Há dois meses atrás eu escrevi um opinativo criticando o formato da Série B da Liga Brasileira de Free Fire (LBFF), o apontando como desanimador e pouco atrativo para a comunidade, da torcida às equipes. Exaltei a importância do formato ser revisado pela Garena e demais responsáveis para as próximas temporadas, e felizmente as mudanças aconteceram mais rápido do que o esperado.

O novo formato da Série B, que estreia nesta terça-feira, às 18h, com transmissão nos canais oficiais do Free Fire no YouTube e na BOOYAH!, está mais competitivo e muito menos injusto em relação ao antigo. O terror que era disputar seis quedas, duas por semana, com o rebaixamento para a Série C batendo na porta, acabou.

Indo além, a desenvolvedora também se mostrou preocupada com a transmissão do produto e elevou o nível do time de talentos, que traz cinco mulheres, sendo duas apresentadoras, Tawna e Uma Noob; duas comentaristas, Carol Bombshell e Su Games;  e uma narradora, Acelora, que estará acompanhada de Marcelo Ferrantini e Carlos Andrade.

Reformular a Série B foi um acerto enorme da Garena, que além da pressão da comunidade, enfrentou também a pressão das organizações, principalmente aqueles que caíram da Série A, como Team Liquid, paiN Gaming, GOD Unidas, INTZ, entre outras que com certeza não queriam colocar em risco um investimento no formato antigo. 

A última final da segunda divisão e a Série de Acesso também podem ter sido um fator determinante, visto o nível das equipes da Série B. Não à toa, somente o Santos Real (agora só Real e-Sports), foi o único time da elite que sobreviveu ao Acesso. 

Vale mencionar ainda que a Série B se tornou um negócio. Com exceção da AmazonCripz, que não negociou sua vaga, e da Equipe X, que desde o início tinha uma organização por trás (Xisde), todos os demais times que subiram da Série B para a Série A negociaram suas vagas, abrindo espaço para times como a TSM FTX investir no cenário nacional. 

Manter o formato antigo seria um tiro no pé. Atrapalharia o crescimento do cenário como um todo, principalmente levando em consideração que, qualquer uma das equipes rebaixadas por disputar apenas seis quedas em três semanas poderia vir a se tornar um potencial negócio rentável, uma porta de entrada para a chegada de uma grande organização na elite.

No final, fica o recado à comunidade e aos demais responsáveis pela comunidade ser o que é: não tem problema questionar e cobrar mudanças, quando é claro, pelo discurso da maioria, que ela precisa ser feita. Nenhuma desenvolvedora constrói tudo sozinha. O apoio e as críticas construtivas, além das opiniões, são importantes no processo. Não é sobre reclamar de tudo ou nunca estar satisfeito com nada, é sobre se preocupar com o cenário, com a ciência de algo pode sempre ser melhor.