Everaldo Marques é um dos narradores mais versáteis na televisão brasileira: famoso principalmente por seu tempo na ESPN, onde comandava as transmissões de NBA e NFL, Everaldo também se garante no futebol, na Fórmula 1 - uma de suas maiores paixões - e em praticamente qualquer atividade competitiva. Agora no grupo Globo, o locutor tem um novo desafio pela frente: ao lado de Nyvi Estephan, ele comandará a apresentação do Prêmio eSports Brasil nesta terça-feira, dia 8 de dezembro.

Conversamos com Everaldo sobre sua trajetória e também as suas experiências com o esporte eletrônico. Confira:

Você já narrou dezenas de modalidades de esportes tradicionais, mas esportes eletrônicos começou com o torneio do Futebol em Casa, da Globo. O que achou da experiência?

A experiência começou um pouco antes, com um torneio de FIFA entre Brasil e Argentina, em que cada país era representado por um jogador do futebol tradicional e outro de eSports. O Brasil tinha Everton Ribeiro e Zezinho, e a Argentina, ‘Kun’ Agüero e Iago. Foi muito emocionante, porque o duelo foi decidido na prorrogação entre os dois jogadores do futebol tradicional. A experiência com o ‘FC: Futebol de Casa’ foi legal, porque o esporte eletrônico é mais veloz em relação ao futebol tradicional, então o narrador precisa estar muito ligado para não perder os lances. Além disso, os jogadores estavam ouvindo a narração e os comentários, então a gente podia interagir com eles durante as transmissões, provocar uma resenha, fazer mais brincadeiras. Foi uma situação bem diferente. Os jogadores estavam com um espírito bem legal, se divertindo, foi uma experiência bem bacana.

Assim como esportes tradicionais, eSports possuem diversas modalidades. Entender elas é algo que você está fazendo ou quer fazer?

Quando sou escalado para alguma transmissão dos eSports, procuro estudar muito, ler a respeito e conversar com o comentarista que conhece mais da modalidade. Jogar também ajuda a conhecer os controles, os comandos e as dificuldades. Confesso que sou muito ruim jogando, mas faço isso para me ambientar com o jogo.

Já chegou a assistir algum campeonato de alguma modalidade?

Quando soube que seria o apresentador da quarta edição do Prêmio eSports Brasil, passei a ver vídeos das principais modalidades, para entender como funcionam os jogos.

Diversos narradores de eSports brasileiros se inspiraram em narradores de futebol, adaptando seu estilo aos jogos virtuais. Você acredita que isso encaixa bem com o que os torcedores brasileiros gostam de ver (e ouvir) durante partidas?

Em qualquer tipo de narração, seja no esporte tradicional ou no eletrônico, o papel do narrador é passar emoção na descrição dos acontecimentos e explicar o que acontece, as regras básicas. Principalmente para quem nunca teve contato com aquele esporte. Se a narração ficar muito fechada em quem já é conhecedor do jogo, fica difícil que outras pessoas passem a gostar daquilo. É muito difícil as pessoas passarem a gostar de algo que não entendem. Por isso, esse é o papel que os narradores têm de seguir em todas as transmissões.

Você irá apresentar o Prêmio Esports Brasil com a Nyvi Estephan, uma das melhores apresentadoras de esports do mundo. Vocês têm trocado informações e estudo sobre os participantes e jogos?

A Nyvi tem sido muito parceira desde o início do processo, me deixando muito a vontade neste universo que é novo para mim. Já fizemos alguns ensaios para a premiação e tudo aconteceu naturalmente e super bem. O entrosamento está muito legal e a quarta edição do Prêmio eSports Brasil vai ser bem bacana.

Acredita que os esportes tradicionais podem aprender algo com os esportes virtuais?

Os esportes tradicionais são também um caminho para quebrarmos preconceitos com relação aos esportes virtuais. A associação dos dois pode ser crucial para ajudar a quebrar resistências.