“Pai da Jungle Moderna” e um dos Caçadores de League of Legends mais celebrados da história do jogo, Diamondprox está a caminho do Brasil. Segundo apurou o site Baserush, o jogador russo de 28 anos disputará a Segunda Etapa do CBLoL 2021 pela equipe da FURIA, que dispensou recentemente o Caçador argentino Follow.

Pai da Jungle Moderna

Diamondprox fez parte da mítica Moscow 5 que dominou a Europa no começo do cenário competitivo de League of Legends a partir da segunda temporada do jogo, em 2012. Naquela época, ligas regionais não existiam, e as partidas demoravam para acabar. Os Caçadores costumavam “respeitar” os limites do rio e jogavam como suporte para as rotas e escalando para o late game do jogo, e o jogo macro com rotações que vemos hoje não existia. Com a passividade das equipes, era comum que partidas acabassem acima dos cinquenta minutos de jogo.

Mas então chegou a Moscow 5 de Darien, Diamondprox, Alex Ich, Genja e GosuPepper (Edward), com um jogo agressivo e que mostrava pela primeira vez invasões constantes na selva, Suportes gankando o meio e andando com o Caçador, os russos criaram um meta caótico e que confundia os adversários.

Imagem: IEM

Na primeira vez que mostraram isso ao mundo, venceram a IEM Kiev com facilidade, batendo equipes tradicionais dos Estados Unidos e da Europa. Não muito tempo depois, venceram também o Mundial da IEM, o que trouxe relevância mundial para a equipe.

No maior desafio da equipe, no segundo Mundial de League of Legends em 2012, a equipe chegou com pompa tão grande que, como um dos principais seeds do campeonato, começaram direto nas quartas de final, onde derrotaram a vice-campeã chinesa Invictus Gaming por 2-0 - na época, apenas a final era disputada em Md5.

A Moscow Five só parou na a futura campeã Taipei Assassins, nas semifinais. Após abrir 1-0 na série, os russos foram parados pelo lendário meio taiwanês Toyz, que acabou com as partidas seguintes jogando de Orianna e Anivia, e pôs fim ao domínio russo no Rift, deixando uma nova era no League of Legends global: o que riscos grandes garantem grandes recompensas, se você for ousado o suficiente.

A equipe ainda disputaria o Mundial da Terceira Temporada, em 2013, já sem Edward como Suporte. Eliminaram a Samsung Ozone que seria campeã mundial em 2014 no desempate da Fase de Grupos e caíram para a coreana NaJin Black Sword de PraY, nas quartas de final, novamente por 2-1. Depois disso, a equipe deu disband e cada jogador seguiu o seu rumo, já com seus nomes cravados na história do League of Legends.

Diamondprox durante Mundial 2014

Imagem: Riot Games

Gambit, UOL, LCS e retorno de Diamond

Para Diamondprox, a saída da Gambit aconteceu de fato no final de 2015, mas a equipe já não mostrava os mesmos resultados: outros times haviam aprendido o seu estilo de jogo e o aperfeiçoado, principalmente as equipes coreanas, que sabiam se defender com um estilo de jogo defensivo e pragmático. Assim, Diamond sumiu durante um tempo do competitivo e teve resultados medianos até sair da Gambit.

O Caçador teve curta passagem pela Unicorns of Love em 2016 até disputar o Challenger Series (o Circuito Desafiante) da América do Norte, mas sem muito destaque. Diamond apenas voltou a brilhar quando retornou para a LCL em 2017, jogando por uma Gambit reformulada, mas que contava com seu ex-companheiro de Moscow Five, Edward.

A Gambit Esports em 2017, com Diamondprox e Edward

Imagem: Riot Games

Com a equipe, venceu duas LCLs e representou a sua região no Mundial 2017 e no MSI 2018, mas foram eliminados no Play-In das duas competições e não chegaram ao palco principal. Depois disso, a ascensão da Unicorns of Love e da Vega Squadron na Rússia travou a Gambit e Diamonprox na região, e não voltaram a vencer nenhum título.

O mais próximo que chegou novamente de erguer o caneco regional foi na Segunda Etapa de 2020, mas foram superados pela Unicorns of Love por 3-1 na final. A UOL, desde que saiu da disputa da LEC para voltar à sua região de origem, venceu todos os campeonatos e representou a CEI/Rússia no Mundial 2019 e 2020, além do MSI 2021. Depois do vice-campeonato em 2020, Diamondprox não teve seu contrato renovado e deixou a Gambit pela terceira vez na carreira, e esteve livre no mercado até sua contratação pela FURIA.

Diamondprox durante disputa do Mundial 2017

Imagem: Riot Games

O que esperar de Diamondprox no Brasil?

Diamond não atua profissionalmente desde a Segunda Etapa de 2020, um ano atrás. No seu último campeonato, foi um dos melhores Caçadores da região, ficando em primeiro lugar nas estatísticas de KDA, farm médio e ouro dos jogadores de sua posição. Também foi destaque em abates e assistências, mesmo enquanto era um dos jogadores com menor porcentagem de abates da equipe.

No entanto, Diamond é um Caçador que gosta de jogar com recursos, frequentemente ficando com cerca de 20% do ouro da equipe e devolvendo isso com mais de 60% de participação em todos os abates do time. A proatividade de Diamons pode ser crucial para a FURIA melhorar o seu jogo, visto que o Caçador da equipe na Primeira Etapa de 2021 foi o oposto de Diamond: o pior em estatísticas de KDA, um dos piores em farm e também em assistências.

Imagem: Riot Games

A comunicação provavelmente será um ponto de atenção da equipe. Apenas com brasileiros no elenco (Tyrin, Anyyy, Stepz e Damage), a FURIA terá de adaptar suas chamadas dentro de jogo para encaixar-se no estilo do seu novo Caçador, o que requer tempo e muito treino.

Pelo lado bom, o técnico dos Panteras é Edward, jogador com quem Diamond brilhou nos melhores momentos de sua carreira. Com certeza a contratação foi pedido do técnico, e agora precisaremos ver como trabalharão sem compartilhar o jogo dentro do Rift.

A contratação de Diamond deixa a torcida esperançosa por melhores resultados, mas certamente apreensiva com o tamanho dos desafios que a equipe terá para o CBLoL, lembrando que a FURIA terminou a Primeira Etapa de 2021, a primeira do Sistema de Franquias do League of Legends nacional, em penúltimo lugar, com apenas cinco vitórias em dezoito partidas.