A FURIA zerou o cenário feminino brasileiro de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO), em 2021. Com um projeto forte, poucas mudanças e muita bala, as jogadoras conquistaram tudo o que tinham direito e criaram uma nova dinastia no Brasil. A ótima fase, inclusive, já dura um bom tempo e por isso os objetivos mudaram e se tornaram maiores, como olga e Segalla deixaram claro, durante a coletiva pós-título da Gamers Club Masters Feminina IV.

Segundo a dupla, não está nos planos da FURIA largar o cenário feminino do Brasil. Ainda assim, eles admitem que o grande ânimo do elenco já está em outras vertentes.

"Recentemente eu joguei no CBCS e fui capitão quase minha vida inteira. Quando a FURIA me fez uma proposta, eu só aceitei porque queria fazer história com elas. Até porque, a verdade é que elas não precisam de mim pra vencer campeonatos femininos, porque isso elas já estavam fazendo. O que eu vim fazer aqui é buscar o primeiro Mundial feminino para o Brasil e colocar uma equipe feminina numa Série A ou até CBCS, quem sabe", disse o treinador.

Olga por outro lado, demonstrou muita confiança no elenco atual da FURIA feminina. De acordo com ela, não basta uma ou duas estrelas numa equipe, "todas precisam ser muito boas no que fazem". Falando sobre cada um dos elementos que compõem as Panteras, ela fez questão de elogiar uma a uma e também falou de si mesma, a pedido do repórter:

  • GaBi: Ótima leitura e, com isso, consegue puxar muitas calls importante no meio dos rounds
  • Gabee: Muito centrada, está sempre acalmando a equipe e cortando a afobação na comunicação
  • Izaa: Passa call desde o freezetime e sabe bem como encorojar e aumentar a moral do time
  • Kaah: É a player mais inteligente do cenário
  • Segalla: Entende demais do jogo e sabe exatamente quando gastar os pause
  • Olga: É a player que melhor joga agressivamente, além de deixar o clima mais leve com brincadeiras, mesmo durante as partidas
FURIA/Reprodução

Mesmo com o quebra-cabeças muito bem encaixado, como destacou olga, ainda há alguns obstáculos pela frente. Alguns deles tão antigos quanto a própria cena feminina, já muito citados pelas jogadoras, mas ainda não resolvidos.

"Nós precisamos conquistar mais os times masculinos. Não adianta, pra ser bom você tem que treinar contra leão", afirmou Segalla. "Infelizmente ainda tem muito time que tem receio… Assim que começarmos a treinar mais contra os melhores do Brasil, nossa evolução será um processo natural. Mas nós estamos fazendo todo o possível, tático de manhã, cinco mapas à tarde, enfim… É questão de tempo até acontecer e eu tenho certeza que vai acontecer", continuou.

Sobre o assunto, o coach ainda disse que, do top 10 nacional, "no máximo, estourando, somente quatro equipes aceitam treinar conosco". Ainda assim, olga corta um dos problemas do passado e nega que as equipes 'trollem' nos treinos e ainda cobra uma mudança de postura também da própria FURIA feminina.

"Eu já joguei nos dois cenários e já fui da equipe que treinava contra times femininos. Posso dizer que o que muda contra a gente é  psicológico dos adversários. Por considerarem uma equipe inferior, eles já entram mais confiantes, indo mais pra cima e nós temos que ficar naquela função de ficar punindo leão. Até com a gente isso acontece às vezes e nós somos as leoas e os adversários os gatinhos", explicou. "O que nós precisamos é fazer o mesmo, ter mais consistência e confiança e não se espantar por ser um time da Série A", completou a jogadora.

Apesar da temporada ainda não ter chegado ao fim, a maioria destes planos foram traçados para 2022. Segalla conta que para o ano que vem o time já aguarda um posicionamento da WESG sobre o Mundial Feminino e disse que também espera mais bootcamps para as preparações do ano que vem.

"Bootcamp é um adianto imenso e qualquer time sabe disso. É inigualável quando todos estão juntos no office e treinando bastante. E para isso acontecer não é difícil, pois basta conversar com a FURIA, já que eles são bem tranquilos. Principalmente se tivermos grandes campeonatos pela frente, como o próprio Mundial", contou Segalla.

Após vencer a GC Masters Feminina e sem ter em vista nenhuma outra grande competição de mulheres do mesmo porte, os olhares das FURIOSAS se voltaram para a Série B da Gamers Club. A competição já está em andamento e o time ficou no Grupo 1. A estreia será contra a No-Org, nesta segunda-feira (22), a partir das 21h.