Recém-anunciado pela Blizzard Entertainment, Diablo II Resurrected é uma remasterização do clássico RPG lançado 20 anos atrás. Em entrevista ao The Enemy durante a Blizzconline, o designer Andre Abrahamian e o produtor Matthew Cederquist falaram sobre o desafio de modernizar um jogo que eles mesmo consideram o título definitivo do gênero.

"Eu passei centenas de horas jogando Diablo II e de repente estava aqui, com a missão de modernizar o jogo", explica Matthew. "Como eu posso fazer isso? Eu tenho minhas memórias de quando joguei no passado, o mais difícil é reconhecer que esse é o jogo definitivo do seu gênero, a epítome do RPG de ação, um verdadeiro clássico de 20 anos". Para o produtor, o principal é que Resurrected passe a mesma sensação hoje que tinha no começo dos anos 2000.

"Nós queremos que o jogo seja 70% nostalgia, com as mesmas formas, sons, a atmosfera, as mecânicas originais. Os 30% restantes é onde tomamos a liberdade de aprimorar essas características: o som é 7.1, os gráficos em ultra HD, modelos completamente tridimensionais, personagens e ambientes mais detalhados".

Andre também aponta que o jogo traz melhorias em qualidade de vida e uma nova interface de usuário, com ícones redesenhados, mas o mesmo HUD. As esferas de vida e mana ainda estão lá, a barra de progresso, mas tudo o que o jogador vê está em um novo motor gráfico. "Não é a engine de Diablo III, é uma nova engine, renderizando Diablo II em 3D". O jogo rodando por baixo desse novo capô é o mesmo de 20 anos atrás, aponta o designer. "É por isso que o gameplay é muito próximo e fiel ao RPG clássico". Outros recursos inclusos na nova versão incluem o baú compartilhado entre os personagens, o suporte à Battle.net e canais de bate-papo separados, por exemplo.

Essas melhorias lembram até certo ponto o que foi feito em Warcraft 3 Reforged, mas os fãs podem respirar aliviados: quando for lançado ainda este ano, Resurrected não vai substituir o jogo original na Battle.net. Diablo II e Resurrected vão existir como produtos separados.

Adaptação para consoles

A Blizzard não especificou quando começou a trabalhar no jogo, mas disse que o projeto já está em desenvolvimento há algum tempo, o que faz sentido, seja pelos rumores que apareciam regularmente sobre sua existência, ou pelo lançamento estar previsto para este ano, não só para PC, mas também para todos os consoles atuais: PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One e Xbox Series X/S.

Adaptar Diablo II para os consoles foi um desafio a parte, comentam os desenvolvedores. "Nós aprendemos muito com a versão de Diablo III para consoles, mas ao mesmo tempo, nós temos outros obstáculos, nós queremos preservar a nostalgia, detalhes como o 'Tetris do inventário'", explica Matthew. Quando Diablo III foi lançado para consoles, muitos dos sistemas de microgerenciamento, como o inventário de equipamentos, foram redesenhados para um formato radial, mais adequado para o uso de controles no lugar de mouse e teclado.

Claro, ao jogar em um console, há elementos que são diferentes da experiência original. "Você não tem um cursor de mouse no centro da ação, não é point and click, esse é um desafio comum que Diablo III resolveu. Mas sob esses ajustes, é o mesmo jogo do passado", aponta Andre.

Entre as melhorias de Resurrected, está a progressão cruzada entre plataformas compatíveis. Assim, o jogador poderá levar seu personagem de uma plataforma para outra. É um recurso bastante útil em tempos de transição de geração, em que muita gente que hoje joga num PS4 vai migrar para o PlayStation 5, por exemplo. Por outro lado, ao menos por enquanto, crossplay não está nos planos da Blizzard para o jogo.

Diablo II Resurrected ainda terá uma série de testes no PC antes do lançamento. Jogadores podem se inscrever para tentar uma vaga no alfa técnico através do site oficial.