Antes de começar, o CBLOL 2016 se configura como o campeonato mais polêmico da história do eSport brasileiro. O Omelete teve acesso a uma conversa do grupo de marketing da INTZ no Facebook que indica que a Riot Games, responsável pelo torneio, não só sabia da existência das relações familiares entre os sócios da equipe e da RED Canids (ex-INTZ Red), como fez um suposto acordo com a organização para que a separação dos times estivesse dentro do novo regulamento da competição.

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Na conversa, ocorrida em julho do ano passado, o proprietário da INTZ, Lucas Almeida comunica aos funcionários da INTZ Red: "Criamos um plano com a Riot e não venderemos a equipe. Na verdade, vamos investir ainda mais em vocês e devemos apenas mudar o nome e colocar mais pessaos (sic) pra ajudar na gestão. Podem ficar tranquilos que no final do ano será INTZ x RED com outro nome."

A conversa ocorreu dois meses após a divulgação do novo regulamento da Riot, que proíbe a existência de duas equipes sob o comando de uma mesma organização - as chamadas equipes irmãs. A desvinculação da INTZ Red e a criação da RED Canids ocorreu em 17 de dezembro, exatamente como Almeida afirmou na conversa acima.

Durante o ano de 2015, todas as equipes que possuíam times secundários anunciaram mudanças para se adequar às novas regras do CBLOL. Em maio, a G3nerationX adquiriu a Keyd Warriors, time secundário da Keyd. Já a KaBuM também anunciou a unificação de suas equipes em dezembro, desfazendo-se de diversos jogadores da KaBuM.Black.

Abaixo, você confere os prints da conversa de Almeida dentro do grupo. O Omelete teve acesso às conversas dentro do Facebook e conseguiu comprovar a veracidade da mesma. Confira:

Omelete procurou tanto Almeida quanto a Riot Games para falar sobre a conversa. O sócio da INTZ diz que "desconhece" a existência do chat. Posteriormente, ele afirmou que dará uma declaração sobre o caso no sábado (9).

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Em comunicado oficial, a Riot diz que "desconhece qualquer informação de plano envolvendo a empresa. No entanto, ressalta que averiguará qualquer menção a respeito deste assunto."

[ATUALIZAÇÃO 09/01 às 17:26] Veja a atualização do comunicado oficial da empresa, recebido pelo Omelete: "A Riot Games nega veementemente qualquer forma de acordo com qualquer equipe, ainda mais um acordo que infrinja a ética, a integridade ou as regras estabelecidas. Ressaltamos, ainda, que imediatamente após surgirem informações sobre vínculo entre INTZ e Red Canids foi iniciado um processo de investigação para a apuração dos fatos. Dessa forma, a Riot se pronunciará assim que esse processo for concluído."

Entenda o caso

A reviravolta no CBLOL ocorre depois da publicação da nossa matéria explicando que a Red Canids (ex-INTZ Red), criada para se adequar às novas regras da Riot que proibe a existência de múltiplos times sob o mesmo nome (as chamadas equipes irmãs) tem como sócios Dinara Guzairova e Luan Rodrigo Florencio de Almeida, que são, respectivamente, a namorada de Lucas Simões de Almeida e o filho de Rogerio Rodrigues de Almeida. Luan, inclusive, é jogador reserva da INTZ.

No início desta sexta (8), as demais equipes participantes do CBLOL se reuniram com a Riot e cobraram investigações por parte da desenvolvedora em relação aos dois times, podendo até não participar da competição em 2016.

Na nossa reportagem que revelou a existência das relações familiares entre os sócios da INTZ e da Red Canids, Philipe "PH Suman" Monteiro, gerente de eSports da Riot brasileira, disse ao Omelete que “no momento, as equipes estão dentro do regulamento. O que fazemos é exigir que as organizações tenham nome, CNPJ e quadro societário totalmente distinto umas das outras e essa exigência que fizemos, eles cumpriram”.

Entretanto, as demais equipes já haviam comentado sua insatisfação com a situação. Renan Philip, manager da Keyd, diz que a relação entre os sócios é "um tapa na cara da Keyd""Ano passado criamos um time para o CBLoL e já pensando nesse ano, repassamos essa equipe, acreditando que assim como lá fora a Riot seria muito exigente quanto aos novos donos dos times e faria uma pesquisa bem detalhada antes de anunciar qualquer coisa”, disse.

Gaules, dono da g3nerationX, que comprou a segunda equipe de League of Legends da Keyd em 2015, revelou que há algum tempo existe uma cobrança dos times para um esclarecimento sobre o caso. “Estava sendo cobrado há muito tempo não só dos supostos donos do time [RED Canids] para que eles se identificassem, mas da própria Riot. Não há clareza alguma. Todo mundo tem falado do contrato social, é uma situação em que deixa claro que não existe transparência e não existe o mesmo tratamento para todos os times”, comentou.

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No início desta sexta 

 

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League of Legends
  • Publicadora

    Riot Games, Tencent Holdings Limited, Garena

  • Desenvolvedora

    Riot Games

  • Censura

    12 anos

  • Gênero