Demanda antiga de motoristas, Uber começa a implementar sistema de gorjetas

Função faz parte de um novo programa de mudanças que visa melhorar imagem companhia junto aos colaboradores

Por Rafael Romer 20.06.2017 16H19

Em um comunicado divulgado aos motoristas, a Uber anunciou nesta terça-feira (20) que implementará algumas mudanças na forma como se relaciona com seus motorista para atender a uma série de demandas “antigas” de colaboradores. 

As mudanças fazem parte de um novo programa apelidado de "180 Dias de Mudanças", medida que é um dos primeiros passos da empresa na tentativa de recuperar a imagem prejudicada – ao menos junto aos motoristas – após a sequência de crises que a atingiu nos últimos meses – e resultaram, inclusive, na saída temporária do CEO da empresa, Travis Kalanick

Entre as primeiras medidas estão a implementação de gorjetas que poderão ser dadas aos motoristas por passageiros. A ferramenta é uma demanda antiga de motoristas, mas nunca foi defendida pela Uber, mesmo sendo um dos pontos fontes de sua maior concorrente americana, a Lyft, junto aos colaboradores.

As gorjetas começarão a ser implementadas a partir das cidades americanas de Seattle, Minneapolis e Houston, e estarão em todas as praças dos Estados Unidos onde a Uber atua até o final de julho. Ainda não há informações se a opção será implementada em outros países.

Outras funções que beneficiarão motoristas incluem a redução do tempo de cancelamento gratuito permitido aos passageiros, de 5 para 2 minutos; a adição de uma “cobrança por minuto de espera”, que será contada a partir do segundo minutos de espera após a chegada do motorista no ponto de partida do passageiro; e umaa nova taxa de US$ 2 às corridas chamadas através de perfis de adolescentes. 

Haverá ainda quatro outras mudanças que afetam diretamente a dinâmica entre motoristas e a Uber, como a opção de contratar um seguro extra para proteção contra acidentes em troca de um ganho maior por distância percorrida em corridas do aplicativo. 

Nos últimos meses, a companhia sofreu com uma série incidentes que mancharam a sua reputação junto a consumidores e motoristas, que foram das revelações de uma cultura corporativa tóxica e machista feitas por funcionárias da empresa, a obtenção de registros médicos de uma passageira vítima de estupro por um executivo da companhia, e o processo que envolve ex-funcionários é acusado de roubar dados confidenciais da Waymo, empresa de carros autônomos do grupo do Google.

The Enemy entrou em contato com a assessoria de imprensa da Uber para confirmar se as mudanças chegarão também ao Brasil, mas ainda não obteve resposta.