O sindicato CWA (Communications Workers of America, ou Trabalhadores de Comunicação da América em tradução livre) abriu uma nova objeção contra o acordo entre a publisher Activision Blizzard e a EEOC (Equal Employment Opportunity Commission, ou Comissão de Oportunidade de Emprego Igualitário, em tradução livre), órgão federal trabalhista dos EUA.

O acordo, divulgado no final de setembro, exigiria que a publisher criasse um fundo no valor de US$ 18 milhões para compensar trabalhadores e trabalhadores que comprovassem que sofreram algum tipo de abuso e assédio dentro da companhia.

Na objeção (via GI.biz), a CWA alega que há "um grande número de deficiências graves" com o que foi divulgado em relação ao acordo, e pede diversos documentos e declarações que clarifiquem estes elementos para o conhecimento público, que vão desde a definição de quem seria uma pessoa "elegível" a pedir uma retribuição até os motivos pelos quais o órgão federal a não colaborar com o DFEH (Department of Fair Employment and Housing, ou Departamento de Emprego Justo e Moradia, em tradução livre), da Califórnia, que abriu um processo contra a companhia.

O valor do acordo também foi um ponto de contenção significativo para o sindicato, considerando-o "totalmente inadequado" para uma empresa do tamanho e com o número de funcionários da Activision Blizzard.

De acordo com a CWA, US$ 18 milhões proveria um acordo máximo entre 60 funcionários e a Activision Blizzard. A companhia atualmente emprega 9,5 mil pessoas.

"Estamos preocupados sobre como a EEOC chegou a este número e como acredita que ele será distribuído justamente", diz a objeção do grupo.

Há críticas contra o requisito de assinar um termo de desistência por parte do funcionário lesado, com o sindicato querendo garantir que os trabalhadores "não assinem desistência contra qualquer outro tipo de alegação sob lei federal ou estadual, ou qualquer outra lei aplicável."

Esta é a segunda objeção contra o acordo entre a publisher e o órgão dos EUA, com o próprio DFEH tendo feito a primeira na semana anterior. Porém, como reportado pelo site Kotaku, esta objeção foi rebatida pela EEOC, que alegou um conflito de interesses por parte do departamento do estado da Califórnia.

De acordo com a comissão, a objeção do DFEH foi feita em parceria com dois advogados que, antes de serem empregados pelo órgão estadual, eram parte da investigação da própria EEOC contra a Activision Blizzard.

A EEOC alega que pontos-chave da objeção foram feitos pelos advogados com conhecimento privilegiado sobre a investigação conduzida pelo órgão federal, e que estavam presentes em uma conferência entre as duas entidades sobre o processo.

Após ter a moção negada pelo juiz, o DFEH deve aguardar sete dias até abrir uma nova intervenção contra a EEOC.