Opinião: Mundial de Free Fire será prova de fogo para o Brasil

LOUD e Fluxo têm a missão de mostrar que somos a melhor região do mundo no Free Fire World Series 2021

Por Gabriel Reis 27.05.2021 13H10

Enfim, estamos próximos do principal evento internacional do calendário competitivo do Free Fire. O Free Fire World Series, Mundial da modalidade, acontecerá nos próximos dias 28 e 30 de maio, às 10h, na sexta-feira e também no domingo. O evento é dividido em duas etapas, sendo uma delas a fase classificatória, no qual a LOUD e outras oito equipes brigam por três vagas na grande final, onde estão o Fluxo e outras oito representantes das principais regiões do mundo.

O Mundial será a prova de fogo para o Brasil, a grande chance para a região se provar como a melhor do mundo no Frifas. Mas como assim? Não somos os melhores do mundo só por termos ganhado o último Mundial? Na teoria, sim. Mas na prática, se levar em consideração que o último campeonato a nível mundial aconteceu há dois anos atrás, e em solo brasileiro, é difícil afirmar isso.

O meta já não é mais o mesmo, o estilo de jogo das equipes se adaptou e nós teremos que provar que somos, de fato, os melhores, aqueles que mais evoluíram.

Corinthians foi campeão Mundial no Rio, e elenco nem existe mais

Foto: Cesar Galeão/Bruno Alvares

"A última LBFF foi a mais disputada de todos os tempos, você está maluco ao questionar a força do Brasil..."

Você não está errado em questionar isso. O nível da quarta etapa da Liga Brasileira de Free Fire foi realmente absurdo. Várias equipes viveram altos e baixos, mas todas mostraram um jogo a altura de levantar o troféu em algum momento do campeonato.

Na minha opinião, Fluxo e LOUD foram os melhores representantes possíveis, se levar em consideração que o nível se manteve alto desde a fase de pontos corridos até a final. No entanto, ainda que oscilando, equipes como Santos, Cruzeiro, SS e até o Corinthians (na grande final) se mostraram fortes candidatas às vagas em Singapura.

Tabela da Final da LBFF 4

Reprodução/Garena

Contudo, fazendo um giro nas regiões lá fora, alguns campeonatos nacionais também foram bem disputados. No LATAM, a Team Aze superou a God's Plan por dois pontos de diferença. Na Tailândia, a Phoenix Force (EVOS TH) levou o título em cima da Attack All Around por quatro pontos. Na Indonésia, a First Raiders Bravo também ficou a dois pontos de superar a EVOS ID e faturar o título da região.

Não enxergo a LATAM como um dos nossos principais adversários, até porque os torneios disputados entre Américas são mais recentes, e nós ganhamos todos. Entretanto, times da Indonésia e da Tailândia já se provaram muito fortes, bem como equipes da Rússia e de Taiwan. Inclusive, no Mundial passado, os russos foram uma pedra no sapato do Brasil, bem como a representante de taiwanesa, que apesar de ter perdido o ritmo de jogo, começou muito bem.

Os adversários para tomar cuidado

E falando em Rússia, Tailândia, Indonésia e Taiwan, eu enxergo essas regiões como aquelas que o Brasil precisa ficar de olho.

No Play-In, a LOUD precisará lidar com Singularity.Invincible (Rússia), First Raiders Bravo (Indonésia) e Attack All Around (Tailândia). Com Mers1 e Kadyrov, ex-Sbornaya_ChR - time russo que mandou bem contra o Brasil na FFWS 2019 -, a SNG vem bem preparada para as classificatórias. A First Raiders Bravo é um time muito regular e trabalha muito bem a questão do posicionamento, enquanto a AAA tem muita bala para trocar, principalmente na mira do jovem HOYSANG.

A NEWGANK, time da casa, também estárá em busca de uma vaga nas finais, e bailou durante o campeonato regional de Singapura.

Além dos citados, vale abrir os olhos para a VaiXourar, de Portugal. Os europeus estão pela primeira vez disputando o Mundial, e o time lusitano tem um brasileiro na sua formação, PAPAX, que conhece bem a nossa região.

O Fluxo deve ficar atento aos adversários das mesmas regiões, e estudar a LGDS para não tomar sustos. Silence (Rússia), Phoenix Force (Tailândia) e EVOS ID (Indonésia) também trazem nomes fortes e experiências. Assim como a SNG, a Silence traz dois jogadores ex-Sbornaya_ChR, a dupla Pokritel e Dzarmaro - um dos melhores da região na função de capitão. A Phoenix Force tem a estrela D_Long, um dos maiores jogadores de Free Fire do mundo, multicampeão regional.

O jogador esteve no Brasil em 2019, quando representava a Illuminate Slow TwoK, que ficou na terceira colocação na época. A EVOS ID levantou o primeiro troféu mundial da história do Frifas, lá na Copa do Mundo.

Divulgação/Garena

É um dos times mais perigosos do campeonato, visto que o elenco está junto há bastante tempo, roda o mapa com maestria e tem muita bala para trocar. O time não disputou o último Mundial devido a algumas performances negativas naquele ano, mas em 2020 foram extremamente regulares e assim seguiram até então.

LOUD e Fluxo são os melhores representantes que a região poderia ter

Lá em cima eu falei sobre a competitividade na LBFF 4 e sobre qualquer equipe ser capaz de levantar o troféu. Mas também pontuei que estamos bem representados lá fora, e repito: estamos mesmo.

No Play-In, a LOUD leva a experiência de ViniZx e Will, que disputaram o último Mundial no Rio de Janeiro, e Kroonos, que viajou até a Tailândia para disputar a Copa do Mundo e voltou para o Brasil com o MVP. Além disso, Noda vive seu melhor momento ao lado de Cauan7, o jogador com mais abates em menos quedas na LBFF. Brabox, que também faz parte do elenco, apareceu pouco na última etapa, mas pode ser uma arma contra os gringos. Ainda vale destacar o técnico Frois. Multicampeão pela Noise, ele traz a experiência e visão do cenário emulador, e isso agrega muito na preparação e evolução do time.

Cauan e Noda são dois jogadores que podem desbalancear a favor da LOUD no Mundial

Jessica Liar e Bruno Alvares/Garena

Já falei sobre o Fluxo ser um caso de sucesso em outro texto opinativo. Nobru é o atual MVP do Mundial e terá a chance de, mais uma vez, calar a boca de quem pede sua aposentadoria. JapaBKR é um dos melhores do cenário há tempos, e o melhor capitão - não à toa tem duas LBFFs nas costas exercendo esse papel. Syaz, GodKill e Fac evoluíram muito ao longo do último nacional e têm muita bala para trocar. Tudo isso orquestrado pelo conhecimento do Mestre K9, um dos patrimônios do Free Fire no Brasil.

As duas equipes também são muito bem reforçadas psicologicamente. Yan Cintra, psicólogo da LOUD, e Nati Zakalski, psicóloga do Fluxo, já tiveram seus trabalhos elogiados pelos profissionais das duas organizações e são peças fundamentais na preparação dos jogadores. Vale lembrar que o evento é presencial, ou seja, tudo é diferente do online, é necessário estar bem preparado mentalmente.

 Syaz é a definição de "mirinha jovem"

Jessica Liar e Bruno Alvares/Garena

Como nem tudo são flores...

O que pode prejudicar nossos representantes é a falta de treinos constantes, algo que não é problema por aqui. No dia 18 de maio, Nobru foi ao Twitter e disse que o Mundial "seria complicado", pontuando a ausência de treinos. Segundo o jogador, a Garena organizava somente um treino teste por dia e com três quedas, e nem todas as equipes estavam participando.

Não é de obrigação da desenvolvedora, mas a Garena deveria dar uma atenção maior a essa situação, uma vez que é o nível do principal campeonato internacional da organizadora que está em jogo. Além disso, deixo minha crítica ao formato levantado pelo jogador. Se o torneio será disputado em seis quedas, porque não seguir o mesmo formato nos testes?

Enfim, só saberemos nos próximos dias o quão ruim é ficar sem treino, e se limitar aos treinos em 4x4.

Por fim...

Não leve esse texto como algo negativo, longe disso. Não é difícil acreditar que o Brasil é a melhor região do mundo se olhar os resultados mais recentes, porém, existem adversários a se observar lá fora. Isso, sem contar que chegamos em Singapura como a região a ser batida, então com certeza nossos adversários nos estudaram bem. Não existe bobo no Free Fire, não foi à toa que a Garena aumentou o número de regiões competitivas. Foi o que eu busquei abordar aqui.

Com uma premiação de $2 milhões de doláres (R$ 10,6 milhões na cotação atual), o Free Fire World Series 2021, primeiro Mundial de Frifas do ano, começa nesta sexta-feira. A competição será disputada no mesmo formato da LBFF, tanto no Play-In, quanto nas Finais. Serão seis quedas, alternadas entre os mapas Bermuda, Kalahari e Purgatório. Cada abate vale um ponto e o BOOYAH! vale 12 pontos.

Veja o calendário e como assistir:

Sexta-feira, 28/05

10h - LOUD no Play-In brigando por uma das três vagas nas Finais

Times:

Singularity.Invincible
DEA (Oriente Médio/África)
vaiXourar
LOUD
First Raiders Bravo
God's Plan
AAA
NEWGANK
HQ Esports (Vietnã)

Domingo, 30/05

10h - Finais do Free Fire World Series 2021 com as 12 melhores equipes do mundo

Times:

LGDS
VIP Esports (Oriente Médio/África)
Silence
Fluxo
Geek Fam (Sudeste Asiático)
EVOS ID
Team Aze
Phoenix Force
Burst The Sky (Vietnã)
+ Classificado do Play-In #1
+ Classificado do Play-In #2
+ Classificado do Play-In #3

Team Elite (Índia), Riot (Bangladesh) e The Guardians (Paquistão) disputariam o Play-In, assim como a Galaxy Racer (Índia) disputaria as Finais, mas não puderam embarcar em Singapura devido às políticas de Covid-19 do país.

Acompanhe os jogos ao vivo nos canais oficiais do Free Fire Brasil no YouTube e na BOOYAH!, plataforma de streaming oficial da Garena.