensam o mesmo que eu, tanto jogadores como comissão técnica”.

“A metodologia de trabalho da comissão precisa estar alinhada exatamente por isso. Somos uma só equipe, um só elenco. Todos precisam se doar ao máximo para o trabalho ser bem feito. É assim que se constrói um time campeão. É mais do que só League of Legends, é um trabalho profissional de alto desempenho”.

Quero fazer história no CBLOL, construir uma “dinastia” que vai ser lembrada
AVATAR-CITAÇÃO-RANGER.png
Ranger

“A minha segunda prioridade é encontrar uma organização que entenda a importância deste trabalho, e que esteja alinhada com os seus valores. Para que isso aconteça, é importante que tenham uma infraestrutura de ponta, um office completo e que potencialize o trabalho dos jogadores e da comissão técnica, que entenda o valor do bem-estar dos jogadores e ofereça profissionais para isso: nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, personal trainer”.

“Para muitos, isso pode parecer somente exigências extravagantes, mas essas pessoas não entendem o que constrói um atleta de alto rendimento. Corpo e mente precisam estar afiados pra você entregar o seu melhor. Sempre estive disposto a fazer isso, mesmo que precisasse abrir mão de várias coisas e fazer por conta própria. Estar ao lado de pessoas que pensam o mesmo que eu, tanto jogadores quanto organização, facilita na construção do trabalho”

“Claro, esporte não é uma ciência exata, você não faz tudo isso e tem certeza de que vai ser campeão, mas você realmente está disposto a não fazer tudo isso e contar apenas com a sorte de acordar bem no dia que vai precisar entregar tudo de si?”.

E por último, dinheiro.

“Competir e vencer me faria mais feliz do que ganhar mais dinheiro, é simples assim. Não me vejo em um elenco e organização mais fracos e sem chances de título e com o bolso cheio, não é assim que eu penso. Ao mesmo tempo, sei o meu passe e o valor que agrego às equipes dentro e fora de jogo, então não posso simplesmente aceitar qualquer valor só para ter uma chance de vencer”.

“Morar em São Paulo custa caro. Algumas equipes não oferecem academia, vale alimentação, vale transporte e tudo mais, então tudo isso entra no meu custo de vida que tem que ser coberto pelo salário e bonificações, e sobrar para que eu tenha um futuro sustentável. Preciso pensar nisso tudo antes de entrar de cabeça em um projeto. Não vale arriscar o meu presente e futuro pessoal em prol da minha carreira, por mais que vencer seja uma prioridade maior do que o dinheiro”.

Quando levanta uma taça, você não pensa na grana que recebeu, só no trabalho e na dedicação que teve pra chegar até lá
AVATAR-CITAÇÃO-RANGER.png
Ranger

Capítulo 3:

Liderança e farpas

Após uma reunião inicial para entender as prioridades de Ranger, colher feedbacks sobre a organização e algumas referências de jogadores para outras posições, a INTZ pediu um tempo para montar uma proposta para o jogador, e a conversa esfriou um pouco.

Neste meio tempo, a Netshoes Miners, que também havia procurado o Caçador no dia em que teve o contrato rescindido com o Flamengo, continuou o contato via WhatsApp. No decorrer dos dias, a organização também pegou todas as informações que precisava com Ranger sobre planos e objetivos futuros, elenco, pretensão salarial e outros.

“Foram conversas feitas de maneiras diferentes, mas ambas parecidas no final das contas. Passei a eles o que pensava e perguntei sobre o pensamento das organizações, porque é importante estar alinhado com como eles veem o seu futuro como equipe e expectativas sobre o elenco que querem contratar. Depois dessa conversa inicial, as duas organizações pediram um tempo antes de marcarmos uma reunião para conversar mais formalmente sobre uma proposta”, diz Ranger.

Alguns dias depois, em primeiro de setembro, o Caçador recebeu o contato de uma terceira organização, a Vorax Liberty.

Finalista da Primeira Etapa do CBLOL 2021 e semifinalista da Segunda, a Vorax era uma organização que Ranger já conhecia e admirava a metodologia de trabalho, principalmente da comissão técnica formada por Kalec e Alocs. Os resultados mostravam que a equipe já seguia alguns princípios importantes para o Caçador.

“Conheço os jogadores que atuaram lá e os enfrentei algumas vezes. Sempre são jogos difíceis, então era claro que o trabalho era bem feito. Em vários splits no Flamengo tentei até replicar alguns métodos deles. É uma das poucas comissões que eu confio no trabalho e sabia que conseguiríamos fazer um bom trabalho”, comentou Ranger.

Logo no dia seguinte, Ranger entrou em chamada de vídeo com Marina Leite e Samuel Walendowsky, CEOs de Vorax e Havan Liberty, respectivamente. A fusão das duas organizações para o sistema de franquias do CBLOL colocou a equipe de League of Legends em destaque dentro e fora de jogo, com o trabalho da finalista Vorax se unindo à infraestrutura e metodologia de organização que fez sucesso na Havan Liberty em outras modalidades, como o VALORANT.

“Estamos em um período inicial de sondagem, queremos entender o seu futuro, o que pensa, os seus objetivos, prioridades e como podemos nos alinhar”, disse Samuel, no começo da conversa.

Ranger deixou claro as suas prioridades: elenco e comissão técnica fortes, uma metodologia clara de trabalho por parte da comissão e da organização, infraestrutura e salário. Abertos, os dirigentes trocaram perguntas e respostas com o jogador a fim de alinhar expectativas e objetivos de ambas as partes.

“É a primeira reunião que realmente tenho com uma equipe, fora a ligação rápida com a INTZ e a troca de ideia que tive com a Miners pelo WhatsApp. Foi bem promissor”, contou Ranger após a chamada. “A estrutura que a Vorax Liberty ofereceu com certeza foi o que chamou mais a atenção neste primeiro momento, parecia uma estrutura de organização do exterior. Já tinha ouvido falar que seria algo de alto nível, mas conversando com eles ficou mais claro. Isso vai totalmente de encontro com o que falo a respeito de trabalho em alto rendimento para os jogadores da organização”.

Um dos pontos de atenção da conversa foi com relação à postura de Ranger fora do jogo. Faz parte do jogador o perfil provocativo nas mídias sociais, que geraram críticas da torcida do Flamengo durante a sua estadia na equipe. “A comunidade fica muito antenada a tudo que você fala e como se porta fora do jogo. Como você enxerga isso?”, perguntou Samuel.

“Sempre adotei a postura de dar mais a cara a tapa para a comunidade, e vejo isso com bons olhos, tanto para mim quanto para a equipe”, respondeu Ranger. “Por vezes é difícil dosar o limite do que eu posso fazer, mas aprendi muito com o tempo e a vivência, como foi o caso do Zico com o Flamengo. Me ajudou a entender como lidar e planejar esse tipo de interação sem perder a minha essência”.

Fora da conversa, Ranger abriu mais o jogo a respeito da difícil vivência de altos e baixos com a imensa nação rubro-negra.

“Sei o impacto que eu posso ter dentro e fora da partida. As pessoas sempre esperam algo de mim, mas eu e meus companheiros também. Tento agregar liderança dentro e fora de campo para as equipes em que estou, e isso significa também puxar o holofote, a responsabilidade, quando estamos em um momento ruim”.

“O simples ato de postar que uma derrota é culpa minha, por exemplo, já tirou o peso ou os comentários da comunidade de cima de jogadores para colocar em mim, e eu sei que consigo lidar com esse tipo de expectativa. Tira a pressão dos outros jogadores, alguns se sentem mais acolhidos com isso, enquanto outros gostam de compartilhar a pressão. O importante é que estejamos confortáveis para fazer o que temos de fazer para vencer, e não ficar com medo de sermos criativos dentro de jogo por pressões externas. Há momentos de compartilhar a responsabilidade, e outros em que eu vejo que preciso tomar umas porradas a mais, e não tenho problemas com isso se for ajudar o elenco”.

“Sou o cara mais maleável do mundo com relação ao meu papel dentro da equipe. Normalmente nos times que estou, sou um cara chato, que cobra e tenta liderar. No entanto, consigo dar um passo para trás quando é preciso, como foi na KaBuM com o Riyev. Ele era um cara acostumado a ser o líder do time e da atmosfera do elenco, e batemos muita cabeça até eu dar um passo para trás e ele nos guiar”.

“Depois, com o Luci no Flamengo, também bati cabeça sobre como operar dentro de jogo até eu deixar ele assumir todas as nossas ações. Não tenho problemas com isso. Pode parecer diferente nas redes sociais, mas eu não tenho essa necessidade de aparecer. O principal pra mim sempre foi vencer, e na maioria das vezes isso é estar disposto a abrir mão de algumas coisas e seguir alguém que dê um passo para a frente. Se essa pessoa faz um bom trabalho, lidera com exemplo, não tenho problema em ser um seguidor e não necessariamente o líder de fato”.

Liderança é algo construído naturalmente no dia a dia e com confiança, não é algo que aparece do nada
AVATAR-CITAÇÃO-RANGER.png
Ranger

Capítulo 4:

Negociações

Após as primeiras conversas com INTZ, Netshoes Miners e Vorax Liberty, Ranger ficou um tempo sem novidades no mercado de transferências, mas era questão de tempo para o papo inicial evoluir, e é claro que tudo viria de uma vez só. Todas as negociações começaram de fato no dia 24 de setembro, e menos de dez dias depois, Ranger já havia feito a sua escolha.

A primeira organização a voltar a entrar em contato com o Caçador foi justamente a Vorax Liberty, já para discutir contrato. Novamente em reunião com os dirigentes da equipe, no dia 24 de setembro, Ranger recebeu sua primeira proposta de fato.

“De acordo com o que havíamos conversado, queremos te oferecer um valor fixo de salário mais bônus com base em desempenho”, disse Marina Leite, CEO da Vorax. “Estamos levando muito em consideração as prioridades que você nos passou, e elas vão de acordo com o que pensamos para a organização no ano que vem. Também está refletido nesta proposta toda a infraestrutura da Vorax Liberty”.

Há diversas formas de construir uma remuneração para atletas. Algumas organizações optam pelo modelo CLT (Consolidação das Leis de Trabalho, via pessoa física), a popular “carteira assinada”, de acordo com as leis trabalhistas. Outras trabalham com MEI (Micro Empreendedor Individual), pagamentos via pessoa jurídica na qual os jogadores são prestadores de serviço para a organização. As principais diferenças são os benefícios: enquanto CLTs possuem FGTS (fundo de garantia), seguro-desemprego e férias remuneradas, entre outros. Já os MEIs possuem menor tributação (impostos) de salário e maior liberdade de horários e organização, além de outros benefícios.

Sobre a proposta inicial da Vorax Liberty, Ranger foi sincero com os dirigentes: “O valor fixo é um pouco baixo. Tenho preocupações sobre os meus gastos com moradia, alimentação, transporte e demais contas. Como disse anteriormente, a remuneração não é a minha principal prioridade, mas da maneira como entendo meu passe e o que consigo agregar dentro e fora de campo para a organização, gostaria de negociar este valor”.

“Não queremos criar discordâncias com os demais contratos da equipe”, disse Samuel. “Muitos fatores compõe o seu valor de mercado e entendemos isso. Precisamos negociar para ser um investimento saudável para a organização, mas estamos dispostos a sentar e encontrar um denominador comum, algo que seja bom para você e também para nós”, completou o dirigente.

A transparência entre Ranger e os dirigentes da Vorax Liberty deu confiança para ambas as partes continuarem a conversa no futuro. Já alinhados com expectativas de título e com a boa infraestrutura apresentada pela organização, o único ponto de discordância foi a remuneração. “É algo que é conversado, claro. Entendo o meu valor de mercado, e eles precisam pensar na saúde do negócio pelo lado deles. Discordâncias são comuns, é por isso que entramos em negociações”.

TERMÔMETRO


Vorax Liberty: Médio


Segunda-feira, 27 de setembro

Após diversas conversas pelo WhatsApp, Ranger finalmente recebeu convite da Netshoes Miners para uma reunião presencial, no qual o jogador também conheceria a estrutura da organização na Zona Sul de São Paulo e seria apresentado à metodologia de trabalho da equipe mineira.

Jukaah Vargas, ex-técnico de LoL e hoje diretor de esports da organização, recebeu Ranger com um abraço e “bom te ver” no conjunto empresarial utilizado pela Netshoes Miners.

O Caçador foi apresentado aos três andares de um prédio comercial utilizado pela organização, incluindo espaços de convivência e alimentação, além de salas para reuniões, outras para cada modalidade da organização (que possui times de Free Fire e FIFA) e até um centro de análise e estudos, no qual um setor específico da comissão técnica analisa regiões de todo o mundo para trazer dados relevantes para a criação de táticas de jogo e draft.

Com cerca de seis pessoas na reunião, Ranger ouviu de Jukaah os planos da organização para o futuro no CBLOL, além de conhecer a fundo a metodologia de trabalho do head coach Político e da equipe de bem-estar, através do psicólogo Marcelo Villela.

“Ranger, como conversamos, você já tem em mãos a nossa proposta salarial e de bonificações, então gostaríamos de fazer uma apresentação sobre a nossa metodologia de trabalho, além de explicar como a Netshoes Miners funciona e tirarmos eventuais dúvidas que você pode ter”, disse Jukaah.

Com uma linha regrada e coesa de trabalho, a organização chamou a atenção do jogador com análises profundas e diversas armas para a equipe entender e melhorar o seu jogo no curso do CBLOL, além do foco no alto rendimento. O desenvolvimento de talentos e exploração do potencial de seus jogadores se mostrou na própria Segunda Etapa do campeonato, quando passaram de seis derrotas seguidas para um final com cinco vitórias na tabela.

“Sou um cara que gosta muito da rotina do dia-a-dia, potencializando o talento que temos na equipe. Quero sentir que todos ao redor estão se doando tanto quanto eu para atingirmos os objetivos. Neste ano no Flamengo tínhamos um bom elenco, mas a comissão técnica virou um empecilho, então valorizo muito a metodologia do trabalho”, disse Ranger.

“Queremos jogadores que entendam e aceitem a nossa metodologia de trabalho, faz parte da cultura da nossa equipe e não abro mão disso”, disse Político. “Gostaríamos de repassar referências de jogadores que você nos deu para algumas posições”.

Indicações de jogadores acontecem por todos os lados, é o famoso networking que Ranger explicou no começo deste texto. O perfil pessoal e profissional de cada um é essencial para a construção de uma equipe, mesmo que os jogadores nunca tenham jogado juntos. Um exemplo: por Ranger ter jogado junto e ser próximo pessoalmente de Dynquedo, o Caçador conhece o perfil do resto da equipe da LOUD: Tay e Mewkyo (além de Duds e Ceos, que também foram companheiros de Ranger na KaBuM).

Nem tudo são flores, claro. Há casos em que nomes levantados geram críticas por parte de Ranger, e outras que a organização possui uma proximidade maior e consegue falar com mais propriedade. A troca de informações é crucial para ambas as partes.

“Gostei muito da estrutura da equipe e a metodologia de trabalho deles”, disse Ranger após a visita à Netshoes Miners. “Mostra que é uma organização com um grande potencial. Me pergunto como esse trabalho de formação e desenvolvimento se encaixa com jogadores que já estejam em um nível mais avançado de jogo e conhecimento. Acho que uma das melhores palavras que me define é adaptabilidade, então preciso refletir o quanto eu realmente me encaixo no trabalho que eles ofereceram”.

“A proposta salarial mesmo foi muito boa, e os benefícios também. Entendo que, para você montar um elenco com o potencial de ser campeão, o investimento precisa ser alto e nem todas as organizações estão dispostas ou com condições para fazerem, então isso precisa ser contemplado”.

TERMÔMETRO


Vorax Liberty: Médio


Netshoes Miners: Médio


Terça-feira, 28 de setembro

Após diversas mensagens e algumas ligações, a INTZ voltou a entrar em contato com Ranger para marcar a reunião presencial derradeira no gaming office da organização, na Zona Oeste de São Paulo, no qual a proposta oficial seria feita.

Por pedido da INTZ, a reportagem não participou da reunião presencial com o jogador. As justificativas foram as particularidades do contrato que seria oferecido e também sobre planos de longo prazo da organização.

Na tarde da terça, o Caçador visitou o escritório da equipe. “Já tinha ido lá algumas vezes, é uma estrutura completa e bem localizada. Há salas para elencos de todas as modalidades, além de salas de reunião e de streaming, espaço de convivência e uma sala de troféus grande”. A INTZ é a maior vencedora da história do CBLOL, com cinco títulos, além de troféus em diversas outras modalidades.

“O salário é extremamente competitivo e eles vão brigar pelos melhores jogadores, um elenco que tenha potencial para vencer títulos”, disse Ranger. “Existem alguns gatilhos de desempenho legais no contrato, financeiramente com certeza é a melhor proposta que tenho”.

Ranger havia conversado previamente sobre alguns jogadores que gostaria de atuar ao lado em 2022. O problema é que, do lado dos jogadores, alguns não viam a INTZ como uma opção válida, e isso afetava diretamente as prioridades do Caçador. Apesar da boa proposta individual, a negociação esfriou em meio a outras mais atraentes pela parte do elenco que seria formado.

TERMÔMETRO


Vorax Liberty: Médio


Netshoes Miners: Médio


INTZ: Frio


Quarta-feira, 29 de setembro

Após ser citado por diversos jogadores que negociavam com a equipe, a FURIA entrou em contato com Ranger.

A organização, que conquistou em 2021 vagas nos majors de CS:GO, Rainbow Six: Siege, Rocket League e VALORANT, não teve um ano de brilho no CBLOL, longe disso. Ficaram em penúltimo lugar na Primeira Etapa e em último na Segunda. Jaime Pádua, CEO da organização, deixou claro que mudanças seriam feitas para atingir o “padrão FURIA” de excelência. Para isso, a equipe foi ligeira em contratar Maestro, ex-INTZ e vencedor dos últimos dois Prêmios CBLOL na categoria “Melhor Técnico”.

“Já tinha trocado uma ideia previamente com o Maestro, e tínhamos alinhado as minhas expectativas para o ano que vem”, comentou Ranger. “É um cara que respeito muito pelo trabalho que fez na INTZ, e com certeza está motivado após mudança de ares e quer formar um elenco vencedor para o ano que vem. O que eu precisava era conversar e ver o que o Jaime pensava”.

Por questões de privacidade e conforto, o dirigente não autorizou a presença da reportagem do The Enemy nas conversas contratuais com Ranger, que aconteceram no dia seguinte às da INTZ. Do escritório da FURIA nos Estados Unidos, Jaime conversou com Ranger virtualmente já entendendo a maioria dos planos do Caçador para o ano seguinte, suas prioridades, seu valor de mercado e muito mais. A reunião seria mais para ver se as ideias e o “santo” batiam.

“E bateram”, confessou Ranger. “Jaime é um cara incrível e que entende exatamente qual é o seu papel na organização e na montagem de um elenco. O padrão de excelência da FURIA sempre foi grande, então o trabalho deles no LoL este ano foi longe de ser o que a organização sempre representou, pelo que ele mesmo me disse”

Segundo o Caçador, Jaime nunca cobrou resultados de seus elenco pois via que todos davam seu 100%. Pressionar as equipes nunca foi o jeito que as coisas funcionam na FURIA. “Às vezes é difícil pra quem está fora do time entender que nós já nos cobramos muito, às vezes acima do aceitável, para performar bem e vencer”, disse Ranger.

Apesar de não conhecer o espaço físico da organização em São Paulo, a força da comissão técnica e do elenco que a FURIA estaria montando, com base nas próprias pessoas que recomendaram a contratação de Ranger, deu ao jogador um voto de confiança no trabalho.

“E foi a única organização que não me ofereceu uma proposta, e sim pediu para eu enviar uma”, disse Ranger. “Fui transparente, tinha três propostas na mão e passei o valor que eu acho justo considerando o meu valor de mercado e o que tenho a oferecer dentro e fora de jogo”.

O santo de Jaime também bateu com Ranger. O dirigente recebeu a proposta e disse que retornaria para o Caçador até o dia seguinte.

TERMÔMETRO


FURIA: Quente


Vorax Liberty: Médio


Netshoes Miners: Médio


INTZ: Frio


Quinta-feira, 30 de setembro

Com as negociações esquentando, a Vorax Liberty voltou a entrar em contato com Ranger para uma segunda conversa. Na primeira, o valor financeiro foi um dos únicos empecilhos entre o Caçador e a equipe finalista da Primeira Etapa do CBLOL.

“Ranger, gostaríamos de ir direto ao ponto”, disse Samuel Walendowsky, CEO da Havan Liberty. “Conversamos internamente e refizemos algumas estratégias, reestruturando o projeto do ano que vem. Queremos um elenco forte e que dispute títulos, e entendemos que isso vem com um preço, portanto estamos aumentando a remuneração”.

Não só a organização atingiu o único ponto de discordância da primeira proposta, como deram uma garantia para Ranger: o jogador entraria em um pré-contrato com a organização, e o gatilho para ele virar o contrato de fato seria o recrutamento de outros jogadores do alto escalão do CBLOL, fortalecendo o plano de um elenco competitivo e que disputasse títulos em 2022.

“Foi uma jogada muito boa por parte da Vorax Liberty”, confidenciou Ranger após a conversa. “Isso faz a proposta deles muito competitiva, e tanto o Samuel quanto a Marina me passam confiança de que o trabalho será feito da melhor maneira possível. Os dirigentes e a comissão trabalham duro, são muito voltados para o desempenho. É o tipo de trabalho que brilha os meus olhos”.

Ranger, no entanto, passou a entender que a sua contratação tinha um peso maior para todas as equipes envolvidas.

Por estar free agent e ser o responsável pelas negociações, sem o intermédio de alguma equipe, o Caçador virou prioridade das equipes. Sua presença significaria um nome de peso já contratado, e aumentaria a atratividade para outras propostas.

Ter Ranger seria um atestado de que a organização miraria o topo do CBLOL em 2022. Exatamente como o Caçador queria.

Nesta dança de cadeiras e elencos competitivos, no entanto, outras propostas esfriaram. Apesar de ser a melhor proposta financeira, para Ranger a INTZ teria dificuldades para conseguir montar o elenco. Apesar de mais balanceada, a da Netshoes Miners também esbarrou em dificuldades contratuais com outros jogadores.

“Eu sabia que seria um elenco caro, e nem todos estão dispostos ou tem condições de arcar com todos os custos”, disse Ranger. “Também há a preferência dos próprios jogadores. Alguns dão preferência para algumas equipes em detrimento de outras por razões pessoais, histórico, networking com outros jogadores e tudo mais”.

TERMÔMETRO


FURIA: Quente


Vorax Liberty: Quente


Netshoes Miners: Frio


INTZ: Frio


Duas horas depois de receber a segunda proposta da Vorax Liberty, Jaime Pádua, CEO da FURIA, entrou em contato com Ranger para responder a proposta do Caçador. A reunião foi marcada para o mesmo dia.

O valor passado por Ranger havia sido diluído, com um plano de remuneração mais detalhado do que o Caçador esperava.

“Eles fizeram uma proposta que se dilui em três partes: salário fixo, streaming e adicional por performance. Isso significa que temos uma certa quantidade de horas para entregar como jogadores da FURIA, e tudo que eu conseguir com doações, inscrições e tudo mais vai diretamente para mim. É uma maneira muito legal de continuar o trabalho de construir a minha marca e o meu público”, disse Ranger.

Com a contraproposta em mãos, o Caçador ficou receoso com o valor fixo. Caso não atinja a quantidade de horas de streaming, não será remunerado neste quesito. Os gastos de deslocamento, alimentação, casa e contas pessoais também davam pouca margem de conforto para o jogador. Apesar de gostar da divisão, Ranger foi sincero com Jaime.

“O que eu menos quero é que a minha contratação seja um leilão. Não quero fazer caridade ou ficar desconfortável financeiramente, e fui transparente com o Jaime a respeito disso. Gostei do plano e confio no trabalho dele, me parece muito humano e próximo. Há um plano de carreira claro, até por isso nem sequer conversamos sobre uma cláusula de saída do contrato. Se for para assinar, quero ficar até o final. Atualmente os contratos do CBLOL dificilmente são maiores que um ou dois anos”.

TERMÔMETRO FINAL


FURIA: Quente


Vorax Liberty: Quente


Netshoes Miners: Frio


INTZ: Frio


Capítulo 5:

O começo de uma nova história

No dia seguinte de uma semana recheada de negociações com INTZ, Netshoes Miners, Vorax Liberty e FURIA, exatamente no dia primeiro de outubro, Ranger bateu o martelo.

Jaime Pádua, CEO da FURIA, aceitou os termos da contraproposta. O valor acordado deu segurança tanto para a organização quanto para o Caçador. O ponto crucial nas negociações, no entanto, foi o resto do elenco, que já estava praticamente definido e em conversas avançadas com os Panteras, seguindo as prioridades do jogador para a sua escolha.

No dia 04 de outubro, Ranger enviou sua recusa para a INTZ, agradecendo a proposta e as negociações com a organização. Apalavrado com a FURIA, o contrato teve idas e vindas entre os departamentos jurídicos da equipe e do jogador, acertando últimos detalhes e aparando algumas arestas. Neste meio tempo, a Netshoes Miners também foi comunicada da decisão. “Gostávamos de você antes de negociarmos, mas agora gostamos mais ainda”, brincou Jukaah, diretor de esports da organização.

Até o último minuto, Ranger esteve entre Vorax Liberty e a FURIA. Ambas atingiram totalmente suas prioridades: elenco e comissão fortes, infraestrutura e metodologia de trabalho, remuneração. O que moveu Ranger, no entanto, é algo impossível de medir.

Sentimento

“Durante as conversas, vi que o perfil do Jaime encaixava diretamente com o meu. Uma coisa que ele falou que me pegou de jeito foi sobre como ele quer provar que todos estão errados. Viu muitas pessoas falando merda da FURIA no LOL, como os dois splits deles tinham sido horríveis, que não eram competitivos, e ele quer entrar para ganhar. Me identifiquei muito. Desde que me tornei um jogador grande, as pessoas enchem o meu saco pedindo para me aposentar, falando que não sou o melhor. Tenho o mesmo sentimento de mandar quem fala isso tomar no cu e prová-los errados, e isso não é algo que se explica, se sente”.

No dia 14 de outubro, Ranger enviou sua recusa à Marina Leite, CEO da Vorax. “Acabei aceitando outra proposta. Obrigado pelas conversas e muito boa sorte no futuro”, escreveu o jogador para a dirigente, via WhatsApp.

“Fiquei muito feliz com tudo nesta janela de transferências. É muito gratificante estar entre os nomes mais cotados do cenário, me senti extremamente valorizado no mercado e pelas organizações com quem conversei”.

Com seu futuro definido e contrato assinado no dia 13 de outubro com a FURIA Esports, Ranger definiu a sua casa pelo próximo ano. A equipe que disputará o topo da tabela, disso o jogador não tem dúvidas. Com isso, o grande objetivo de sua carreira está em curso para ser transformado em realidade, com trabalho e entrega.

“Quando falamos dos maiores nomes do CBLOL, você sempre vai pensar em brTT, Kami, todos os do Exódia (Yang, Revolta, tockers, micaO e Jockster). São vencedores, e portanto incontestáveis. Meu objetivo sempre foi ser um vencedor, é pelo que trabalho todos os dias. É o motivo de acordar cedo, ir na academia, regrar minha alimentação, cuidar do meu psicológico, chegar primeiro e sair por último nos treinos. Não quero fazer pouco e esperar muito. Quero me entregar de corpo e alma sem arrependimentos, ser um atleta de alto nível e disputar cada título”.

É impossível você ser considerado o melhor sem títulos para provar que merece
AVATAR-CITAÇÃO-RANGER.png
Ranger

“Obviamente quero um Brasil forte internacionalmente, mas na minha opinião isso começa com a construção de uma dinastia no CBLOL. Uma equipe forte e esforçada, que esteja alinhada em não se contentar com nada menos do que títulos. Vencer diversas vezes seguidas o CBLOL e estar sempre em MSI e Mundial é o caminho para cada vez que formos para um campeonato internacional, voltarmos cada vez mais fortes”.

“Tudo isso parte de mim, da minha vontade. Quando eu me aposentar, só gostaria que os jogadores que jogaram comigo e meus adversários falassem coisas boas, que era um líder, que impactava muito o jogo, qualquer elogio já vai valer muito. E sobre os torcedores, quero que eles lembrem de mim como um bom jogador, um cara que realmente foi vencedor e fez a diferença no cenário brasileiro de League of Legends”.

Publicado 26 de Novembro de 2021
Edição Rodrigo Guerra e Diego Lima
Fotografia Jéssica Liar
Arte e Design Luiz Torreão e Kaique Vieira
Tecnologia Igor Esteves, Eliabe Castro e Thays Santos