Após causar certa polêmica em outubro com um episódio em que uma criança sofre violência do pai na própria casa, o game Detroit: Become Human agora é alvo de órgãos de proteção infantil. O título sai em 2018 exclusivamente para PlayStation 4.

Andy Burrows, da britânica NSPCC (National Society for the Prevetion of Cruelty to Children, que em tradução livre seria algo como Sociedade Nacional para Prevenção de Crueldad contra Crianças), disse que "qualquer videogame que banalize ou normalize o abuso infantil, negligência ou violência doméstica para fins de entretenimento é inaceitável".

Dama Esther Rantzen, do serviço britânico Childline, disse ao jornal Daily Mail que "os desenvolvedores deste jogo deveriam se envergonhar". "Quem acha que espancar uma criança é entretenimento?", acrescentou ela.

Por fim, outra declaração forte veio de Damian Collins, do Partido Conservador e do Comitê Seletivo de Cultura, Mídia e Esporte.

"É absolutamente errado que a violência doméstica seja parte de um videogame, independente de qual seja a motivação. Violência doméstica não é um jogo e isto simplesmente a banaliza. É perigoso plantar a ideia na cabeça das pessoas de que a melhor forma de lidar com os abusadores seja com o uso de violência".

À época do evento Paris Game Week, em outubro, o criador do jogo, David Cage, defendeu a inclusão desse episódio no game:

"Estou criando algo que acredito ser forte e importante. Acredito que as pessoas devam assistir à cena, ver o jogo e entender seu contexto para realmente entender. A regra que faço para mim mesmo é nunca glorificar a violência, nunca fazer nada gratuito. Precisa ter um significado, um sentido", disse Cage ao site Eurogamer.