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Os melhores jogos de 2019 na opinião de Claudio Prandoni

A ascensão dos jogos indie, a excelência do hack'n slash e Hogwarts medieval

Por Claudio Prandoni 20.12.2019 11H50

Mais uma temporada se vai e com ela uma bela seleção de jogos dos mais variados tipos. Em 2019 eu acabei testando diversos tipos de games para Nintendo Switch e um bom punhado de jogos indie, ficando um tanto quanto mais distante dos grandes blockbusters multiplataforma - joguei sim de tudo um pouco, mas diversos AAA não consegui me aprofundar tanto quanto gostaria.

Minha lista de melhores jogos do ano traz então uma seleção de games nos quais me aprofundei bastante e que igualmente me surpreenderam, seja pela qualidade extrema ou por ideias muito originais.

Confira abaixo os meus queridões deste ano:

Devil May Cry 5

Depois de anos de hiato, a série Devil May Cry voltou com tudo - e mais um pouco. Acho impressionante como o game da Capcom consegue cumprir bem todas as expectativas dos fãs das antigas e ainda achar espaço para inovações e ousadia, tudo realizado com extrema excelência técnica.

Cada um dos três personagens da aventura traz jogabilidade refinada, precisa e intensa, que tanto resgatam o passado da série (em especial o irreverente Dante) quanto repensam e evoluem conceitos de games de ação ao estilo hack'n slash. Os Devil Breakers de Nero premiam a agressividade e criatividade, enquanto os poderes de V privilegiam um estilo estratégico que traz saudável diversidade a DMC5.

Tudo isso vem embalado com os gráficos maravilhoso proporcionados pela RE Engine, que se mostra versátil também para lidar com os duelos fluidos e frenéticos da série, direção de arte primorosa e uma trilha sonora irretocável com o hit Devil Trigger, um dos hinos de 2019.

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Fire Emblem: Three Houses

O primeiro Fire Emblem de Switch é um dos títulos mais acessíveis e flexíveis da franquia. Ele apresenta novidades e abre mão de alguns aspectos clássicos para apresentar uma experiência bastante focada na história e no desenvolvimento de personagens - inclusive com múltiplos caminhos.

Three Houses traz como grande novidade e atrativo uma rotina escolar para acompanhar, onde é possível conhecer melhor os personagens do seu time, recrutar outros guerreiros e descobrir mais segredos. O misto de fantasia medieval com Hogwarts dá certo e encanta, promovendo uma identificação maior com os personagens e aumentando os riscos durante as batalhas, que seguem ótimas e desafiantes como de costume.

O resultado é um jogo que honra toda a tradição da série, mas não tem medo de cortar alguns elementos clássicos para apresentar novidades divertidas e envolventes, que dão ainda mais espaço para a história e os personagens brilharem.

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Astral Chain

Em meio a tantos pesos pesados multiplataforma lançados em 2019, tenho a impressão de que Astral Chain ficou, injustamente, um pouco de lado. É um game que representa a Platinum Games em um de seus melhores momentos, realizando com esmero o que sabem fazer de melhor e se lançando a experimentos, ainda que nem sempre com o mesmo capricho.

O combate de Astral Chain constroi em cima das ideias de vários outros hack'n slash de sucesso da empresa, como Bayonetta, Metal Gear Rising e até Nier, ao colocar o jogador no comando do Legion, uma entidade independente com poderes próprios e variados. O sistema é genial e, apesar de exigir certo tempo de aprendizado, é divertido e extremamente empolgante.

Com ares de anime, Astral Chain ainda faz alguns experimentos com trechos simpáticos e ingênuos de investigação e partes pouco competentes de saltos em plataformas que trazem alguma variedade à campanha e ajudam a dar ainda brilho aos combates.

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Untitled Goose Game

Honk! Um dos jogos mais irreverentes da temporada tem como protagonista um singelo... ganso! E muito dessa simplicidade é também o charme de Untitled Goose Game.

É verdade sim que o jogo traz uma lista de pequenas missões para cumprir, mas a melhor parte da brincadeira é justamente sair tocando o terror e atrapalhando a vida das pessoas da bucólica vila apresentada no jogo.

Com certa inocência e um protagonista fofo, Untitled Goose Game resgatou pra mim muito da diversão simples que está na essência dos jogos eletrônicos, um contraste grande com os imensos mundos abertos cheios quest, missões paralelas e menus para explorar.

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Katana Zero

Os jogos da série Hotline Miami são algumas das minhas produções indie favoritas de todos os tempos e foi com imensa satisfação que vi esse legado continuar em Katana Zero.

A narrativa fragmentada do jogo se entrelaça de forma primorosa à jogabilidade frenética e intensa, resultando em uma experiência curta, mas incrível.

De quebra, Katana Zero traz um dos visuais pixel art mais bonitos e detalhados da temporada e uma ótima trilha sonora eletrônica ao estilo synthwave que reforça a atmosfera cativante do jogo.

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