Quando se trata de games, Bertrand Chaverot, Diretor Geral da Ubisoft na América Latina, fala de convergência, tecnologia, marcas e inevitavelmente sobre NFT.
Bertrand explica que o presente e o futuro é a convergência das mídias: internet, televisão, música, cinema, e que já vemos os games em todas essas mídias atualmente. Um bom exemplo é o dos eSports na televisão e música nos games "já pagamos muito para a Anitta estar em Just Dance", Bertrand brinca e diz que convergência é essencial, que as empresas têm que pensar em tudo que podem fazer juntos para criar inovação.
O segundo ponto levantado por Bertrand para o futuro é a tecnologia. Para ele, duas coisas vão mudar tudo no futuro dos videogames, uma delas é o cloud gaming se tornando gradativamente melhor e mais acessível aos jogadores, colocando na mão das pessoas cada vez hardwares melhores que podem ser explorados pelos games.
A outra coisa que vai mudar tudo nos videogames para Bertrand é que eles vão fazer mundos virtuais cada vez mais reais com a utilização do que ele chama de "Voxel 3.0", que é como uma molécula virtual cheio de propriedades, e tudo no mundo vai ser construído a partir desses mini-voxels. Exemplificando, os pequenos voxels, ou "moléculas" de madeira ou couro carregam suas características próprias como poder pegar fogo, o tempo que leva para escurecer e virar carvão, o poder de flutuação na água e tudo mais o que é inerente às propriedades que esses materiais carregam na vida real.
Com isso, os desenvolvedores vão poder construir tudo no mundo, desde as roupas dos personagens, à vegetação, as montanhas, casas… e os materiais e a interação química entre eles vai se comportar dentro dos mundos virtuais como você esperaria que elas se comportassem na vida real.
Bertrand também cita que a Geração Z é um público exigente e inteligente, e que não apenas buscam games só para passar um tempo se entretendo, o jogo precisa agregar algum valor a quem está jogando, e que até em termos de marketing, não basta as empresas fazerem ações que parecem puramente comerciais, tem que ter uma paixão legítima.
Isso se estende também à utilização de novas tecnologias como blockchain e NFT, que apesar de amplamente descartada pelos jogadores, continua sendo muito acreditada pelos executivos da indústria que parecem ter idéias e visões para o futuro diferentes do público consumidor.
”Tentamos colocar NFT nos jogos da Ubisoft e levamos uma bronca das comunidades de jogadores. Mas acreditamos que esta tecnologia ainda vai dar essa liberdade criativa dentro do nosso metaverso, que são os jogos de amanhã, para criar e monetizar as pessoas que têm talento”.