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Review: Pro Evolution Soccer 2019

Com gameplay sólido, PES 2019 agrada - mas não encanta

Por Breno Deolindo 27.08.2018 21H01

Depois da EA Sports anunciar uma tonelada de novos licenciamentos para FIFA 19, Pro Evolution Soccer 2019 tinha um grande desafio pela frente: superar a concorrência mesmo com várias limitações impostas.

Ao ligar o game, uma frustração vem logo de cara. Os modos Master League, Rumo ao Estrelato, Copa e Liga permanecem como as únicas opções no offline, algo que não muda desde PES 2009. Por um lado, isso mantém a essência do simulador, mas não apresenta novidades para um público que precisa delas.

Divulgação/Konami

Escolher seu time para um pequeno amistoso reforça o problema com licenciamentos. Mesmo que Marcelo, Luka Modric e Sergio Ramos apareçam no game, é decepcionante que o El Clásico seja Barcelona contra MD White, não Real Madrid. 

O mesmo se repete para clubes de outras ligas europeias e também para algumas seleções - o Brasil, por exemplo, tem nomes genéricos ao invés de Neymar e cia.

Divulgação/Konami

Para os fãs do futebol brasileiro, isso pode ser compensado pela presença dos times do Brasileirão. O jogo traz uniformes e estádios fidedignos, que não devem nada aos da vida real. Os rostos digitalizados, por outro lado, apresentam resultados mistos, com algumas feições muito bem feitas e outras nem tanto.

O mesmo vale para os parceiros internacionais do game, como Milan, Inter de Milão e Liverpool. Até o túnel de entrada para o gramado é reproduzido com muitos detalhes, dando uma atmosfera mais envolvente ao San Siro e a Anfield Road.

Divulgação/Konami

Na hora de rolar a bola, entretanto, o cenário fica ainda melhor. A boa voz de Milton Leite dá um clima de transmissão televisiva à partida. Em raras ocasiões a narração não condiz com o que acontece no jogo, e os comentários de Mauro Beting por vezes soam robóticos, mas essas falhas não ofuscam a boa ambientação de PES 2019.

Dentro das quatro linhas, o game se mostra um simulador sólido. Mesmo que não estejam sendo controlados no momento, defensores se antecipam às linhas de passe quando estão bem posicionados, facilitando o trabalho de marcação.

Outro destaque vai para os toques de bola - mais complexos e tênues, é fácil perder a posse por não ter calculado a força. Em um gameplay que se mostra acelerado, com muito espaço para contra-ataques e passes nas costas da defesa, isso pode ser o diferencial para a vitória.

Infelizmente, algumas falhas incomodam um pouco. É totalmente possível jogar pelo meio, mas jogadas pela lateral continuam mortais. Uma prova disso é que elas costumam ser preferidas pela CPU mesmo quando o centro de campo está livre.

Em partidas com clubes mais fortes, o goleiro pode tirar um jogador do sério com defesas milagrosas acontecendo uma após a outra. Pontes que seriam dificílimas parecem tranquilas para um bom arqueiro, que “encaixa” até os arremates mais fortes.

O bom gameplay de PES 2019, entretanto, não encanta. O jogo apresenta elementos novos, como jogadores lendários de Inter de Milão e Milan, trazendo a nostalgia dos inesquecíveis Winning Eleven. Mas olhar apenas para o passado acaba limitando a evolução da franquia.

Enquanto a concorrência investe em novos modos, que misturam personagens fictícios com as estrelas da vida real, PES parece estagnado. A franquia não compreendeu que hoje, mais do que nunca, o futebol é um fenômeno social, que acontece também fora dos estádios.

Experiências como essas são o que faltam para Pro Evolution Soccer reconstruir sua reputação. Como um simulador de futebol, o game cumpre muito bem a sua função, mas falta entreter o jogador com novos elementos, que vão além do que acontece dentro de campo.

Nota do crítico