Uber pode ter reduzido número de sensores em carros autônomos

Geração atual de veículos autônomos da empresa poderia ter reduzido número de sistemas capazes de reconhecer objetos na pista

Por Rafael Romer 28.03.2018 17H03

A Uber poderia ter reduzido a quantidade de sensores em seus carros autônomos mais recentes, criando novos "pontos cegos" para os sistemas que fazem o veículo a se orientar sozinho, indica uma nova reportagem da Reuters  publicada nesta semana.

Citando cinco ex-funcionários, a agência indica que a decisão levou a geração mais nova de veículos da empresa a ter uma capacidade reduzida de perceber elementos na pista.

De acordo com as fontes, os mais recentes modelos autônomos da Volvo operados pela Uber teriam apenas um sistema lidar integrado – componente responsável pelos pulsos laser que identificam objetos na via. Os antigos Ford Fusions que a empresa empregava tinham sete sistemas lidar.

A redução também ocorreu entre as câmeras dos veículos: de 20 no Ford Fusion para apenas sete no Volvo XC90. O único aumento seria na quantidade de radares, que cresceu de sete no Fusion para dez.

Em um comunicado enviado à Reuters, uma porta voz da empresa reforçou apenas as preocupações de segurança da empresa, mas não comentou a decisão de reduzir a quantidade de sistemas lidar.

"Acreditamos que a tecnologia tem o poder de tornar o transporte mais seguro do que nunca e reconhecemos nossa responsabilidade em contribuir para a segurança de nossas comunidades. À medida que desenvolvemos a tecnologia de direção autônoma, a segurança é nossa principal preocupação em cada etapa do caminho", afirmou a porta-voz.

A informação da simplificação do sistema de detecção de objetos dos veículos autônomos da empresa vem em meio à polêmica envolvendo o atropelamento uma pedestre na cidade de Tempe, no Arizona.