R6: Ique, Psycho e Twister discutem 2º turno do BR6 pós Invitational

Às vésperas da estreia do segundo turno do Brasileirão de Rainbow Six, o The Enemy conversou com Ique, Twister e Psycho, que trouxeram suas expectativas com relação a competição. Analista do BR6 e demais campeonatos oficiais, Ique destrinchou as principais contratações da janela de transferências e montou um Power Ranking com as dez equipes que estão na disputa do torneio. Psycho, capitão do Ninjas in Pyjamas, vem de um título mundial inédito, e comentou como sua equipe chega para disputar o campeonato, enquanto Twister, técnico da FURIA, trouxe o seu ponto de vista técnico para a discussão e falou sobre a importância dos bons resultados lá fora na evolução do cenário como um todo.

Ique destrincha o alto nível do Rainbow Six e mudanças e mercado de transferências

NIP, Team Liquid e MIBR. O Brasil ocupou as três primeiras colocações no Six Invitational 2021. O Mundial foi a prova de que o Rainbow Six é verde e amarelo. Ique diz que “as expectativas nunca foram tão altas”, apontando, além das campanhas de NIP, Team Liquid e MIBR, os resultados obtidos por FaZe Clan, FURIA e Team oNe, que também representaram o país em terras parisienses. O Analista acredita que o foco das equipes será bater de frente com os Ninjas, afinal, “quem não quer ganhar do campeão mundial?”. 

“Os outros times, que voltam de lá [do Six Invitational], vêm com os mesmos elencos, sem mudanças, porém com mais experiência e potencialmente mais foco. Acho que isso tudo será visível dentro do servidor. Ainda temos os quatro times que ficaram aqui e disputaram a Copa do Brasil: Black Dragons, INTZ, Santos e W7M. Dos quatro, apenas o Santos não mudou sua formação, e isso pode ser muito bom para eles”, pontuou Ique, que analisou as mudanças:

“A Black Dragons foi ousada na promoção do resetz e contratação do peres, são dois jogadores extremamente agressivos que vão ocupar o lugar de hugzord e Yoona, que atuavam mais como suportes. É um elenco onde os cinco jogadores estão confortáveis para jogar de forma agressiva e me interessa muito ver como eles vão estruturar o time, principalmente no ataque”.

“Dudds por Zaak foi uma troca bastante inesperada da INTZ, comunicando uma necessidade de mudança de ares. Ele [Zaak] é um jogador que chamou bastante atenção de quem assistiu a Copa do Brasil e tem um perfil dentro de jogo que lembra o do Dudds, o que pode facilitar esse início de trabalho dos Intrépidos”.

“A W7M também mudou muito, GdN e mav trazem muita experiência e história para o time. Não sei exatamente como será estruturado o time, mas o GdN tem o perfil de suporte, sendo especialmente lembrado pela sua frieza e clutches. O mav é bastante flexível, trabalha mais como intermediário com suas granadas, verticalização e coleta de intel para estruturação das jogadas tanto no ataque, quanto na defesa. Ele é naturalmente um IGL e certamente somará bastante à equipe”, completou.

• Veja as escalações das equipes do 2º turno do BR6 2021

Power Ranking: 2º turno do BR6 2021 by Ique

1º lugar - NIP: Campeões do mundo, incontestavelmente é o time a ser batido. Devem voltar com um gás absurdo para rastar também no BR6. Resta saber se virão fortes no formato Md1, que eles tanto desgostam. 

2º lugar - Team Liquid: Vem logo atrás, com uma line-up que está junto há muito tempo e é extremamente sólida. Não tem muito o que dizer, são extremamente competentes.

3º lugar - MIBR: Também muito sólidos, podem com certeza vencer o Brasileirão esse ano, especialmente depois de terem chegado tão perto de uma vitória contra o NIP na final da Winners no Invitational.

4º lugar - FaZe: Talvez tenham perdido um pouco do gás que trouxeram no início do Brasileirão, mas nada que não possa ser recuperado facilmente agora para a segunda etapa. São extremamente fortes em Md1, e vale lembrar que são eles quem estão em primeiro lugar na tabela do BR6. 

5º lugar - FURIA: Com um trabalho de longo prazo, voltam para o segundo turno com muita experiência trazida do Invitational, e podem certamente se manter dentro do TOP 6 no BR6 2021.

6º lugar - Team oNe: O time que se estruturou por completo durante a primeira janela de transferências do ano, e conseguiu representar muito bem o Brasil no Invitational, sendo eliminado pela SSG, campeã de 2020. Creio que se continuarem no mesmo ritmo e foco, agora também tendo mais experiência, como a FURIA, chegam bem no torneio.

7º lugar - W7M: A grande questão é se a chegada de dois jogadores super experientes surtirão o efeito esperado, pois a sinergia é tudo. Se a sinergia for de fato encontrada, os Bulls chegam fortes para o segundo turno, e certamente não ficarão em décimo lugar na tabela.

8º lugar - Black Dragons: Individualmente, todos os jogadores da Black Dragons são excelentes, porém, todos têm um perfil muito similar e essa é a minha maior preocupação em relação ao time formado. Nesse meta onde a bala fala muito mais alto do que um jogo “truncado”, isso pode vir a dar certo, mas a forma como as mudanças lá foram impostas, me faz questionar se a adaptação de todos os jogadores será rápida o suficiente para desempenhar bem no segundo turno.

9º lugar - Santos: Um time bastante jovem, que tem muita bala para trocar, mas que no primeiro turno deu alguns sinais de impaciência e ansiedade dentro do servidor. Tomaram várias decisões extremamente arriscadas em certas partidas e pagaram caro por isso. Espero que essa vontade de dar “all-in” em partidas do BR6 já tenha passado, e que eles venham com a mente mais dentro da partida no segundo turno. O ponto positivo deles é que não mudaram a line, e não precisarão passar por períodos desconfortáveis de adaptação durante a competição.

10º lugar - INTZ: O time que derrotou gigantes como FaZe e NiP nos momentos finais do primeiro turno do BR6, já vem há algum tempo dando sinais de que existe algo de errado acontecendo. Não sei exatamente o que é o problema, mas a instabilidade de suas atuações e as saídas repentinas do analista igoorctg e do jogador Dudds, me deixam inseguro em relação a como o time está se desenvolvendo.

NIP vai parar de esconder tática no Brasil?

Entre os times que não mudaram, está o atual campeão do mundo, que oscilou bastante ao longo da primeira etapa do Brasileirão, mas entregou um rendimento à altura frente aos melhores times do mundo. Muito se discutiu sobre os Ninjas esconderem o jogo no BR6 e se entregarem 100% nos torneios internacionais, mas Psycho discorda disso, ao mesmo tempo que coloca a classificação para o próximo Six Invitational como prioridade para sua equipe.

“Antes do Invitational, é comum a gente esconder uma coisa ou outra, mas isso não significa que o nosso resultado abaixo do esperado no primeiro Split foi por causa disso. Nosso foco agora é principalmente conseguir os pontos para o próximo Invitational e ganhar os nacionais facilitaria muito para a gente nesse sentido”.

Assim como Ique, Psycho acredita que o segundo turno será ainda mais disputado do que foi o primeiro, sendo a NIP o grande foco das outras equipes. O jogador reconhece que será preciso se reinventar em alguns pontos, porém afasta que a pressão deva atrapalhar o elenco.

“A partir de agora nós seremos mais estudados, geralmente quando voltamos de uma boa campanha, a maioria dos times tentam copiar muitas coisas que fizemos. A pressão por si só não acho que interfere muito, o que tínhamos que provar, já provamos. Nosso time é formado por cinco jogadores com capacidade de resolver qualquer problema dentro e fora de jogo, todos têm a mentalidade de vencedor e isso acaba facilitando as coisas para a gente”, disse o capitão.

Todo mundo ganha com o Brasil indo bem lá fora

A FURIA foi uma surpresa no Six Invitational, e apesar do 11º lugar, conseguiu bons resultados para um elenco inteiramente sem experiências internacionais. Técnico dos Panteras, Twister comentou a importância dos bons resultados do Brasil no maior campeonato da modalidade:

“É a validação de algo que todos nós envolvidos no competitivo da região já sabíamos, o Brasil está à frente como a melhor região do Rainbow Six. Isso já faz um tempo, mas alguns limitantes extra jogo impediam os times de chegar ao tão desejado título que finalmente conquistamos”.

Para Twister, a evolução da região com o bom resultado internacional do Brasil vai impactar além do Tier 1.

“Vai elevar ainda mais o nível da região. Não só os times do BR6 ganham, mas as equipes do Tier 2 e 3 também são favorecidas com a oportunidade de aprender com esses times que estiveram lá fora e adquiriram experiência. Esse intercâmbio de jogo é importantíssimo para o desenvolvimento nacional”, disse Twister.

Com isso, Twister acredita que a FURIA chega ainda mais empolgada pela busca de resultados ainda melhores no segundo turno do BR6 2021.

“Vejo um crescimento considerável para esses novos jogadores, a experiência de jogar contra estilos de jogos diferentes e ficar cara a cara com os melhores times do mundo com certeza fez com que voltassem mais capacitados e empolgados para continuar os trabalhos por aqui”, exaltou o técnico.