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Review: Contra: Rogue Corps

Clássica série de tiro da Konami volta em jogo simplório que esquece essência da franquia

Por Claudio Prandoni 01.10.2019 14H00

Finalmente a série Contra ganhou um novo episódio à altura do legado da grife e o nome dele é Blazing Chrome.

O ótimo jogo indie brasileiro soube destilar a essência da clássica série de tiro da Konami e apresentar um jogo que recria e renova essa experiência, tão bem resgatada recentemente também pela coletânea Contra Anniversary Collection.

Infelizmente, Contra: Rogue Corps passa bem longe disso tudo. Pior ainda, o jogo falha em respeitar os pilares básico da franquia e empilha tantas opções desnecessárias com qualidade técnica pobre que pioram o que já estava ruim.

No lugar de jogabilidade plataforma 2D o game conta com cenários tridimensionais e visão aérea. Trata-se de uma aventura sobre encarar grandes hordas de inimigos em cenários limitados e apinhados de armadilhas.

Para isso, há diversos personagens para controlar, cada um com habilidades especiais e armas diferentes que, na prática, não surtem muito e não têm muita diferença. Na real, parece que todos eles são incapazes de lidar de maneira apropriada com os desafios apresentados.

Até existe a opção de comprar e aprimorar equipamentos e até armaduras, o que seria muito bem vindo caso o jogo não falhasse em um aspecto básico: os controles em si.

Em especial, Rogue Corps deixa de lado uma assinatura básica do gameplay de Contra: nunca pare de atirar. Este novo título tem um sistema de 'cooldown' para cada armamento, ou seja, as armas superaquecem e é preciso dosar o uso delas ou esperar alguns segundos até poder usar novamente.

Pulos são inúteis e existe a boa ideia de oferecer um sistema de mira para o jogador, mas só quando o game definir que pode usar - uma função que poderia ser muito útil em outros momentos.

Em cima dessa base problemática Rogue Corps coloca também multiplayer local e online, cooperativo e competitivo, sistemas de evolução por nível e as já citadas opções de compra e aprimoramento de armas. Ideias boas que aprofundam um gameplay comprometido.

A parte gráfica do jogo também é sofrível, com texturas toscas, personagens com poucas animações e uma aparente falta de acabamento. Parece mais um jogo de final de geração da era PS2/GameCube/Xbox do que algo da atual leva PlayStation 4 e Xbox One.

Pouco a pouco a Konami tem trazido de volta franquias queridas do passado, seja em forma de coletâneas ou até mesmo inesperados jogos novos (como Super Bomberman R e Castlevania: Grimoire of Souls), mas é lamentável que Contra sofra com um tratamento tão tosco quanto o de Rogue Corps.

Apesar dos pesares, espero que fique a lição para que a franquia volte em melhor forma na próxima vez e fica a dica dupla: é muito melhor reviver o passado com a Contra Anniversary Collection ou então prestigiar o talento brasileiro de Blazing Chrome.

Nota do crítico