O EVO 2019 trouxe, como de praxe, muitos momentos e vitórias memoráveis para jogadores profissionais de todo o mundo. Um destes acontecimentos icônicos, inclusive, é a chegada de Renato Pereira Martins, mais conhecido como Didimokof, no Top 8 de um dos torneios.

No maior campeonato de jogos de luta do mundo, que ocorreu no início de agosto; Didimokof participou de 2 dos 9 torneios oficiais do EVO 2019: Street Figther V: Arcade Edition e Samurai Shodown. Neste último, o brasileiro ficou entre os 8 melhores jogadores.

Então, chamamos Didimokof para bater um papo com o The Enemy, para ele contar um pouco mais sobre como foi essa experiência, além de falar um pouco mais de si, sobre treinos e quais são os próximos passos quando o assunto é "torneio de jogos de luta". Confere só:

Quem é Didimokof?

O brasileiro de 32 anos que trabalhou com radiologia durante sua estadia no país, nos contou em entrevista que gosta de videogames desde criança, ganhando seu primeiro console quando tinha 7 anos. Quando ele colocou suas mãos no primeiro jogo de luta, acabou se apaixonando pelo gênero.

"Eu sempre gostei de competir", revelou Didimokof em bate-papo. Na ocasião, ele também contou que costuma ter poucos títulos em seu videogame, pois não tem costume de ficar comprando games para finalizar e/ou colecionar conquistas.

"Vou jogar [só 1 game], treinar e sair daqui, ir pra outro lugar, na casa de um amigo e ganhar dele, em campeonato... Sempre fui assim, competitivo", afirmou Didimokof. Seu primeiro jogo de luta, inclusive, foi The King of Fighters '94.

Renato "Didimokof" Martins
Twitter/@Didimokof/Reprodução

Trilhando o caminho do mais forte

Em 2017, Didimokof alcançou outro notável feito: venceu Ryota "Kazunoko" Inoue no Capcom Cup, contrariando expectativas ao usar seu volátil Dhalsim

Vale apontar que Kazunoko foi campeão do Capcom Cup 2015. Porém, mesmo com a vitória icônica, Didimokof terminou o torneio da edição 2017 no Top 16. 

Já neste ano de 2019, em sua segunda participação em um EVO, o brasileiro alcançou não apenas o Top 8 de Samurai Shodown, como também ficou no Top 16 de Street Fighter V: Arcade Edition.

"A ficha demorou um pouco pra cair", revelou Didimokof sobre o acontecimento. "Fiquei muito feliz, mas eu estava numa correria lá]". Isso porque ele participou de dois torneios no EVO 2019.

"Foi por isso que eu cheguei no palco [da premiação de SamSho] atrasado, porque eu estava jogando contra o Xian [no SFVAE]", explicou Didimokof. Na batalha entre os dois, quem levou a melhor foi o brasileiro.

"Ganhei do Xian antes de subir no palco. Por isso que eu subi todo feliz", brincou Didimokof. Por sinal, Kun Xian Ho é outro nome notável na comunidade de jogos de luta, já que ele ganhou o torneio de Super Street Fighter IV: Arcade Edition no EVO 2013.

EVO 2019: Didimokof vs Xian
Twitter/@Didimokof/Reprodução

Comunidade brasileira x americana

Didimokof está morando nos Estados Unidos há algum tempo e, por ter tido bastante contato com jogadores de games de luta dessa região, nos revelou que o nível deles é equivalente ao dos brasileiros.

A única diferença é que existem mais jogadores norte-americanos bons (com personagens específicos) do que brasileiros. "No Brasil tem o Brolynho que é bom com Necalli, só que aqui existem umas 10 pessoas [que jogam bem com o mesmo boneco]", explica Didimokof.

"Tem o HKDash que é muito forte de Bison, e que aqui tem uns 4, 5 [pro players de] Bison que jogam quase a mesma coisa", complementou. Didimokof ainda deixo claro que os norte-americanos não são melhores, porém, mas lá eles estão em maior número.

"Eu considero a cena [de jogos de luta] do Brasil melhor que a daqui", comentou Didimokof, adicionando que os brasileiros são mais unidos. "A única diferença é o dinheiro", já que os torneios norte-americanos oferecem prêmios de maior quantia.

Preparo e futuro

Quanto aos treinos, Didimokof revela que no início, quando Street Fighter V foi lançado ele costumava treinar bastante, chegando a jogar 8 horas por dia. "Hoje em dia eu jogo quando eu posso".

EVO 2019: Medalha Top 8 de SamSho
Twitter/@Didimokof/Reprodução

Curiosamente, desde que SamSho foi lançado (no final de junho), o brasileiro não encostou mais em SFVAE - e ainda assim, se consagrou no Top 16 no torneio do game da Capcom.

Mas Didimokof não chegou onde chegou por conta de sorte: "Particularmente, tenho muita facilidade com jogos de luta, eu aprendo muito rápido", explica o brasileiro.

Além disso, Didimokof está morando nos Estados Unidos com Ramon "Romance" Valencia, um jogador do México conhecido em meio à comunidade de jogos de luta da SNK, especificamente. Por conta disso, o brasileiro e o mexicano costumam treinar juntos.

Sobre os próximos capítulos, Didimokof afirma que ainda não há nada definido porque ele vai tentar estender sua estadia na terra do Tio Sam. "Se eu ficar, vou participar dos campeonatos daqui", revela o brasileiro. Caso o jogador não consiga ficar nos Estados Unidos por mais tempo, ele irá tentar se classificar em torneios da América Latina.

Você também pode conferir a entrevista com Didimokof na íntegra no podcast Ping, lançado nesta quinta-feira (22). O podcast pode ser escutado em todas as plataformas de streamings de áudio e aplicativos do gênero.