Para a maioria pode parecer surpresa, mas quem acompanha a LOUD há algum tempo sabe que o lema de “fazer barulho” não é apenas da boca pra fora. E o League of Legends aprendeu isso.

Primeira organização de esports no mundo a alcançar a marca de um bilhão de views em vídeos no YouTube (ultrapassando até mesmo a FaZe Clan), a LOUD é conhecida primariamente por ter um nome forte no Free Fire e o seu trabalho com os influenciadores da marca, que hoje totalizam 15 nomes.

Em julho, a org contratou a primeira influenciadora diretamente ligada ao League of Legends, a streamer Bianca “Thaiga” Lula, e foi a primeira vez que a comunidade do jogo teve contato direto com os números estrondosos de seus fiéis fãs: 30 minutos após o seu anúncio, Thaiga já havia recebido 104 mil novos seguidores no seu Instagram, a mídia social mais utilizada pela LOUD, junto com o YouTube. Quando entrou na casa verde, em 5 de julho de 2020, a influenciadora tinha 249 mil seguidores. Hoje são 3,1 milhões.

Este é o Efeito LOUD.

Com o anúncio do sistema de franquias para o CBLoL 2021 e a contratação da Thaiga, muitos apontavam que a LOUD seria uma das principais organizações a pleitear um lugar na elite do League of Legends, uma das maiores modalidades do país. Com elencos no Free Fire e no Fortnite, era uma aposta segura de expandir os horizontes nos esports, já que este ano a LOUD realmente bombou no cenário de influenciadores, mas nas competições os resultados foram mistos.

No Free Fire, a equipe conquistou a Copa América em janeiro de 2020, mas ficou em terceiro lugar na 1ª Etapa da LBFF, 11º na C.O.P.A. Free Fire e 13º na 3a Etapa da LBFF - na qual inclusive teve que disputar o rebaixamento, mas se livrou sem maior sufoco. No Fortnite, aposta da LOUD na metade do ano com a contratação de Lasers e Leleo, resultados mistos, mas sem torneios de grande dimensão.

Sem surpresas, a LOUD foi anunciada como uma das dez equipes selecionadas para o sistema de franquias do CBLoL 2021, uma das únicas (junto com o Cruzeiro) a ter que formar uma equipe, comissão técnica e infraestrutura do zero, já que não estava presente na modalidade anteriormente.

Ninguém sabia muito o que esperar, só a certeza de que seria algo grande e barulhento.

O primeiro anúncio veio na quarta-feira (16), com DudsTheBoy e Ceos compondo a bot lane da equipe. Campeões da Primeira Etapa 2020 pela KaBuM, Duds é a cara da LOUD e mostrou um excelente ano, enquanto Ceos está entre os principais jogadores da posição no Brasil há pelo menos três Etapas do CBLoL - diria que muito mais. Com um vídeo apostando na identidade visual verde e com pintas de “funk ostentação” como carros e uma mansão - a gaming house da equipe, a dupla fez barulho, e os fãs não deixaram para trás.

Em 24h, Duds pulou de 6089 seguidores no instagram para 95 mil, aumento de 1517%. Já Ceos foi de meros 826 para 83 mil, aumento de 10072%. No momento desta matéria, os números continuam crescendo, com os jogadores portando 105 mil e 93 mil, respectivamente.

No dia seguinte, quinta (17), outra bateria de reforços: Tay, dyNquedo e Don Arts, este último um Caçador alemão destaque na EU Masters, ainda desconhecido pelo público brasileiro. Tay faz um perfil semelhante ao de Ceos: não usa tanto suas redes sociais, mas é querido pelos fãs. Já dyNquedo bate de frente (no clipe, literalmente) com Duds. Tem o DNA da LOUD no sangue, curte zoeiras e sarradas no ar, mas quando pisa no Rift se transforma. Tanto que levou o prêmio de Melhor Jogador de 2018 no Prêmio CBLoL.

Os números das mídias sociais dos jogadores ainda está crescendo, não bateu 24h de seus anúncios. No entanto, Tay já foi de 12,5 mil seguidores para 70,5 mil; DyNquedo pulou de 32,2 mil para 93,7 mil; E Don Arts, que está arriscando um português, foi de 1419 seguidores para 47,3 mil.

Não é o mesmo aumento explosivo que a Thaiga teve, por exemplo, mas não é menos absurdo. Não estamos falando de influenciadores agora, e sim jogadores. A sua tarefa principal não é produção de conteúdo e trabalhar as suas mídias sociais diariamente, como é o caso dos talentos da LOUD, e sim treinar duro e competir em seu mais alto nível - sem se deixar afetar pela grandeza da casa que estão. Jogadores vêm e vão, assim como fãs trazidos pelas equipes que representam. 

Outro ponto importante é que a comunidade mais fiel da LOUD vem do Free Fire, que vira e mexe bate cabeça com os fãs de League of Legends. Ainda precisamos entender se os números menores são em relação ao papel (jogadores, e não influenciadores) ou se os fãs da LOUD possuem certa rejeição à modalidade ou simplesmente não tem interesse - apesar de uma parte significante apoiar a LOUD independente de qual aventura seja.

Neste momento, o que importa é a positividade e o engajamento que os novos jogadores estão recebendo e curtindo. É uma equipe extremamente talentosa e com anos de carreira pela frente, e que terá por trás uma infraestrutura incrível para trabalhar, porque…

Crowe, enquanto disputava o CBLoL pela Vivo Keyd

Imagem: Riot Games

… a equipe por detrás do elenco do CBLoL e Academy é composta por incríveis TREZE profissionais.

Eles se dividem entre quatro patamares:

  • Gestão e manutenção das equipes: Felipe Cabral (Head de Esports), Arthur Santos (Psicólogo), Jéssica Lilian (Manager) e Vitor Kenji (Fisioterapeuta)
  • Operação do CBLoL: Crowe (Head Coach, ex-Keyd), RafaP (Strategic Coach, ex-Falkol) e Piroxz (Analista, ex-Redemption)
  • Operação da Academy: Loreviz (Head Coach, ex-LOUD FF), K0ga (Strategic Coach, ex-Havan Liberty) e Samyy (Analista, ex-Rensga)
  • Suporte e análise geral: Sávio Santos (Analista de Dados), jUc (Positional Coach, ex-INTZ) e Riyev (Positional Coach, ex-Falkol)

Uma operação complexa, mas que aparenta ter sido bem organizada e planejada, com nomes reconhecidos e experientes do cenário em todas as posições.

Talvez a única vez que vimos algo próximo a isso no CBLoL foi com a paiN Gaming na Primeira Etapa de 2018, quando totalizaram nove pessoas para a operação do League of Legends. O resultado foi péssimo: rebaixamento automático ao ficar em último lugar no campeonato, e muitos dos profissionais saíram no decorrer do ano. Falhas que certamente foram estudadas pela LOUD, que trouxeram nomes principalmente brasileiros e conhecidos, lembrando que a organização detém um poder de investimento grande para dar suporte à infraestrutura física a todos.

Imagem: LOUD

Para finalizar, no Academy a LOUD trouxe nomes que já disputaram CBLoL, Circuito Desafiante e outros que ainda não haviam aparecido muito ou sequer aparecido no cenário competitivo: Hidan (ex-Keyd), Mewkyo (ex-Santos), Liz (ex-Falkol Feminino), Aithusa (ex-Redemption), Brance (novato), Vitin (também conhecido como Steal, ex-Falkol) e Vahvel (ex-Falkol).

Uma equipe jovem e com potencial para absorver muita informação e utilizar 100% de uma comissão técnica robusta formada apenas para trabalhar a Academy, e que foi bem recebida pela comunidade de LoL e pelos fãs da LOUD, também sentindo os efeitos em suas mídias sociais.

Jogadores da LOUD comemoram o título da Copa América 2020 de Free Fire

Imagem: Garena

O “Efeito LOUD” é real e agora a comunidade de League of Legends sentiu em primeira mão o que isso significa. A organização entrou fazendo um barulho ensurdecedor mesmo em pleno distanciamento social. 25 pessoas no total “fizeram o L” e entraram em uma das organizações mais prestigiadas do Brasil, e sua tarefa só não é imensa porque é do mesmo tamanho da casa que representam.

A LOUD chegou ao League of Legends.