Jogamos: DeathSprint 66 é mistura de velocidade e precisão
Game insere violência e futurismo no gênero de corrida arcade
Dentre todos os gêneros possíveis de video game, poucos são tão democráticos quanto a corrida arcade. Mario Kart, Crash Team Racing e o mais recente Rocket Racing, dos criadores de Rocket League, são o tipo de jogo que funciona para todo tipo de público, e quase sempre permite uma grande profundidade mecância. DeathSprint 66, da Sumo Digital, é mais um reforço para esse estilo. O The Enemy participou de um teste antecipado do título, e gostou bastante do que viu.
Em um ambiente futurista e, claro, distópico, clones de humanos disputas corridas sanguinolentas em busca de mais fama. Os veículos, entretanto, são os próprios corpos: como o nome do jogo já indica, os competidores correm a pé rumo a linha de chegada, tornando-os extremamente frágeis em um cenário repleto de lasers e armadilhas.
Isso é potencializado por um ritmo bastante frenético, em que a velocidade é uma faca de dois gumes. Ela te colocará à frente dos adversários, mas basta uma decisão errada para perder o controle e ser atingido por uma serra gigante ou algo do tipo. Esse ponto é bastante reforçado pelos desenvolvedores no material de divulgação, e se traduz bastante para a gameplay de fato.
O teste, vale citar, não aconteceu nas melhores condições possíveis. O jogo estava rodando em computadores nos Estados Unidos, e era transmitido por Parsec para os criadores de conteúdo que foram convidados para o teste. O lag era inevitável e, em um game que requer bastante precisão, um obstáculo a mais.
Apesar disso, ainda me diverti bastante durante as corridas. Primeiro, os convidados se acostumaram com o jogo em uma pista que não havia outros competidores; depois, adversários controlados por IA foram adicionados. Antes de partir para o verdadeiro desafio, ainda houve um momento para customizar os corredores, que contam com uma variedade interessante de esquemas de cores e emotes.
Na hora de correr contra os outros criadores de conteúdo, a diversão tomou conta: era trash talk, reclamações e comemorações a todo momento. Esse aspecto social do game é muito reforçado pelos elementos que já conhecemos de Mario Kart e tantos outros: atravessando caixas de itens, o jogador ganha algum recurso para te ajudar na corrida — drones, serras e um “modo touro” que te acelera desenfreadamente estão entre as opções.
As mais traiçoeiras, entretanto, são as minas terrestres: era normal posicionar uma mina para depois cair na sua própria armadilha em outra volta; elas também ocupam bastante espaço da pista, fazendo com que desviar delas fosse uma tarefa difícil.
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Para além dos obstáculos, tudo em DeathSprint 66 converge para a freneticidade. As pistas possuem caminhos alternativos, que sempre vão contar com um corrimão para deslizar ou um trilho para se pendurar. As curvas quase sempre são feitas com drifts, que acumulam um pequeno boost de velocidade para ser usado a qualquer momento — este também pode ser carregado por meio de “raios” que ficam espalhados pelo trajeto.
A proposta dos desenvolvedores é tentar encontrar sua “zona”, termo bastante usado em esportes de alto rendimento. Um estado mental que te permite entender tudo que está acontecendo ao seu redor, sem precisar pensar muito no seu próximo passo. Tudo flui naturalmente e com timings perfeitos.
É difícil atingir esse estado com um lag te travando e pessoas gritando xingamentos com todos os sotaques possíveis da língua inglesa, mas não impossível. Pro final do teste, consegui emendar duas vitórias consecutivas contra os outros criadores de conteúdo, e muito desse resultado foi por conseguir me isolar de tudo que estava rolando nos arredores.
Para quem gosta da velocidade e precisão em videogames, DeathSprint 66 é um tiro certeiro. O jogo deve funcionar tanto para os fãs de GhostRunner quanto para aqueles que preferem Rocket Racing, colocando um peso gigante em cada pequena decisão tomada. Por enquanto, o game está previsto apenas para PC, e não tem previsão de lançamento.