A grande final do CBCS Elite League 2022 Season 1 de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) ficou marcada por grandes momentos, mas também por diversos problemas que aconteceram durante o presencial. Vicenzzo Mandetta, que é Manger da ODDIK, finalista da competição, conversou com o The Enemy e fez críticas ao campeonato, além de pedir por melhorias.

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Aos olhos da torcida, tanto de casa quanto do presencial, alguns problemas técnicos já estavam escancarados. Isso porque o torneio atrasou mais de duas horas do horário marcado inicialmente e ainda teve algumas pausas técnicas, principalmente no primeiro mapa. Segundo Vicenzzo, foi uma surpresa quando seu time chegou para aquecer e os computadores não funcionavam.

"Cada equipe ficou de um lado e parecia que do lado da INTZ estava tudo certo. Mas quando chegamos, vimos que dois monitores nossos não davam vídeo e perdemos tempo de aquecimento por conta disso. Também teve o fato do computador do TS ficar no meio dos meninos incomodando e os vários problemas de áudio. No primeiro mapa, nós tivemos que pausar o jogo nas quatro primeiras rodadas, então ali já dava para perceber que estávamos tendo muitos problemas técnicos", contou.

Durante os jogos, outro ponto que complicou os atletas presentes foi o barulho do local, que misturava a apaixonada torcida brasileira, com o alto volume das caixas de som que estavam no palco, ao lado dos próprios jogadores.

"A torcida está aí para fazer o show dela e não tem problema nenhum nisso. Pelo contrário, tem que ter mesmo e inclusive com cada vez mais pessoas", afirmou Vicenzzo apontando que o problema era outro. "Mas o mínimo que o evento pode fazer em relação a isso, é dar abafadores para os jogadores, de modo que o som não vaze. Mas não foi isso que aconteceu, vazou torcida e até caster. O abafador era um fone de ouvido, nada além disso", completou o raciocínio.

As críticas não pararam por aí e outros equipamentos também foram alvo de insatisfação: "Ainda tem o fato dos monitores serem 144hz e isso na final do campeonato brasileiro de Counter-Strike, não faz sentido. Fora todo o atraso, enfim… Mas só para deixar claro, nada disso tira o brilho da vitória da INTZ Arctic, pois foram melhores e superiores e mereceram o título. Eles fizeram uma campanha invicta, então não tem nem o que falar mal de um time desses", disse o Manager.

Para Vicenzzo, alguns erros são inaceitáveis, pois são reincidentes: "Pelo que eu sei, da última vez também foi um monitor 144hz e agora voltou a acontecer. Então assim, eles já tiveram o feedback negativo e ainda assim nada mudou".

As críticas não ficaram apenas do lado dos vice-campeões. Short, que é capitão da INTZ Arctic, campeã do CBCS, também afirmou em uma outra conversa que se decepcionou com alguns pontos.

"Eu joguei na estrutura do primeiro CBCS, em 2019, na final de um campeonato universitário. Lá a estrutura estava muito boa - desde os computadores até os monitores, e também foi tudo muito bem organizado. Hoje, três anos depois, eu me surpreendi de não ter encontrado a mesma coisa. Na minha visão, os dois principais problemas foram o atraso, além do monitor serem 144hz, ao invés de 240. Isso atrapalhou os dois times, com certeza. Mas se tivessem arrumado pelo menos essas duas coisas, creio que seria impecável, até porque a fase online e o evento foi muito legal. Ficam aí essas críticas construtivas para termos algo ainda melhor nas próximas."

Apesar das falhas, o Manager da ODDIK diz que nem a equipe e nem os jogadores devem se deixar levar por este tipo de coisa:

"Eu não diria que essas coisas desanimam o jogador, mas com certeza frustram. Até porque, na casa deles, eles têm um monitor melhor do que o do campeonato e, na teoria, quando você chega em um torneio presencial, você espera ter tudo do bom e do melhor. Mas no fim das contas isso não pode nos abalar, pelo contrário, tem que dar mais sangue no olho para conseguirmos disputar campeonatos ainda maiores e não passar mais por isso."

Inclusive, fica a experiência para a próxima…

"O aprendizado que fica é talvez entender melhor o ambiente em que estamos jogando. Eu não diria nem em se deixar afetar, mas sim olhar em volta, ver o que estamos fazendo e tentar tirar proveito do todo", opinou Vicenzzo, enquanto apontava que a INTZ Arctic teve mérito por ter se adaptado melhor nas adversidades.

Torcida fez show à parte no CBCS.

Foto: Cesar Galeão/LNK Gaming

Em meio a tudo isso, Vicenzzo também deixou claro que a ODDIK não tem tempo para lamentações e prefere focar no trabalho a ser feito. Não à toa, eles já tem em mente duas frentes para trabalhar em um futuro próximo.

A primeira delas, inclusive, tem tudo a ver com as reclamações externadas durante a entrevista. Segundo o Manager, uma união entre as organizações e jogadores "tem que acontecer pra já".

"Assim que acabou o jogo, eu conversei com o Dom [um dos donos da Arctic] e o Short [capitão da Arctic], parabenizei eles e avisei que falaria desses problemas, deixando claro todo o mérito deles. Também pedi que nós pudéssemos conversar como uma unidade, não só a gente, mas os outros times participantes também, para que tenhamos uma voz ativa e mais forte. Passou da hora das organizações se unirem para que este tipo de coisa não volte a acontecer ou ao menos seja resolvida da melhor maneira possível”, revelou.

Já a segunda, é voltada ao novo elenco da ODDIK, que enfim terá uma estrutura para trabalhar após meses como Uno Mille.

"Este é um início de trabalho na ODDIK. Apesar dos meninos já estarem juntos antes como Uno Mille, é só agora que poderemos oferecer estrutura, bootcamp, trazer eles para São Paulo para jogarem juntos… Pode ter certeza que vai sair coisa boa da ODDIK para o segundo semestre", prometeu Vicenzzo em nome da organização.