De acordo com uma reportagem do site The Intercept (com texto em português), o Google tem planos de criar uma versão censurada de seu mecanismo de busca na China.

O projeto, supostamente conhecido como Dragonfly (ou Libélula), estaria em desenvolvimento desde o primeiro semestre de 2017, de acordo com documentos internos e fontes do site. Por meio do serviço termos considerados transgressores, como “anticomunismo”, “democracia”, e menções a eventos históricos como o Massacre da Praça da Paz Celestial ou autores como George Orwell, seriam bloqueados pela chamada “Grande Firewall” implementada no país.

O Google já implementou uma versão censurada de seu serviço de busca na China entre 2006 e 2010, mas decidiu deixar o país após críticas e investigações de órgãos como o Comitê de Relações Internacionais do congresso americano.

Porém, com o aumento significativo de usuários de internet na China - estimado em 750 milhões de pessoas -, o alto escalão de funcionários da empresa, em especial o CEO Sundar Pichai, pretende investir novamente no país, especialmente após um encontro com um membro do Partido Comunista chinês, Wang Huning.

As fontes da reportagem indicam que apenas algumas centenas de empregados do Google sabiam da existência do projeto.

“Eu sou contra grandes empresas e governos colaborarem na opressão de seu povo, e sinto que a transparência em torno do que está sendo feito é de interesse público”, disse a fonte do Intercept, que também tem que “o que está sendo feito na China se torne um modelo para muitas outras nações.”

Ao que tudo indica, o Google está focado em implementar o Dragonfly principalmente via smartphones com o sistema operacional Android. Não há informações se a empresa também trabalha em um mecanismo de busca para desktops.

Agora, segundo os entrevistados, o Google depende da aprovação do serviço por parte do governo chinês, e sua viabilidade contra o principal concorrente local, o Baidu.

Recentemente, a companhia já foi fonte de críticas significativas ao trabalhar em um projeto de inteligência artificial para drones em conjunto com o Pentágono.