Uma nova reportagem do New York Times revela que, desde 2010, o Facebook compartilhou informações privadas e pessoais de seus usuários para mais de 150 grandes empresas.

De acordo com documentos e entrevistas conduzidas pelo jornal, a companhia de rede social chegou a permitir que a Netflix e o Spotify tivessem acesso a mensagens privadas de seus usuários, para ter uma melhor base de dados de assinantes em potencial. Seria possível até escrever e deletar mensagens, e ter acesso aos nomes de outras pessoas das conversas.

Outras empresas com quem o Facebook firmou acordos para distribuição de informações potencialmente sensíveis a usuários incluem Amazon, Microsoft, Sony e - um tanto paradoxalmente - até o próprio New York Times.

Estes dados vão de mensagens privadas, a identidade dos donos destas mensagens, informações de contato, lista de amigos, e mais.

“Isto é simplesmente garantir a terceiros a permissão para angariar dados sem que você seja informado disso ou dê seu consentimento”, disse David Vladeck o antigo chefe do bureau de proteção ao consumidor do órgão americano FTC. “Eu não entendo como esta captura de dados sem consentimento pode ser justificado de qualquer forma sob o decreto atual.”

A reportagem também indica que, até hoje, diversas companhias ainda são capazes de ter acesso a informações privadas de usuários do Facebook.

Representantes da Netflix e Spotify declararam que as companhias não estavam cientes das habilidades permitidas pelo Facebook em relação a seus usuários.