VALORANT: Redes da FURIA são inundadas com comentários racistas

"Já cobri partida contra time de todo canto do planeta e muito que às vezes vejo um comentário lixo assim. Só contra os vizinhos daqui (LATAM) que chega nesse nível", disse o social media da organização

Por Jairo Junior 14.08.2022 16H38

As redes sociais da FURIA foram inundadas com comentários racistas, mais uma vez, após o time jogar contra uma equipe LATAM no VALORANT. A denúncia foi feita pelo próprio social media da organização, que reuniu alguns dos comentários recebidos, para ilustrar a situação.

Leia mais:

Na imagem, com os comentários reunidos pelo profissional de mídia, é possível ver que a maioria dos xingamentos são relacionados a "macaco". Segundo ele, a FURIA enfrenta time de todo o lugar do planeta e ele está sempre nessas coberturas. Acontece de um comentário ou outro ultrapassar limites, mas quando é contra um adversário do LATAM, esses tipos de respostas acontecem em massa.

Desta vez, o caso aconteceu quando o time enfrentava a KRU, no VALORANT LCQ, em pleno Ginásio Ibirapuera, em São Paulo. A história inteira, no entanto, é anterior a isso e vem desde que Keznit, da própria KRU, chamou Dgzin, da FURIA, que é negro, de "CJ do VALORANT" em alusão ao jogo GTA.

O emblemático caso teve vários episódios e terminou com Keznit sendo suspenso de um jogo do VCT. Na ocasião, brasileiros acharam a penalidade extremamente branda, enquanto a KRU afirmou pelo Twitter que estava sofrendo uma injustiça.

Vale lembrar que no passo o próprio Keznit foi acusado de racismo em outros momentos, quando era profissional de outras modalidades.

A fala de Samuel, social media da FURIA, no entanto, não cita a KRU especificamente. A menção é para a comunidade LATAM, pois há um histórico nisso. Um exemplo disso foi no momento em que a FURIA venceu a 9z no Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO). Mais uma vez, os comentários com o xingamento de "macaco" foram maioria.

Nesta mesma ocasião, bit, brasileiro que jogava pela 9z, pediu para que a torcida parasse com os ataques e principalmente racismo: "Atirar no corpo/chão faz parte do jogo e muitas vezes nós mesmos fazemos. Não sejam burros e muito menos racistas de enviar mensagens para os jogadores da FURIA. Chega, estamos em 2022, amigos", disse.

Apesar de campanhas para conscientização, de influenciadores e jogadores negros ganharem notoriedade e até das leis que países tem contra discriminação, casos como este, envolvendo racismo, ainda não se tornaram raros nos esportes eletrônicos. Pelo contrário. O que muitos se perguntam é quando coisas como essa ficarão apenas no passado.