Nomeado como "Danger Zone", o modo battle royale chegou ao Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) em 2018 e foi muito comentado na época. A decisão foi um acerto da Valve, principalmente pelo sucesso da modalidade naquele ano. No entanto, a execução do modo e a continuidade dada nele, deixaram muito a desejar. Dito isto, falo aqui, neste texto, algumas mudanças que eu gostaria de ver no DZ.

Escassez de itens

Um dos maiores problemas que enxergo no Danger Zone é a escassez de itens dentro do mapa. Eu não espero que o jogo simplesmente nos dê os melhores equipamentos de mão beijada, até porque lootear faz parte da dinâmica. Mas passear por diversas áreas e encontrar na maioria das vezes facas, pistolas, shotguns ou com muita sorte submetralhadoras, é bem frustrante.

Dentre outras coisas, a maior graça de um battle royale e do próprio CS:GO é trocar tiro. Afinal, são jogos de tiro. Para que isso seja mais prazeroso, ter boas armas é essencial. Como disse, não acho que precise ter AK, M4A1 e AWP para todo canto, mas não deveria ser quase impossível ter essas armas ou consegui-las apenas nos momentos finais da partida.

Se olharmos para os maiores sucessos do gênero, como PUBG e Call of Duty Warzone, não é em todo lugar que achamos as melhores armas possíveis, mas também está longe de ser uma tarefa extremamente árdua ou que só é possível nos momentos finais do game.

Passar boa parte do jogo com um Glock com 30 balas é chato e mudar isso seria um bom passo para trazer mais diversão para dentro do jogo.

Times e mapas maiores

Não tenho dúvida alguma que a maior beleza dos jogos online é jogar com amigos. Quanto mais, melhor. Por isso, acho um problema o modo battle royale do CS:GO focar mais em jogos solo e duo. Ter um time de ao menos quatro pessoas seria muito mais interessante e divertido.

Para isso, também seria preciso aumentar o tamanho dos mapas. Os do modo Danger Zone são em sua maioria pequenos, principalmente se comparados a outros do gênero. Claramente são feitos para jogos com menos pessoas e é por isso que para implementar um squad, também exigiria mapas maiores.

Com um mapa maior, mais amigos e mais trocação, com certeza a diversão cresceria na mesma proporção.

Valve/Reprodução

Tudo é muito cru

Aproveitando o assunto dos mapas, vamos entrar no tema de que todos parecem muito crus e extremamente genéricos. A impressão é que estamos jogando no BETA ou que um fã esforçado sem receber nada pra isso criou para se divertir. Os locais de um mesmo mapa são muito semelhantes, as visões normalmente são bem ruins, as casas não tem porta, enfim… É tudo muito sem graça e pouco característico.

A decisão de lançar um modo battle royale no CS:GO, apesar de acertada, também deveria ser muito mais ousada. Confesso que fui extremamente otimista e até ingênuo. Tive, erroneamente, altas expectativas, pois esperava que o modo chegasse para concorrer de frente com outros, como fez o próprio COD, que tem um jogo totalmente diferente a parte e, ao mesmo tempo, um battle royale muito bem feito. Mas me enganei… O Danger Zone chegou para ser "apenas mais um" juntamente do Braço Direito, Corrida Armada e afins.

Eu acredito sim que cenários mais bem feitos, únicos e chamativos chamem atenção e tragam uma imersão maior. Você pode pensar diferente e não tem problema nenhum nisso. Mas vamos concordar que capricho e criatividade são o mínimo… E aqui faltou ambos.

Valve/Reprodução

Mecânicas diferenciadas

Outro ponto negativo que chama atenção no battle royale do CS:GO é a falta de mecânicas divertidas, que trazem um diferencial e realmente fazem diferença no jogo. Temos algumas como o tablet, salvar reféns, plantar C4 e mais. Porém, a verdade é que tirando o próprio tablet, tudo é completamente descartável e chato.

Sei que o CS:GO é conhecido pelo conservadorismo na gameplay e vários jogadores tem uma completa aversão - diria até fobia - a coisas que fogem muito do padrão. Mas ousar um pouco, principalmente em um modo novo e não no clássico 5 vs 5, não seria pedir mais.

Faltam desafios diferentes, novas formas de jogar, a inclusão de metas… Quem sabe isso não mudaria com a presença de veículos ou talvez de personagens com funções específicas que nem precisem fugir tanto do game, apenas que tankem mais, tenham mais espaço para granada, médico, enfim… Inclusões de mecânicas que trazem diversão e team play de maneiras inteligentes.

O Danger Zone já tem o mais importante que é a gameplay quase perfeita do CS:GO. Ter alguns diferenciais no modo seria uma cartada e tanto para entrar na concorrência de vez.

Valve/Reprodução

Largado à própria sorte

Por fim, creio que o mais importante aqui seja falar como o modo está largado à própria sorte - assim como a maioria das coisas em relação ao game, devo dizer.

Pasmem: O Danger Zone fará quatro anos de vida em 2022!

E o que mudou de lá pra cá além de nada? Quais foram as grandes atualizações, os novos metas e as grandes novidades que agradaram jogadores assíduos e até trouxeram players para voltar a jogar o modo ou testar pela primeira vez?

Digo que esta é a parte mais importante pois, se o modo está largado e ninguém pretende fazer nada quanto a isso, nada do que citamos anteriormente acontecerá de fato, assim como outras melhorias não citadas aqui. Isso sem contar o tanto de eventos, parcerias e atualizações que aparecem nos battle royales vizinhos, de forma constante. 

É triste ver o abandono de projetos com tanto potencial, mas essa é a realidade... Ao mesmo tempo, tenho pleno conhecimento da forma como a Valve trabalha e que dificilmente ouve a comunidade, mas não custa seguirmos buscando sempre pelo melhor em algo que amamos.

E Valve, se está tão difícil assim mexer no Danger Zone, abra as portas para a comunidade. Temos projetos incríveis nos mapas da oficina, que vão desde modos de jogo totalmente diferentes, até cenários extremamente bem feitos e elaborados. Tenho certeza que a comunidade é capaz de fazer maravilhas no battle royale também.