O "Caso Sol" teve um novo episódio recentemente. De acordo com perícia solicitada pelo Ministério Público, o acusado de assassinar a jogadora de Call of Duty Mobile, Guilherme Alves Costa, não apresenta traços de distúrbios psicológicos. A informação veio do site UOL.

Ingrid Oliveira Bueno da Silva, conhecida no COD como Sol, foi assassinada em fevereiro deste ano. A jogadora da FBI E-Sports foi encontrada morta na casa de Guilherme, que assumiu a autoria do fato de forma fria em vídeos enviados para colegas que conheciam tanto ele quanto a vítima, de apenas 19 anos.

O caso ganhou grande notoriedade pela crueldade que tudo supostamente foi feito e também pelos próprios vídeos de Guilherme. Na época, a organização que a jogadora fazia parte comentou o seguinte:

"A nossa jogadora SOL foi brutalmente assassinada. Queria poder ser mais delicado sobre esse assunto, mas estamos em choque. Ela desapareceu há alguns dias e foi encontrada morta por um psicopata que a esfaqueou, gravou e postou nas redes sociais."

Guilherme ainda não foi levado a júri pois foi submetido a um laudo que tinha como objetivo avaliar a sua capacidade mental de entendimento do que é certo e errado. Este teste serve para confirmar se uma pessoa pode ser imputável, inimputável ou semi-imputável.

Como explicou Nicholas Bocchi, advogado consultado pelo The Enemy, a inimputabilidade pode ser reconhecida quando a pessoa, por qualquer razão, não possa distinguir o que é certo e errado, legal e ilegal, em nossa sociedade. Exemplos disso são pessoas com alguma deficiência mental ou até mesmo  alguns indígenas, que vivem mais afastados da nossa sociedade e, por isso, não tem um entendimento considerável de nossas leis.

"Todo tipo penal tem um aspecto subjetivo, que é a vontade da pessoa em cometer aquele crime. A inimputabilidade bota este aspecto subjetivo, que é o dolo ou a culpa, em cheque. Já que a pessoa, por alguma razão, não sabe que aquilo que ela fez é um crime ou algo reprovável em nossa sociedade… Se você não tem uma consciência total do que foi feito, isto lhe torna inimputável e você não pode ser punido da mesma forma que a maioria das pessoas, como ser preso, por exemplo. A alternativa para isso é o internamento em um hospital de custódia e tratamento, que é basicamente um hospital psiquiátrico para quem está sendo punido, vindo de um processo criminal."

Como foi apontado no documento, o acusado não possui nenhuma doença que afete esta capacidade de entendimento, o que o torna imputável e pronto para ser julgado como a maioria das pessoas da sociedade. No entanto, por lei, a defesa de Guilherme ainda pode tentar contestar o laudo de diversas maneiras e é exatamente o que eles farão, como foi apontado na matéria do UOL. Até mesmo um novo laudo pode ser solicitado pelo juiz do caso, caso ele ache necessário.

No entanto, de acordo com Nicholas, apesar de possível e haver um histórico de casos em que isso já aconteceu, é "bem raro" que a contestação seja capaz de convencer o perito ou o juiz a alterar ou anular as conclusões do laudo pericial solicitado pela Justiça. 

Desta forma, o mais provável é que Guilherme seja julgado normalmente e, caso seja apontado como culpado, cumpra pena na cadeia.