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Primeiras impressões: Ancestors: The Humankind Odyssey

Novo jogo de cocriador traz jornada engajante, complexa e confusa pela evolução da humanidade

Por Victor Ferreira 26.08.2019 10H41

Foi preciso de horas e horas (e horas), mas finalmente consegui encontrar meu caminho por Ancestors: The Humankind Odyssey.

Talvez. Por enquanto. Eu acho.

O novo jogo de Patrice Désilets, cocriador e antigo diretor criativo da série Assassin's Creed, e seu novo estúdio Panache Digital Games, procura trazer uma visão de como a humanidade chegou aonde está, começando pelos hominídeos que viviam na África há 10 milhões de anos atrás.

A versão curta: foi uma jornada complicada, repleta de pedras batidas, galhos quebrados e gatos gigantes querendo te devorar.

Private Division/Divulgação

No game, o jogador controla um clã de primatas que deve aprender a se adaptar e prosperar na região que vive, descobrindo novos alimentos, locais de abrigo, ferramentas e habilidades, incluindo melhorias para o olfato e audição

Após 3 tentativas fracassadas, onde minha ignorância levou meus clãs a estagnarem ou serem ativamente perseguidos (novamente, gatos gigantes), finalmente fui capaz de compreender melhor como sobreviver neste ambiente.

Ancestors começa com um filhote de hominídeo sozinho, procurando por um abrigo ou encontrar o caminho de volta para o assentamento de seu clã. A partir daí, o jogador está livre para explorar o mundo, sem um objetivo central aparente.

Antes do início do game em si, uma introdução em texto diz que os desenvolvedores não vão dar muita ajuda aos jogadores, e com exceção de alguns prompts, isso tende a ser verdade.

Muito das minhas primeiras horas foram simplesmente tentando entender as mecânicas e sistemas que operam sobre o jogo, de como se alimentar, beber e dormir, construir e alterar objetos novos, até se defender e se curar de ataques de predadores.

É por vezes cansativo e frustrante, mas há algo de extremamente satisfatório em explorar uma região ao ponto de seus primatas conquistarem o medo de ficarem por lá, ou quando finalmente  é possível afiar galhos mortos para usá-los contra os malditos gatos gigantes.

Mecanicamente, Ancestors curiosamente não se difere muito dos antigos Assassin's Creed, com o jogador não só precisando pular, correr e escalar paredes e árvores, como também utilizando seus sentidos (neste caso o simples olfato e audição) para encontrar objetos pelo mapa.

A progressão evolutiva, por sua vez, é um tanto esquisita: ao experimentar mais com certas habilidades, o jogador pode desbloquear uma melhoria dela em um menu especial. Dependendo do número de crias do seu clã (em que o jogador pode formar pares ao tirar insetos das costas de possíveis pares românticos), é possível "guardar" certas habilidades, mas o resto deve ser reaprendido ao passar de uma geração.

Não só isso, certos filhotes podem ter uma mutação genética específica, que pode ser carregada para futuras gerações caso desenvolvida propriamente - o que dá uma estranha sensação de "seleção artificial" ao jogador, já que o seu clã não sabe sobre esta particularidade, mas você sabe.

Private Division/Divulgação

De qualquer forma, mesmo após tantas horas, ainda não me sinto confortável o suficiente para fazer uma análise completa do jogo, já que nem fiz o primeiro salto evolucionário para meu clã, o que deve definitivamente mudar certos aspectos do jogo.

Ainda assim, pelas impressões iniciais, Ancestors é uma experiência curiosa, embora para um público limitado. Não há uma narrativa central ou objetivos claros, mas para quem gosta de jogos de sobrevivência e tem um certo interesse pela evolução humana, vale a pena pelo menos um teste, desde esteja disposto a lidar com frustrações iniciais.

Ancestors: The Humankind Odyssey chega ao PC (exclusivo da Epic Games Store) em 27 de agosto, e ao PS4 em dezembro.