LoL: "Rensga só pagou cerca de 60% do prometido", diz Croc

Caçador também fez reclamação acerca de viagem de volta; Rensga comunicou que acusações são "inverdades"

Por Bruno Pereira 15.09.2021 21H48

O caçador sul-coreano da Rensga Esports, Croc, finalista do CBLOL 2021 com a equipe goiana, foi ao Twitter na noite desta quarta-feira (15) para pedir mais atenção com jogadores estrangeiros (imports) no país. Segundo Croc, a Rensga teria pago "cerca de 60 a 70% do valor prometido" aos jogadores, além de ser responsável por uma confusão envolvendo a saída dos jogadores de volta para a Coreia do Sul no período de férias.

Ainda não é claro se o valor a que Croc se referiu é acerca dos salários acordados, bonificações, premiações ou valores totais. Sobre a saída dele e de Yuri do país, o Caçador conta que foi um processo em que muita responsabilidade foi jogada em cima de ambos, com informações erradas e que resultaram em voo perdido e falta de clareza do próximo passo.

Croc (esq.) e Yuri (dir.) jogaram a final do CBLOL 2021 pela Rensga

Imagem: Bruno Alvares/Riot Games

"Nós dois fizemos (teste) PCR hoje pagos do nosso próprio bolso, e seguimos as instruções da equipe à risca - mas ainda assim perdemos o voo. Com isso, a Rensga nos disse que para pegar o próximo voo para a Coreia do Sul, teremos que desembolsar 5,2 mil reais cada um, ou 2 mil caso aguardemos o voo seguinte a este. Ainda nos disseram que se não pagássemos o dinheiro, ficaríamos no Brasil para o próximo mês, enquanto nossos companheiros brasileiros já estão indo para casa na próxima segunda-feira."

A reclamação (ou apelo) público de Croc não é o primeiro caso de jogadores coreanos tendo dificuldades no Brasil. Em 2020, BalKhan, que atuou pela Redemption no CBLOL, se retirou da equipe antes do final do campeonato e citou que diversos pagamentos não foram efetuados, o que foi confirmado por Patrick, outro jogador coreano da equipe, pouco tempo depois.

Em comunicado enviado à imprensa, a Rensga compartilhou um relato diferente, dizendo que os jogadores chegaram em horário permitido pela companhia aérea, mas que ainda assim não conseguiram embarcar. Também comunicaram que quitaram todas as dívidas com os jogadores, colocando o posicionamento de Croc como "inverdade". Leia na íntegra abaixo:

A Rensga BitPreço esclarece que as informações divulgadas pelo jogador sul-coreano Jong Hoon Park “Croc” em seu perfil do Twitter não condizem com a realidade.

Os dois jogadores receberam da organização os bilhetes para retornarem à Coreia nesta quarta-feira (15) e não conseguiram embarcar. Mesmo tendo chegado ao aeroporto dentro de um horário permitido pela companhia aérea, os dois sul-coreanos - e mais 15 passageiros - não procederam ao voo. 

Neste momento, o jogador “Croc” exaltou-se e precisou, inclusive, ser contido. Em seguida,  expôs situações inverídicas em seu perfil do Twitter. 

A Rensga BitPreço, portanto, tem total segurança em afirmar que todas as cláusulas contratuais - inclusive os débitos financeiros - foram cumpridas com os jogadores. A organização não se eximirá de apoiar os dois estrangeiros até que consigam retornar ao seu país de origem.

Jogadores durante a disputa da final do CBLOL 2021

Imagem: Bruno Alvares/Riot Games

Na tarde de quinta-feira (16), o CEO da Rensga, Djary Veiga, mostrou à reportagem do GE os contratos de Croc e Yuri, contendo bonificações. Djary compartilhou os comprovantes de pagamento referentes a todos os meses desde a contratação dos jogadores coreanos, cerca de R$ 10 mil por mês para cada.

A divergência apontada por Croc surgiu de uma negociação com a Nimo TV, uma possibilidade que acabou não se concretizando, e portanto não fazia parte dos dividendos. Em resposta, Croc disse que este bônus foi utilizado como forma de persuadir ambos a assinarem com a equipe, o que foi negado pela Rensga. 

Quanto à situação do aeroporto, a organização comentou que o embarque não foi permitido devido a uma política da companhia aérea, e que inclusive outros 15 passageiros também não puderam embarcar. A Rensga não se ofereceu para pagar os valores de voos seguintes por serem altos demais para a organização, mas ofereceu a estrutura da gaming house em Goiânia para os dois jogdores aguardarem até a semana seguinte (e não o mês seguinte, como Croc disse) para retornarem à Coreia do Sul custeados pela Rensga.

A situação do retorno dos jogadores ainda está em resolução.