O cenário brasileiro de Counter-Strike possui um líder muito claro: a BOOM de felps, yeL, chelo, boltz e shz venceu todos os campeonatos que disputou desde sua chegada ao país, provando-se como o time a ser batido por todas as outras equipes.

Comandados pelo técnico Apoka, nome que também já acumula bastante experiência, os jogadores terão seu próximo grande desafio no Tribo to Major, último torneio do circuito RMR e que pode sacramentar a vaga da equipe no ESL One Rio, o próximo Major de CS:GO.

O currículo da BOOM fala por si só: além das taças do CBCS, GC Masters, Redragon Challenge e Road to Rio, conquistadas em solo nacional, todo seu elenco já possui alguma rodagem fora do país e, em alguns casos, até mesmo no topo do cenário mundial.

Rodagem e longo período nos Estados Unidos

É impossível iniciar qualquer conversa sobre a BOOM sem mencionar seu principal nome: felps já conquistou o mundo usando as cores da SK Gaming, e a cada campeonato mostra que está um passo à frente do restante da competição. Desde que voltou a jogar no Brasil, o jogador impressiona com um rating constantemente acima de 1,20, alcançando as melhores marcas de sua carreira.

O mesmo pode ser dito de boltz, que brilhou tanto na Immortals quanto na SK Gaming; apesar de seus números não serem tão intensos como os de felps, a experiência internacional fala muito alto dentro do servidor.

A experiência de yeL, shz e chelo também fica clara em seus números. Analisando as estatísticas dos quatro títulos da BOOM, os três se destacam entre os jogadores que mais conseguiram opening kills (primeira eliminação de um round), e yeL mostra grande sucesso como jogador de suporte, sendo top 3 em sua eficiência com flashbangs.

Os quatro campeonatos somados ainda resultam em uma estatística que chega a ser bizarra: a BOOM teve uma diferença de +670 em seu K/D - ou seja, matou 670 adversários a mais do que morreu. O segundo time nessa estatística é a Sharks, com +69.

Os cinco têm uma qualidade individual absurda, é um time bem montado e montado para disputar lá fora. O que trouxe eles para o Brasil foi a pandemia”, explica Raules, analista da GaulesTV.

O nível lá de fora é diferente do nível brasileiro. É um time que foi montado pensando em disputas lá fora, mesmo que não fosse atuar entre os principais, é um time que já vinha em uma crescente”, ele completa.

Mesmo os nomes não tão badalados do elenco já são bem rodados: yeL e chelo estavam no elenco da INTZ que disputou a primeira fase do Starladder Berlin Major, quando o time ainda contava com kNg, Destiny e xand. Até shz, talvez o menos experiente da line-up, já teve passagem por Tempo Storm e Immortals.

No fim das contas, todos integrantes da BOOM já passaram longos períodos treinando fora do Brasil, elevando o seu patamar em comparação com o restante do CS:GO nacional.

Domínio nos mapas

A experiência se traduz em números: a BOOM acumula 39 mapas disputados desde o início de sua passagem pelo Brasil, com 33 vitórias e 6 mapas perdidos.

Por cima disso, os seis resultados negativos se traduzem em apenas duas derrotas para a BOOM; o time perdeu somente uma série melhor de três contra a Isurus (2-0 para os hermanos, em duelo no Redragon Challenge) e uma melhor de um contra a Vivo Keyd, na estreia da GC Masters V.

Claro que a experiência e qualidade individual da BOOM, por si só, trazem um diferencial gigantesco para a equipe, mas essa rodagem também se desdobra para outros aspectos do gameplay. “Eles jogam todos os mapas. Se você pegar as últimas partidas, eles variam bem os vetos deles”, explica Raules. “É uma equipe que não tem um insta-veto”.

A pool de sete mapas do CS:GO é integralmente aproveitada pela BOOM, que possui retrospecto positivo em absolutamente todos eles. Com pelo menos quatro partidas disputadas em cada mapa, o time tem 100% de vitórias na Dust 2 e na Nuke; seu menor aproveitamento é na Train, com 71,4%.

A título de comparação, a paiN de 2019, que varreu o cenário nacional com sua dominância, não chegou perto de ter esse aproveitamento: seus vetos eram muito bem definidos, com a Mirage quase nunca aparecendo nas partidas, e sua melhor taxa de vitórias foi de 75,8%, na Overpass.

Claro que o espaço amostral é muito diferente, já que aquela paiN teve 161 mapas disputados em 2019; ainda assim, a BOOM se mostra como uma potência fortíssima e que pode se consolidar como uma das melhores equipes na história do cenário brasileiro.

O time já está com um pé dentro do próximo Major: atual líder do RMR sul-americano, felps e cia. precisam de uma catástrofe para não conseguir a vaga. Uma das poucas situações que tiraria o elenco da disputa seria um título da Isurus no Tribo to Major, com a BOOM ficando na quarta posição.

Caso garanta, ao menos, a terceira colocação no torneio, os comandados de Apoka já estão classificados para o Major; se a Isurus não for campeã, os outros times precisam que a BOOM fique fora do Top 4 para que eles ainda tenham chance de se classificar.

O Tribo to Major começa no dia 18 de setembro, e a decisão do título está marcada para 11 de outubro. A cobertura completa do campeonato será feita pelo The Enemy, que também é o portal de notícias oficial do evento.