Com 55 mil participantes já na primeira edição, em maio, a X5 Mega Arena (XMA) volta ao Expo Imigrantes a partir desta quinta-feira (25) com uma expectativa de atrair pelo menos 60 mil pessoas ao evento, apostando na alta popularidade do e-sports no país.

O Omelete conversou com Alexandre Gaulês, um dos organizadores da XMA, para falar sobre o momento dos esportes eletrônicos no Brasil e as expectativas sobre a iniciativa, que terá exibições de Dota 2, Counter-Strike: Globl Offensive, League of Legends, Crossfire, Combat Arms. Confira:

Qual a expectativa da organização para esta edição da XMA?

É um evento novo. Tivemos a primeira edição em maio, em parceria com a Comix. Eram duas feiras: uma de quadrinhos e o evento da XMA, e tivemos 55 mil visitantes em quatro dias. Essa edição é totalmente focada em e-sports, games, estandes. Esperamos ultrapassar em 10 ou 15% o público da última edição.

A primeira edição do evento foi realizada em maio, e a segunda agora. É uma periodicidade curta. Como vocês estão vendo a cena de e-sports no país? Há demanda para tantos torneios?

A cena é muito boa. Eu vim desse cenário: fui jogador profissional de Counter Srike por 10 anos, trabalho com isso há 15. Conhecemos o mercado e sabemos do boom de grandes eventos, principalmente lá fora. Dentro da XMA, temos outras empresas trabalhando, como a minha agência, a X5. Hoje, a gente faz transmissões do League of Legends no Brasil. Este ano, estivemos em Fortaleza, em São Paulo, e no Campeonato Brasileiro no Rio de Janeiro.


Então, esse evento é a parte final de um processo longo.

O que acontece é: nós fazemos muitas transmissões on-line, mas o público sentia falta de um torneio in loco, que você possa ir. Daí, surgiu a ideia: vamos fazer uma mega arena, um mega evento, onde o público pode ir, celebrar as finais, encontrar jogadores, narradores. O público abraçou a causa com força. Eles estão com a gente cotidiano. Quando eles chegam aqui, por mais que tenham algumas falhas, ninguém reclama, porque eles sabem do nosso trabalho, Eles são nossos amigos.

Quais falhas vocês viram na XMA de maio, e como elas foram corrigidas?

Melhoramos o cronograma, trouxemos atrações internacionais. Tivemos só 28 dias pra fazer a primeira XMA, do momento em que conseguimos a data no pavilhão até a realização do evento. Nesse período, corremos atrás de montagem, patrocínio. Foi um processo delicado. Já neste evento, tivemos 4 meses para preparar tudo.

E a próxima XMA? Já pensam em alguma data?

Já pensamos. A ideia é manter duas por ano, em datas próximas às férias escolares - ou seja, um em junho e outro em dezembro. Talvez, até o final desta XMA, consigamos fechar os contratos que esperamos para divulgar as próximas datas. Temos recebido muitos convites de outros estados: Rio de Janeiro, Nordeste... Mas, primeiro, queremos fixar a marca, fazer eventos perfeitos em São Paulo, para depois realizar etapas menores em outros locais.


Como você acha que se explica o boom do e-sports no mundo  e aqui?

É a paixão. Hoje a qualidade de transmissão é muito boa, a qualidade dos eventos... O esporte tradicional cansou. O menino não assiste TV aberta. Ele está no computador, no videogame. Imagine também para um pai de família levar o filho ao estádio. É problema para estacionar, entrar no estádio, tem confusão lá dentro, muitas vezes as partidas e as torcidas são violentas... e quando ele chega aqui, tudo funciona.

O esporte eletrônico é um ambiente saudável, a competição é interessante, o filho é apaixonado, e no fim da partida, todo mundo está celebrando - muitas vezes, quando um time ganha, o rival também aplaude. É muito diferente esse ambiente, é saudável, é um esporte sem maldade. É o começo de um novo conceito. Existe a rivalidade, mas o evento é espetacular. As crianças se divertem, os pais ficam tranquilos. É algo que faz mais sentido. Não há o método engessado do esporte tradicional, em que você precisa conhecer pessoas, ter contatos, o famoso "quem indica". O que move o jogador de e-sports profissional é a sua habilidade.

Você acredita que essa febre do e-sportes é momentânea ou há um crescimento firme?

A paixão é inevitável. Você só pode ser cego para não perceber que o e-sports é a bola da vez. O que vai fazer a diferença é o quão profissionais os times vão se tornar,os eventos, os patrocínios. Não tenho dúvida que o esporte eletrônico será o grande evento dos próximos anos, agora pode demorar um ano, dois ou 10. Vai depender da competência dos profissionais envolvidos. Um depende do outro. Estamos crescendo juntos, e o retorno do público é bom. Quem vem pela primeira vez se surpreende, não imagina que o e-sports tenha uma escala como essa.

Além dos campeonatos, o XMA terá o lançamento nacional de Smite, um novo MOBA. O Omelete visitou o estúdio criador do game - confira a matéria.