Governo estuda aplicar classificação indicativa para vídeos online

Debate promovido pelo Ministério da Justiça e Procuradoria Geral dos Direitos do Cidadão discute tema nesta semana

Por Rafael Romer 24.04.2018 17H40

Promovido pelo Ministério da Justiça e pela Procuradoria Geral dos Direitos do Cidadão, um debate previsto para esta quarta-feira (25) discutirá uma possível atualização às regras sobre classificação indicativa no país – com potencial de passar a incluir vídeos online.

Na proposta, conteúdos digitais poderiam passar por um processo semelhante ao que ocorre hoje com programas de televisão, cinema ou games, que são acompanhados por recomendações sobre a faixa etária adequada.

Na prática, uma mudança nas regras significaria que canais do YouTube, por exemplo, precisariam adicionar uma faixa etária permitida para espectadores. Por conta do impacto que poderia ter na web, representantes de empresas de tecnologia também serão convidados a participar da discussão.

"Os 'Zuckerbergs' da vida têm sua responsabilidade sobre o conteúdo que é apresentado para crianças do mundo inteiro", opina Regina de Assis, doutora em Educação pela Universidade Harvard, em entrevista ao Globo. "Quem cria conteúdo para crianças e adolescentes têm uma responsabilidade social".

O debate, é claro, não significa que as novas regras já estão confirmadas – segundo a própria especialista, não há uma previsão de quando uma proposta será elaborada. "Mas precisamos agir logo. A criança que navega na internet sem controle parental está na selva sozinha", indica a especialista.