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Review: Dead Island 2 é o típico caso em que você gosta, ou odeia

Se você gosta muito (digo, muito mesmo) de matar zumbis, ótimo

Por Diego Lima 25.04.2023 20H00

Desenvolvido pelo Dambuster Studios e distribuído pela Deep Silver, Dead Island 2 sabe exatamente o que é. Poucos jogos são tão simples e diretos no que se propõem em uma indústria cada vez mais cheia de mundos excessivamente grandes e inacreditavelmente vazios.

Logo nos primeiros minutos de Dead Island 2, jogadores são apresentados aos personagens jogáveis por meio de cenas simples que servem apenas para oferecer um vislumbre da personalidade dos potenciais heróis da campanha. Cada um com as próprias características, os protagonistas nada mais são do que simples modelos diferentes com atributos variados. Não espere por um grande desenvolvimento de personagem ou algo do tipo — o foco não é esse.

Uma vez no controle do personagem escolhido, jogadores estão livres para aproveitar dezenas de horas em uma campanha que consiste, basicamente, em andar por cenários tridimensionais socando, perfurando e esmagando zumbis. O jogo inteiro é sobre isso: encontrar maneiras cada vez mais variadas ou eficientes de exterminar hordas de mortos-vivos em um mundo que serve como uma paródia de histórias semelhantes.

O tom bem humorado e satírico é evidente desde os primeiros minutos. Se as piadas vão funcionar ou não, depende de cada jogador. No meu caso, confesso que foram poucas as cenas em que abri um sorriso que seja. Sem esse adicional do humor, a experiência pode se tornar incrivelmente entediante de forma extremamente rápida.

Passadas as primeiras horas de jogo, você sabe exatamente o que esperar pelo resto da experiência. Encontros com personagens secundários que vão dizer ou fazer algo inusitado, lutas contra chefes e a descoberta de novas armas, além da obtenção de novas cartas com efeitos especiais para tornar o personagem mais forte, rápido ou resistente.

Simplicidade é, com certeza, o ponto mais forte de Dead Island 2, no sentido de que qualquer pessoa pode aprender rapidamente a construir novos itens e personalizar o próprio personagem com base no sistema de cartas (espaço para adição de perks que existe no menu de pause).

Todas as potenciais vantagens vão direto ao ponto, e cabe a cada jogador saber o que se encaixa melhor com o próprio estilo de jogo. Não se perde tempo pensando em variáveis desnecessariamente detalhadas e complexas típicas de RPGs. Isso não faria o menor sentido em um jogo com uma proposta tão básica.

Ao mesmo tempo, é justamente o respeito pelos limites do escopo que torna Dead Island 2 tão repetitivo, se você não tiver com quem jogar. Com mais pessoas, obviamente, o jogo pode se tornar muito mais divertido, já que é possível exterminar as hordas de zumbis na companhia de outros jogadores que podem nos fazer descobrir o que nem sequer imaginávamos. Sem isso, jogadores ficam presos em um mundo com combate temporariamente engajante, piadas questionáveis e personagens vazios.

Além disso, conforme o tempo passa, mesmo jogando com mais pessoas, as descobertas vão se tornando menos frequentes. Na primeira vez em que ataquei uma piscina cheia de zumbis com uma arma elétrica, por exemplo, fiquei extremamente satisfeito por ver as criaturas caindo todas ao mesmo tempo. O mesmo vale para quando consegui usar o galão de combustível para incendiar inimigos.

Agora, temos de nos perguntar: será que encher um jogo com formas criativas de matar zumbis justifica 30 horas de campanha? Só tenho como dizer pela minha perspectiva — e, no caso, a resposta é não.

Se você gosta muito de matar zumbis e quer fazer isso por horas em um jogo focado no combate corpo-a-corpo, ótimo. Se as piadas funcionarem contigo, melhor ainda. Se você não é apegado a esse conceito, passe longe de Dead Island 2. Não há muito o que fazer além disso.


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Nota do crítico