Funcionários da Amazon pedem suspensão da venda de softwares de reconhecimento facial a polícias e agências do governo dos Estados Unidos.

Segundo o The Hill, colaboradores da empresa enviaram uma carta ao CEO da companhia, Jeff Bezos, afirmando que se recusam a "contribuir com ferramentas que violam os direitos humanos".

Como Amazonians eticamente preocupados, exigimos escolha no que construímos e palavra em como isso é usado”, diz a carta, que não indica a quantidade de signatários.

Dois softwares específicos são citados pelos funcionários: o Amazon Web Services Rekognition, que já foi criticado por seu potencial de criar um sistema de vigilância em massa; e o Palantir, um sistema de gerenciamento de dados que rola da nuvem AWS e está sendo utilizado pelo serviço de imigração (ICE) dos Estados Unidos para programas de deportação. A carta cita ainda a política de separação de pais e filhos do ICE na fronteira dos Estados Unidos como motivação do protesto.

"Tecnologia como as nossas estão desempenhando um papel cada vez mais crítico em muitos setores da sociedade. O que está claro para nós é que nossas práticas de desenvolvimento e vendas ainda não reconheceram a obrigação que vem com isso. Concentrar-se apenas no valor para acionistas é uma corrida para o fundo e uma que não participaremos", afirma o documento.

Essa não é a primeira vez neste ano em que funcionários de uma gigante de tecnologia criticam a venda de softwares à agências de segurança.

Em maio, uma série de funcionários da Google pediram demissão após a empresa fechar um contrato com o Pentágono para o fornecimento de tecnologia de inteligência artificial para drones militares.