Os descrentes que me desculpem, mas camisa ganha jogo, sim! E para o Brasil, a regra que vale é "quanto mais feia, melhor" e é aqui que começam as minhas preocupações.

Vi o uniforme novo da seleção brasileira para a Copa do Mundo da Alemanha e já estou preocupado. Ele é bonito! Se você - agnóstico leitor, incrédula leitora - vasculhar a memória vai se lembrar que as duas últimas Copas conquistadas pelo escrete canarinho, em 1994 e 2002, aconteceram com camisetas muito feias - principalmente a utilizada nos Estados Unidos, com aqueles escudos da CBF em tons de verde. E na França, quando os desnecessários enfeites foram trocados por algo mais clean , deu no que deu.

O lançamento da nova "farda" (afinal Copa do Mundo é guerra, certo?) aconteceu no mítico dia 13 que o Zagallo tanto idolatra e no mesmo campo onde foi feita a preparação para a Copa de 70, quando o Brasil tinha um elenco tão brilhante quanto o atual e trouxe para casa o título de melhor do planeta. Mas será que só isso é suficiente para fazer um time campeão? Claro que não!

Caindo em um dos maiores clichês do mundo da bola, "futebol é momento". E se Ronaldinho vem atropelando no Barça, Kaká no Milan, Émerson na Juve e Juninho no Lyon, o que podemos dizer do falível Dida, o recém-operado capitão Cafu, o banco Zé Roberto e o "gordo e velho" (segundo o ex-craque francês Michel Platini) Ronaldo? Nomes e experiência, todos eles têm, mas por mais que gênios como Maradona e Garrincha me desmintam, o futebol é coletivo e para se ganhar um torneio é necessário uma boa atuação em conjunto.

Antes de ver o primeiro jogo do time de Parreira poderíamos facilmente dizer que o fabuloso futebol brasileiro corre o risco de entrar em campo "galático" como o Real Madrid e sair de cabeça baixa, como também tem acontecido com o time madrileno nos últimos anos. A sorte é ter no comando um técnico bastante metódico, que (espera-se) usou os últimos 20 dias de preparação para colocar em prática os sonhos dos outros 170 milhões de técnicos que acompanham a Copa pela televisão, rádio, internet ou celular.

O resto, como todos sabem, é deixar mesmo nas mãos daquilo que ninguém consegue explicar. As bolas na trave, as contusões e, principalmente, a zebra, que façam a sua parte. Afinal, sem eles o futebol não seria o esporte mais popular do mundo.