Jogamos: Fortnite Festival é nova tentativa de reviver o gênero
Jogos de ritmo saíram de moda há anos, mas a Epic almeja trazê-los de volta ao mainstream
Guitar Hero e Rock Band foram, quase indiscutivelmente, o auge dos jogos de ritmo. Desde a época do PlayStation 2, uma série de títulos tentou reviver o apreço do público por esse gênero, mas o sucesso nunca foi o mesmo. Com Fortnite Festival, a Epic Games tenta trazer esse tipo de jogo de volta aos holofotes; a convite da própria Epic, o The Enemy testou o novo jogo, que traz adições divertidas, mas ainda é incerto se elas serão suficientes.
É difícil medir o que tornava os jogos da Harmonix tão únicos. Com Guitar Hero, a empresa introduziu o rock a uma geração inteira de adolescentes, misturando hits de várias épocas para criar um catálogo que é tão influente como trilhas de Tony Hawk’s Pro Skater. Em Rock Band, a experiência de tocar com seus amigos e viver a experiência de uma banda era o grande apelo.
Em nosso teste inicial de Fortnite Festival, também desenvolvido pela Harmonix, esses dois “charmes” são mais sutis. O repertório disponível era de músicas recentes, focado em grandes nomes do pop dos últimos cinco anos, mas ainda com alguns nomes mais próximos do circuito indie - é importante dizer, entretanto, que o catálogo será rotativo. A jogatina com amigos de Rock Band foi substituída por uma experiência online, bebendo da fonte de Fornite ao usar emotes e as skins do battle royale.
A proposta é simples: junte seus amigos em um lobby e defina uma setlist de até quatro músicas para tocar com eles. Cada um pode escolher a dificuldade e instrumento (guitarra, baixo, bateria e vocal) que preferir, e é possível que dois membros escolham o mesmo instrumento.
Depois de passar o lobby e uma curta animação com os membros da banda, a gameplay começa: são quatro botões correspondentes às “notas” que surgem na tela. Obviamente, basta apertar as teclas corretas no tempo certo para pontuar. Momentos familiares como notas duplas, contínuas e, claro, a versão atualizada do Star Power estão lá; o multiplicador de pontos conforme se acerta notas consecutivas, também. Sem muito segredo no que diz respeito ao gameplay.
Vale destacar que, diferente dos clássicos Guitar Hero e emulando outros nomes do gênero, há uma pontuação maior para acertar as notas no tempo perfeito. Há ainda um contador de tempo caso o seu instrumento de escolha tenha um grande intervalo na música escolhida - a guitarra em Seven Nation Army, por exemplo. Durante esse momento de “descanso”, o jogador pode abusar dos emotes de Fortnite que tiver em sua biblioteca.
Ao final de cada música, os membros recebem pontuações e estrelas individuais, e a banda como um todo também tem seu score. Jogadores mais atentos perceberão que há alguns caminhos para turbinar esses pontos, como ativar o Star Power ao mesmo tempo que seus colegas de equipe.
Paralelamente ao modo principal de jogo, Fortnite Festival ainda traz a mecânica de Jam para os jogadores. Em um lobby apenas para isso ou até mesmo em partidas do Battle Royale, é possível selecionar algumas músicas para realizar mashups inusitados — durante o teste, eu e outro jornalista demos boas risadas misturando os vocais de bad guy, de Billie Eilish, com a bateria de Mr. Brightside, do The Killers, por exemplo.
Nesses mashups, o jogo automaticamente determina um ritmo de batidas por minuto para que as músicas se encaixem, e os jogadores têm liberdade para customizar tanto o BPM quanto o tom de seus “experimentos”. Ainda que divertido, o Jam não é algo que se sustente por horas de gameplay, e provavelmente vai servir como distração para os momentos antes de embarcar no Battle Bus.
Ainda é cedo para definir se Fortnite Festival será um sucesso. Como principal arma, o jogo tem a gratuidade e a base de jogadores gigantesca de Fortnite; a Epic ainda pretende fazer com que todos os periféricos “musicais” sejam compatíveis com jogo - talvez seja a hora de tirar a poeira daquela sua velha guitarra.
Por outro lado, o jogo ainda tem fortes ares de MVP, sigla em inglês que se traduz para mínimo produto viável. Basicamente, é nítido que o game tem bastante a evoluir: multiplayer local e um modo carreira à lá Guitar Hero 3 seriam adições muito bem vindas - afinal, todos adoramos a batalha contra Lou, não é mesmo? Também não custa sonhar com a criação de conteúdos feita pela comunidade, tal qual acontece em mods como o Clone Hero.
LEIA MAIS
- Jogamos: Rocket Racing traz o melhor da Psyonix em novo sabor
- LEGO Fortnite é a combinação que tem tudo para dar certo
- Baldur's Gate 3 se iguala a God of War Ragnarök no TGA
Com potencial para evoluir, Fortnite Festival tem pessoas e recursos suficientes para tentar tirar o gênero do ostracismo. O carisma rústico do PS2 foi substituído pela estética de Fortnite, e a resposta do público a essa mistura determinará se o jogo alcançará seus objetivos.
Hey, listen! Venha se inscrever no canal do The Enemy no YouTube. Siga também na Twitch, Twitter, Facebook e TikTok ou converse com o pessoal da redação no Discord.
Aliás, somos parceiros do BIG Festival, o principal evento de jogos da América Latina, que aproxima o público com o desenvolvedor de jogos. Vem saber mais!