Counter-Strike é, sem dúvidas, um dos games mais importantes na cena competitiva. Ao analisar o surgimento do conceito de esporte eletrônico no mundo, é possível notar que a presença de CS é algo vigente desde os primórdios do eSports.

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Originalmente uma modificação de Half-Life, o CS ganhou fama e cresceu o suficiente para chamar atenção de grandes empresas como Valve e Sierra, que acabaram lançando no ano 2000 o mod como uma versão do jogo original. Esse foi o início de uma febre global.

Por exigir uma conexão de alta velocidade e um computador potente para bom desempenho, a popularização do Counter-Strike veio em conjunto com as Lan Houses, negócios lucrativos em uma época na qual ainda era luxo possuir internet banda larga em casa - principalmente no Brasil.

Tela de início do FPS

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Foram nas Lan Houses que boa parte da magia dos eSports aconteceu. Enquanto essas casas promoviam o encontros de jovens cujo interesse no jogo era alto, a jogabilidade do CS contribuiu para o nascimento de competições.

Não eram raros os momentos de “corujões”, cujo objetivo era passar a noite toda jogando entre amigos e competindo entre si. Além disso, muitas Lan Houses possuíam seu próprio time, integrando os melhores jogadores para defender o nome da casa em campeonatos regionais. Muitos times de renome surgiram dessa maneira.

Na cena nacional, um time a ser destacado entre muitos outros com relevância é o Made in Brazil - MIBR para os mais chegados. Com início em 2003, a equipe marcou o competitivo de Counter-Strike, deixando o Brasil entre os melhores no mundo, chegando a vencer grandes torneios internacionais, como o mundial Electronic Sports World Cup em 2006.

O MIBR teve uma linha do tempo similar ao Conter-Strike 1.6, que também foi lançado em 2003 como uma das versões mais aclamadas pelo público. O jogo entrou declínio em 2012, quando uma versão mais nova do FPS (e mais interessante, colocando o Counter-Strike: Source em meio a essas comparações) aparecia no cenário. Foi assim que Counter-Strike: Global Offensive chegou para fazer história no meio dos jogos de tiro em primeira pessoa.

Brasileiros ganhando uma das competições mais importantes na categoria

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Quantidade de jogadores desde a data do lançamento do CS:GO até atualmente

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A popularização do CS:GO era apenas questão de tempo e costume, mesmo com muitos jogadores ainda desgarrados do 1.6 demorarem a aceitar o novo shooter. Seguindo o formato inteligente de atualizações constantes - dessa forma mantendo o jogo sempre fresco -, a Valve convenceu o público com paciência e um combo de ótimas escolhas: a mecânica do bom e velho Half-Life 2 junto a uma renovação de gráficos e boa jogabilidade.

Em um cenário econômico e tecnológico muito diferente de seu sucessor mais famoso, o Counter-Strike: Global Offensive possui uma grande quantidade de usuários, sendo atualmente o segundo jogo mais acessado do Steam, ficando atrás apenas de Dota 2.

Vale lembrar que o campeonato mais assistido de CS:GO até hoje foi em março de 2015, durante a ESL One Cologne, que registrou 27 milhões de espectadores. Depois desse torneio, o DreamHack Cluj-Napoca, realizado no final de outubro e também no ano passado, teve um total de 25 milhões de pessoas assistindo as partidas.

No Brasil, esse retorno da força do Counter-Strike pode ser visto pelo alto número de antigos cyberatletas de volta à ativa no ramo, já que exemplos como o de Raphael "cogu" Camargo não são raros. O jogador já foi integrante essencial da MIBR e hoje está novamente no cenário, dessa vez representando a INTZ.

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Equipe de brasileiros, organização americana

Um outro grande nome é o de Gabriel "FalleN" Toledo. Além de ser responsável pela criação de um projeto incentivando o Counter-Strike brasileiro em conjunto à Games Academy, o jogador também faz parte da Luminosity Gaming. Apesar de ser ded uma organização americana, a equipe está colocando mais uma vez o Brasil entre os melhores do mundo, constantemente se classificando em campeonatos internacionais importantes - como quando ficaram em segundo no FACEIT DreamHack Winter em 2015.

Mesmo assim, às vezes a participação de uma antiga lenda no jogo não precisa ser necessariamente metendo bala. É justamente aí que Alexandre "Gaules" Borba se encaixa. O ex-jogador de CS é dono da organização G3nerationX, investindo no cenário de eSports e guiando lineups não apenas do jogo de tiro, mas também de League of Legends.

É interessante ver organizações brasileiras voltando seus olhos novamente ao jogo e apostando na cena competitiva, que pouco a pouco se levanta no país. Internacionalmente falando, é fácil achar jogadores de CS com salários e lucros maiores em relação a competidores de LoL. Mesmo sendo uma sensação no Brasil com uma quantidade considerável de fãs, o MOBA pode finalmente encontrar um concorrente à sua altura, e o momento no qual isso acontecerá talvez não esteja muito distante.