arT sobre agressividade da FURIA: "Na minha visão, é o certo"

Capitão da FURIA fala mais sobre estilo, mudanças na line-up e mentalidade da organização

Por Breno Deolindo 19.05.2020 17H00

A fase da FURIA no CS:GO internacional é promissora: a equipe voltou a figurar entre as dez melhores do mundo, assumindo a 9ª colocação no ranking do HLTV. Recentemente, garantiu o vice-campeonato do Road to Rio - North America, dando um grande primeiro passo em busca da vaga no Major no Rio de Janeiro.

Por trás do estilo agressivo e imprevisível da equipe, há o capitão Andrei “arT” Piovezan. Membro do elenco desde 2018, arT é o grande responsável pelo jeito solto que seus companheiros jogam.

Ao The Enemy, arT contou um pouco mais sobre a origem de seu estilo tão único. O capitão também fala sobre a troca de ableJ por HEN1, rivalidade com a MIBR e a importância da FURIA, como organização, para manter uma estabilidade dentro do elenco. Confira algumas das respostas:

Dificuldade da FURIA contra times específicos (Gen.G e Evil Geniuses, por exemplo)

Acho que a gente tem dificuldade com alguns times específicos. A razão específica pelo qual a gente tem essa dificuldade não é bem clara pra mim. Acho que é mais estilo de jogo, pra ser bem sincero. A EG com certeza é isso, até na época que eles eram a NRG a gente já tinha certa dificuldade, a gente achava os caras mais imprevisíveis e individualmente eles são muito bons, então era difícil de compensar mesmo a gente fazendo a jogada certa, às vezes a mira não encaixava. Acho que talvez a Gen.G seja esse mesmo lado da moeda. Os caras tem algumas jogada meio imprevisíveis e eles são muito bons individualmente, e a gente acaba pecando nesse lado.

De onde surgiu seu estilo agressivo?

Esse estilo de jogo sempre foi um estilo que eu adotava no CS, mas não era com a mentalidade estilo. Era mais 'eu acho que CS é assim e eu vou jogar assim'. Depois que eu vim pra FURIA, eu meio que adotei isso porque eu era capitão. Se eu sou capitão e eu só jogo assim, velho, eu tenho que adotar isso pro meu time. Na minha concepção é o certo.

A FURIA teve de adaptar seu estilo de jogo para enfrentar os grandes times internacionais?

A gente sempre busca o lado de aprimorar e melhorar. O lado de mudar e jogar de outro jeito não faz tanto sentido pra nós. Lógico que a gente não é burro. A galera fica pensando "pô, os caras só sabem fazer isso, isso e isso e não sabem fazer outra coisa?'. Pô, a gente sabe também. Não é difícil holdar, jogar lento também, a gente consegue. A gente sempre busca usar a mescla com aprimorar o que a gente já tem.

Reprodução/HLTV

Qual foi o motivo da troca de ableJ por HEN1?

A gente sentia que precisava de uma mudança. O ableJ é uma pessoa maravilhosa, era um dos caras que eu mais gostava quando ele tava aqui. A gente trocava muita ideia, ficava muito tempo junto, mas foi mais uma decisão de jogo mesmo. A gente tem um estilo de jogo que é difícil de encaixar mesmo, os moleques mesmo demoraram muito tempo pra entrar 100% nisso. Foi um processo que a gente achou que era mais natural, de fazer a troca, pra tentar uma coisa diferente. Trazer um AWP pra eu poder fazer coisas que eu não podia fazer porque eu era o AWP.

Qual a mentalidade da FURIA sobre manter um elenco fixo?

A organização, assim como nós jogadores, entende que pra você ter um time de sucesso, um time que tem futuro, você tem que proteger suas peças. Se a FURIA não tivesse feito esse papel maravilhoso de proteger os jogadores e dar o maior suporte que eles podiam, a FURIA tinha acabado em 2018.

As críticas podem afetar o desempenho da MIBR?

Acho que tem um certo peso sim. Se você não tá 100% confortável e confiante de fazer o que você quiser, por sentir que você vai tomar um backlash da comunidade, que vai exercer alguma força em você, eu acho que atrapalha sim. Principalmente pra quem toma decisões importantes, pra quem é capitão, pra quem é coach, pra quem tem decisões importantes acho que dá uma certa impactada. Leve, não justifica perder ou ganhar mas leve, incomoda.