A velha discussão dos efeitos que jogos violentos provocam em jovens ganhou uma nova pesquisa científica.

A bacharel Jessica Nicoll e o PhD Kevin M. Kieffer, ambos da Saint Leo University, entregaram na última sexta-feira à American Psychological Association um estudo que cobre experimentos dos últimos vinte anos. A exposição tanto em curto quanto em longo período a games violentos, concluíram, causa em crianças e adolescentes comportamentos agressivos. Em certos casos, aos oito e nove anos de idade, aumenta o envolvimento em pequenas brigas e cai o rendimento acadêmico.

Nicoll e Kieffer não realizaram testes para chegar a esse resultado. Eles apenas compilaram pesquisas já existentes nas últimas duas décadas para chegar a um denominador comum, já que sempre foi difícil delimitar o que é e o que não é violência de fato nos jogos, assim como saber onde começa um comportamento indócil de verdade.

Nós não aparecemos e dissemos Esta é a conclusão definitiva. É mais como A preponderância das evidências sugerem..., explicou Kieffer ao site GameSpot. Nestes estudos, que são experimentos de verdade, estamos mais propensos a afirmar que o jogo foi a causa desse comportamento subsequente. A pergunta é: qual a duração dessa mudança? Dura por hoje, esta semana, por um ano?.

Para o doutor, as questões da vez não envolvem só a relação entre jogos e comportamento, mas entender como isso torna possível situações limítrofes como massacres em que o assassino se diz influenciado por personagens virtuais. Existe algo a respeito das pessoas que jogam games violentos que pode sugerir consequências futuras?, pergunta ele.

Abaixo destes dilemas, Kieffer não se preocupa com efeitos na legislação da indústria. Eu pessoalmente não tenho investido em um ou outro lado disso tudo. Certamente entendo a perspectiva da indústria dos jogos. Eles estão lá para fazer dinheiro. Esse é o negócio. A posição da psicologia é só querer ter certeza de que o consumidor não sairá ferido de maneira alguma.

Em outra notícia relacionada à APA, o Comitê de Violência da associação adotou semana passada uma resolução que exige a redução da violência em todas mídias interativas usadas por crianças e adolescentes. Para tanto, ela encoraja pais, educadores e órgãos de saúde a ajudar a juventude a fazer escolhas mais bem infomadas em relação aos games que joga. A APA sugere também que as empresas de jogos violentos entendam que seus títulos negativos afetam crianças e jovens de uma forma mais intensa que filmes ou TV, pela natureza interativa dos video games. Sensatamente, neste ponto, a associação notou que a tabela de censura do Entertainment Software Ratings Board (ESRB), órgão que regula e classifica os videogames nos EUA, é inadequada (são seis selos que separam idades mas não discriminam os conteúdos dos jogos) e precisa ser mais específica.