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Review: Yooka-Laylee and the Impossible Lair

Segunda aventura da dupla da Playtonic resgata e refina fórmula clássica de Donkey Kong Country

Por Claudio Prandoni 01.12.2019 19H00

No final de 2014 diversos ex-funcionários da Rare se juntaram para criar o estúdio Playtonic. A primeira obra da produtora foi Yooka-Laylee, game de aventura 3D que se apresentava principalmente como 'sucessor espiritual' de Banjo-Kazooie.

O game não decepcionou, mas também não impressionou, deixando um gosto meio sem graça para os fãs das antigas produções da Rare. Isso jogou as expectativas lá pra baixo quando a Playtonic anunciou Yooka-Laylee and the Impossible Lair, mas desta vez o resultado é muito empolgante.

Desta vez não tem esse papinho de sucessor espiritual, mas o game bebe claramente da farta fonte de inspiração de outro clássico da Rare: Donkey Kong Country.

Mais do que apenas apresentar um novo jogo de aventura 2D que segue a receita de sucesso das velhas jornadas do gorila no Super Nintendo, Impossible Lair apresenta diversas ideias próprias que refinam e levam a fórmula para caminhos novos e diferentes daqueles explorados pela Retro com DKC Returns e Tropical Freeze.

De cara o game começa de forma bem inusitada: já na última fase! O tal 'Lar Impossível' do título é realmente o nível final do jogo e, sim, bem difícil de encarar. De fato, tão difícil que o jeito é passar pelas outras fases da aventura recrutando abelhinhas que servem de 'escudo' sempre que você quiser enfrentar o Impossible Lair.

Em cada nível é bem óbvia a inspiração de Donkey Kong Country. São muitos colecionáveis diferentes pelo caminho, alguns com métodos diferentes para pegar, seja batendo neles ou perseguindo fileiras voadoras. Inimigos se organizam em linha, praticamente ditando o ritmo da exploração.

Conectando tudo isso há um mundo tridimensional bem simples para explorar, com visão aérea que lembra os Legend of Zelda 2D clássicos. Com alguns quebra-cabeças e inimigos, o mapa serve, claro, para abrir novas fases, mas também para mudar elas. Por exemplo, é possível usar um item para congelar uma fase cheia de água, o que resulta em uma versão completamente diferente do mesmo estágio.

A mecânica só reforça o brilho do level design deste novo Yooka-Laylee ao apresentar experiências e desafios totalmente distintos ao mudar um único aspecto do nível em uma campanha que se desenrola em pouco mais de 10 horas.

Além de acessar e mudar características das fases, no mapa principal é possível também conseguir tônicos, itens que adicionam modificadores às fases que podem facilitar a vida de Yooka e Laylee ou só mudar um pouco o visual do jogo. Vale notar, os tônicos podem afetar o contador de penas, diminuindo a quantidade de penas colecionadas pelas fases - que, por sua vez, servem para comprar mais tônicos.

Na trilha sonora o trabalho do David Wise, Grant Kirkhope, Matt Griffin e Dan Murdoch é competente, com temas animados e variados que contribuem para o tom de exploração do game. Não custa lembrar - David Wise fez as trilhas de Donkey Kong Country enquanto Kirkhope cuidou de Banjo-Kazooie e GoldenEye 007, por exemplo.

Depois do insosso primeiro jogo de Yooka-Laylee, é muito gostoso e gratificante ver a Playtonic supreender a todos com esta sequência. Impossible Lair joga mais simples do que o título anterior e justamente por isso joga melhor. O game evoca o espírito dos clássicos cartuchos de Donkey Kong Country ao mesmo tempo em que inova essa fórmula consagrada e finalmente dá à dupla de camaleão e morcego um jogo digno para brilhar muito.

Nota do crítico