Na cobertura do estacionamento do LA Live, atrás do Centro de Convenções de Los Angeles, palco anual da E3, duas enormes tendas foram montadas. Embaixo do sol californiano esperamos por quase meia-hora enquanto os últimos detalhes eram checados lá dentro. Quando as portas foram abertas era possível ver um mini-anfiteatro montado, com capacidade para os 250 jornalistas do mundo todo que vieram à Costa Oeste dos Estados Unidos ver de perto as novidades da versão multiplayer de Call of Duty: Ghosts.

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O palco de um metro de altura era cercado por dois grandes telões, um de cada lado, e um terceiro no topo - além de enormes TVs de alta resolução que mostravam o logo do game. A contagem regressiva ainda marcava 30 minutos enquanto uma música pesada criava o clima de tensão e painéis de LED no teto da tenda mostravam imagens de nuvens passando (as únicasa da ensolarada Cidade dos Anjos). Enquanto a atração principal não começava, os telões que margeavam o palco mostravam as impressionantes estatísticas da franquia:

- 32.300.000.000.000.000 (32 quatrilhões caso você tenha perdido a conta) de tiros já foram dados. 
- 31 bilhões de caixas foram vendidas desde Call of Duty: Modern Warfare 2, o suficiente para encher 15 mil pirâmides no Egito ou construir 100 muralhas da China. 
- Mais de 5 bilhões de carros foram destruídos no game, o que equivale a 5 vezes o número de carros registrados no mundo. - 25 bilhões de horas jogadas, o que equivale aos 2.85 bilhões de anos de evolução da humanidade. 
- 100 milhões de pessoas já botaram suas mãos em algum game da série, número maior do que a população de muitos países grandes, como Alemanha, França, Reino Unido ou Itália.

3, 2, 1...

Quando as luzes se apagam, entra no palco o CEO da Activision, Eric Hirshberg. De terno, mas com a camisa aberta dois botões (para dar um ar de "descolado"), ele apresenta um vídeo que prova a importância e o poder de Call of Duty no mundo pop atual. São mostradas cenas de fãs gritando e fazendo fila em eventos do game; figuras do showbizz como Jimmy Fallon, Jay Leno, Johnna Hill, Robert Downey Jr. citando, jogando ou fingindo ser soldados em situações idênticas aos games; além de, claro, muita correria, ação e tiros.

Depois de falar que o mundo mudou muito nestes últimos dez anos, com um novo Bond, um novo significado à palavra "Vingador" e o surgimento de redes sociais, Hirshberg exaltou mais uma vez o sucesso de sua série, dizendo que ela continua fazendo o mesmo sucesso há uma década e que a palavra-chave desta bem sucedida carreira é diversão.

Em seguida foi exibido o trailer de Call of Duty: Ghosts, que tem a nova música do Eminem ("Survival") e começa com o pastor alemão Reily, uma das novidades desta nova versão. Como o foco aqui era no multiplayer, Reily desta vez teve pouco destaque, provando que ele deve ser importante mesmo é para quem resolver jogar sozinho as campanhas do game do que nas batalhas em grupo.

Confirmando o que já estava sendo especulado há tempos, o game traz uma customização dos soldados como uma de suas grandes novidades. Agora, não só armas e uniformes poderão ser escolhidas, mas será permitido também criar uma soldado mulher para participar da guerra entre os Ghosts - elite do que sobrou do exército estadunidense - e os soldados da Federação. O CEO da Activision e o produtor chefe da Infinity Ward, Mark Rubin, falaram também que esta customização não será apenas estética.

Cada mudança tem o seu propósito e muda o estilo do personagem. Novas armas também foram citadas, assim como um jeito mais orgânico de se mover nos cenários. Outra novidade do multiplayer é a possibilidade de criar esquadrões, que trabalharão juntos em missões ou batalhas, e o uso ininterrupto dos elementos do cenário para se defender, mas também atacar o adversário, deixando assim o game mais estratégico do que nunca.

Antes da demo, conversamos com Tina Palacios, gerente de comunidade da Infinity Ward em LA - ou seja, ela é a responsável por transmitir à produtora a resposta dos jogadores às mudanças do jogo. Sobre as novidades de Ghosts, Palacios disse que "a intenção foi não só satisfazer as diversas necessidade que os fãs tinham para um novo multiplayer, mas também trazer coisas que atraissem novos jogadores, pessoas que não conhecem muito bem COD".

Ao ser perguntada sobre a inclusão de uma personagem feminina no jogo, Tina se mostrou feliz e comemorou: "é ótimo ver que a indústria começa a olhar para esse lado. E fico mais feliz ainda de ver que as pessoas pediram isso e faz todo sentido, principalmente por podermos customizar completamente o avatar", disse.

Falamos mais sobre o game no Omelete Hyperdrive

Guerra em todos os lugares

Antes de passar a palavra, Hirshberg falou sobre Call of Duty Anywhere. Quem já está cadastrado na COD Elite vai poder conferir seu desempenho de qualquer plataforma. Não importa mais onde você está, no celular, tablet ou console da casa de um amigo, tudo o que você já fez no jogo poderá ser levado para qualquer lugar - inclusive para os consoles de nova geração, quando você decidir que chegou a hora de fazer o upgrade.

Rubin falou mais sobre a parte prática das mudanças, explicando que o que era apenas "legal", mas não tinha motivo para estar ali ficou de fora. O chefe da Infinity Ward falou também do sistema de pontuação de um novo personagem e das formas diferentes de jogar multiplayer. No modo Cranked você joga contra o relógio. Se não conseguir matar alguém antes do tempo acabar, quem explode é você. Em "Search and Rescue", o personagem morto deixa uma tag. Se quem pegá-la for alguém da sua equipe, você volta a jogar. Se for do adversário, já era.

No modo dos esquadrões, você pode jogar contra outros gamers ou contra uma inteligência artificial. No modo cooperativo é possível juntar equipes de até 6 pessoas e participar de batalhas uma contra a outra ou de um módulo que dura duas semanas e tem como objetivo conseguir dominar o máximo possível de pontos do mapa.

Yale Muller, produtor sênior da Activision, subiu ao palco para falar mais do aplicativo que eles desenvolveram e servirá não apenas na transferência de um personagem de um lugar para o outro, mas também para combinar uma partida com os amigos e como segunda tela.

Mão na massa

Depois da apresentação, pudemos colocar a mão no jogo multiplayer em protótipos com a mesma configuração do Xbox One. Os gráficos estão realmente impressionantes e cada um dos mapas apresentados ali mostrava bem como os elementos externos vão influenciar na física e também no áudio. Um tiro dado em uma sala fechada tem um som completamente diferente do que as rajasdas que saem na neve, ao ar livre, e uma granada que explode do seu lado deixa o ouvido zunindo por alguns segundos, atrapalhando a percepção de alguém chegando pelos flancos, por exemplo.

Os controles são bastante simples e intuitivos e em questão de minutos (e algumas mortes bestas depois) já é possível sair pelo cenário caçando os oponentes sem maiores problemas. O L2 tem resposta rápida para mira e funciona muito bem a novidade de manter a visão periférica do jogador no restante da tela.

A diversão profetizada por Eric Hirshberg está garantida mais uma vez. E agora com a possibilidade ainda mais imersiva de compartilhamento dos momentos com os amigos na versão multiplayer. Melhor que isso só se os Ghosts todo do título não fossem só as minhas mortes.

Na E3 2013 jogamos a campanha para um jogador - confira nosso preview

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