Injustice 2 é um dos games de luta que também conta com excelentes jogadores brasileiros no cenário internacional. E, entre eles, está ninguém menos que Bruno "KillerXinok" Henrique, um dos competidores que já fez excelentes participações em torneios pela América do Norte e América do Sul em Injustice e Mortal Kombat X.

Para 2017, o foco do jogador esteve na Injustice 2 Championship Series, o campeonato mundial promovido pela Netherrealm e a Warner Bros. que contou com uma seletiva completa em territórios brasileiro e latino-americano. E KillerXinok foi o campeão em ambos, ganhando o direito de representar o continente nas finais globais em outubro nos Estados Unidos.

Com isso em mente, o The Enemy conversou com o jogador durante a sua participação no Treta Championship LATAM 2017, realizado neste sábado (30) e domingo (1) na cidade de Curitiba. Um dos pontos mais abordados foi, inevitavelmente, a preparação e as esperanças para o grande campeonato internacional.

"Eu espero chegar até a final", comentou o jogador em entrevista. "Eu acho que tenho bastante chances de ganhar, eu só dependo de mim mesmo. Tem dois jogadores que eu sempre tive receio, que são o Sonic Fox e o Semiiij, esses são os que eu vou ter que treinar muito contra os personagens que eles usam. Não posso errar nada, não posso 'dropar' combo, não posso errar 'setup'".

A preparação começa estudando bastante o cenário norte-americano. "O que eu vejo lá nos Estados Unidos, diferente daqui, é que lá tem mais variedade de personagens. Por exemplo, Swamp Thing, Firestorm, vários personagens desconhecidos que poucas pessoas usam aqui, lá o pessoal masteriza ao máximo. Então você tem que estar preparado para qualquer tipo de personagem e jogador. Você não pode subestimar ninguém, você tem que estar preparado".

E a melhor forma foi procurar em um dos principais torneios classificatórios no país, a Injustice 2 Pro Series. "Fiquei de olho nesse campeonato pra ver quem eu ia enfrentar e quem ia tá de fora, pra eu me preparar e saber qual match eu ia jogar bem e qual match eu ia precisar de um personagem secundário. As vezes, o Flash não consegue lidar muito bem contra alguns personagens e eu vou me baseando nisso. Acabo treinando com quem joga com esses personagens que o pessoal de lá usa. Inclusive, eu já marquei com os jogadores daqui pra gente jogar 100, 150 partidas pra conhecer muito bem a match e ir pra lá bem confortável".

Aliás, um dos melhores jogadores do cenário, Dominique "Sonic Fox" McLean, é conhecido por ter vários personagens na manga. "Não é necessário, mas ajuda. O Injustice tem muito disso, muitas matchs são favoráveis pra muitos personagens, mas eu joguei de Flash a Liga Latina inteira e eu consegui lidar. Inclusive, na partida contra a Mulher Maravilha, que todo mundo falava 'troca, pega Deadshot', eu vou manter Flash porque eu tô confortável e eu sei quando contra-atacar e quando eu não posso".

No meu primeiro campeonato, eu tomei quatro a zero. Quatro a zero, e eu não desanimei ué.

Ele finaliza o pensamento com uma dica: "quanto mais você sofre pra ganhar de algum oponente ou um personagem, mais você fica melhor no jogo por que você vê maneiras de sair daquela pressão e daquele estado".

Além de participar do Mundial deste ano, ele também chegou entre os 50 melhores do EVO 2017, o maior campeonato de games de luta no mundo realizado todo ano nos Estados Unidos. "A única pressão que eu sinto na EVO é a quantidade de jogadores. Você tem que passar por uma série de umas 10 lutas pra chegar no top 8. Nervosismo, claro que tem, mas não tanto como era no começo. Não é uma intimidação pra mim, isso eu já consigo lidar. O problema é a quantidade de jogadores que tem lá, e o monitor que eu não consegui me adaptar antes", completa.

E, para incentivar novos jogadores no cenário, ele lembra um pouco do seu passado que nem sempre foi marcado por vitórias. "Inclusive, hoje aqui no Treta apareceu muita gente nova e o pessoal joga bem, só não tinha oportunidade. Não dá pra ficar pensando 'ah, tal pessoal vai no campeonato e eu não vou ganhar'; é aí que você evolui", explica.

"Eu não comecei assim. No meu primeiro campeonato, eu tomei quatro a zero. Quatro a zero, e eu não desanimei ué. Se esse cara consegue fazer, eu também consigo, aí o pessoal vai evoluindo".