Pode sorrir, brasileirinho!

Foi com um de seus bordões que Alexandre “Gaules”, um dos maiores streamers do mundo, anunciou oficialmente o Tribo to Major, campeonato que classifica uma equipe da América do Sul para o major da ESL One: Rio de Janeiro no final do ano. Uma oportunidade de ouro para trazer mais luz para o cenário da região, algo que há muito tempo não acontece.

E nada disso teria acontecido sem a Tribonera

A famosa arquibancada virtual idealizada por Gaules e seus “gauleses” cresceu em quantidades assustadoras, quebrando recordes e chamando muito a atenção, mas talvez o maior feito foi manter o mesmo propósito de sempre: ser um espaço acolhedor e diverso para o fã do Counter-Strike, ajudando quem precisa e colocando holofotes em pessoas que raramente teriam oportunidades.

“A Tribo foi uma ideia desde o começo das transmissões, em 2018, mas ela foi crescendo e se transformando em algo muito maior do que imaginamos, uma verdadeira família na qual todos se ajudam e se preocupam uns com os outros”, diz Gaules. “Ela virou um sinônimo até mesmo de ajuda, porque todos passam por dificuldades, mas todos também querem ajudar da forma que puderem.”

É fácil sentir “inveja” da Tribo e do quanto ela conquistou, mas… por que sentir inveja se você pode fazer parte dela?

Gaules comanda transmissão durante a Game XP 2019

Foto: Game XP

Este editor que vos escreve é suspeito para falar. Vim do League of Legends sem entender nada além do básico de CS, sem conhecer jogadores ou o cenário competitivo, e se apaixonou pela comunidade construída diariamente pelos gauleses - inclusive a ponto de já ter convertido outras pessoas para a Tribo.

“Não precisa ser brasileiro, qualquer um pode entender o que é a Tribo, o que é a união que temos”, diz Gaules. “Temos valores muito fortes e muito corretos, e isso se relaciona a qualquer pessoa. Temos muitos tugas (portugueses), americanos, europeus, asiáticos, pessoas do mundo inteiro que fazem parte da Tribo, e o Tribo to Major é a união de todas elas em um campeonato que é delas, feito pela comunidade, com staff que faz parte da Tribo, e é um orgulho imenso vivenciar isso.”

Respeito e admiração cercam as streams da Tribo, diversas histórias são contadas, rixas são alimentadas (alô FURIA, alô MIBR). Há muita risada, mas também há choro. De emoção por uma história, por uma conquista e por algum gaules, em algum canto deste mundo, ajudado.

“Tudo o que têm acontecido até agora é o fruto da união de uma comunidade muito grande, milhares de gauleses da Tribo que acompanham todos os dias as streams”, diz Gaules. ”E se não fosse essa união que as pessoas têm de se juntarem e assistirem nada disso seria possível para provar a força que nós temos. Falando pela Tribo mesmo, tudo o que aconteceu nesses dois últimos anos nos trouxeram até este Tribo to Major, e é isso que estamos ansiosos para viver.”

Você pode pensar que chegar a este patamar em algum momento fosse algo que Gau (oi. Gau? Oi. Gau? Oi) pretendesse, mas não, aconteceu de forma natural. E com a Tribo, se não é algo natural, simplesmente não é da Tribo.

“Em nenhum momento a gente imaginou isso”, diz Gaules. “Não imaginávamos, mas sempre sonhávamos em ter feitos grandes e realizar coisas como este campeonato, mas aconteceu naturalmente. Foi o sonho que nós não havíamos sonhado, mas que agora estamos vivendo.”

FURIA, a equipe mais bem ranqueada no exterior, é presença constante na Tribonera

Foto: HLTV.org

Com classificatória aberta, o campeonato dá chance para qualquer membro da Tribo chegar ao ápice do Counter-Strike mundial, mas engana-se quem acha que se nenhum time desconhecido chegar à ESL One: Rio de Janeiro, a Tribo estará presente apenas nas arquibancadas. Isso porque os próprios pro players são membros confessos da Tribonera.

“Assistimos muitos times e muitos jogadores, e é muito legal acompanhar o desenvolvimento deles e delas como pessoas e jogadores”, diz Gaules. “Ter eles como parte da Tribo é muito legal porque você vê que não só a comunidade está do lado, mas também os jogadores profissionais e influenciadores. Se estão na arquibancada, estão vibrando com você, e se estão jogando, sabem que têm uma multidão ao seu lado na batalha. E claro, não tem só jogadores brasileiros, mas também estrangeiros que estão junto conosco, vivendo diariamente esta emoção.”

A América do Sul é paixão e habilidade. Sempre foi. A Tribo ajudou a colocar novamente a comunidade já forte da região entre as mais queridas do cenário global não só do Counter-Strike, mas dos esports.

E que momento melhor do que um campeonato da Tribo para colocar toda esta emoção em seu maior momento?

Que os gauleses joguem como torcemos, com o coração.

Boas-vindas ao Tribo to Major.