The Rising, o primeiro split do CBCS 2020, já está em sua reta final: o campeão será definido amanhã, 6 de junho, no duelo entre BOOM e Redemption. Com trajetórias bem diferentes, uma das equipes representa o amplo favoritismo, enquanto a outra traz a narrativa de superação desde o início dos Playoffs.

A BOOM não é nem um pouco desconhecida no cenário. A line-up que germinou há anos como NTC se redesenhou várias vezes até encontrar a formação atual. Com felps e boltz trazendo bastante poder de fogo, o time é completo por chelo, yeL e shz - no comando, o experiente Apoka.

Com anos de rodagem no cenário internacional, a BOOM está alguns passos à frente da concorrência. Todos seus jogadores já treinaram por extensos períodos na América do Norte, região em que a line-up disputava todos os campeonatos.

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A mudança para o Brasil, portanto, coloca um status quase automático de favoritismo na BOOM. Algo que, na visão de Apoka, é uma das principais faíscas de motivação para a equipe: “A gente sabe que por mais que muita gente possa não falar, acredito que a gente é o time que todo mundo quer vencer. Todo mundo quer vencer todos os times, mas acho que mais é a gente, no momento”, explica o treinador em coletiva de imprensa.

Ainda assim, ele não nega que o time passou por algumas dificuldades em encontrar inspiração: “Realmente a gente ficou muito triste, a gente iria ficar quinze dias treinando em Malta, depois desses 15 dias a gente iria jogar a ESL Pro League em Malta, que ia ser em LAN”.

Depois disso, a pandemia de COVID-19 acabou sitiando a equipe no Brasil, longe do cenário com o qual estão acostumados, no Canadá. Teoricamente em uma região mais fraca, Apoka garante que a equipe não ficou tão defasada em questão de treinamentos - muito disso vem graças ao bom potencial dos times locais.

Era uma preocupação, mas eu acho que se a gente pegar os times brasileiros, tem muito time forte”, ele afirma, mencionando equipes como paiN, Imperial e a própria Redemption.

O mês que a gente treinou pro RMR aqui, eu até comentei isso pros jogadores, alguns discordaram, mas na minha opinião, os treinos estavam melhores do que no próprio NA, porque eu via o pessoal do NA reclamando muito”, conta o técnico, mencionando até mesmo que alguns jogadores estavam se interessando pelo Valorant.

Do lado da Redemption, a preparação é intensa

Representando a Redemption na coletiva de imprensa, DRG é o capitão da equipe que irá defender o título conquistado no último split do CBCS. À época, a organização gaúcha superou a Imperial por 2-1, e agora terá um desafio ainda maior por vir.

O time, entretanto, não está desacostumado a entrar como zebra no servidor: a própria semifinal contra a Sharks é exemplo. O time de jnt, exit e leo_drunky possui extenso histórico de treinos na Europa e também já participou de alguns campeonatos internacionais, experiência que trouxe uma performance invicta na fase de grupos.

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Sem se intimidar, a Redemption sabia que ia precisar de seu melhor jogo para voltar à final, e chegou a alterar sua rotina para que o resultado fosse positivo: “A gente trabalhou muito pra tentar ganhar dos caras, trabalhou o dia inteiro. A gente aumentou as horas de treino, fizemos muitas coisas novas. Acredito que contra a BOOM vai ser do mesmo jeito, no mesmo pique”, contou DRG.

No campo psicológico, o favoritismo do rival também não é um problema para a RDP, que consegue manter a cabeça no lugar em confrontos difíceis.

Na maioria dos jogos, a gente é o time que não é favorito. A gente sempre tenta manter a mentalidade de que a pressão tá do lado dos caras. A gente tem um psicólogo que ajuda muito a gente nesse trabalho, mas a gente tenta sempre manter a cabeça no lugar, sem desfocar do jogo e sem desrespeitar o adversário”, explica o capitão.

A parte mental também foi favorecida pela troca de sutecas por W1, anunciada em abril deste ano. Sem entrar em detalhes sobre a saída de sutecas, DRG exalta a participação do novo membro em uma atmosfera mais amigável dentro da equipe.

Com o W1 no time, eu acho que a nossa mentalidade abriu. Todo mundo consegue falar o erro do outro dentro do treino [...] a gente consegue falar um na cara do outro sem o próprio player levar pro pessoal”, ele conta. Fora do jogo, DRG também diz que o clima é tranquilo, de muitas risadas, algo que ele enxerga como benéfico para a performance.

Em uma espécie de bolão para o resultado da final, tanto Apoka quanto DRG acreditam em um 2-1 bastante apertado. Apoka até brinca que gostaria que o último mapa chegasse a ter múltiplas prorrogações.

O grande campeão será definido amanhã, 5 de junho, em confronto melhor de três. A final será transmitida tanto pelos canais oficiais do CBCS quanto no SporTV 3.