Você já parou pra pensar que, mesmo naquelas franquias de games super famosas e populares, às vezes tem aquele jogo que ninguém lembra de mencionar? E nem sempre é um jogo ruim. As vezes, é um game ótimo. Nem sempre é um spin-off. Às vezes ele está na série numerada principal. No Rankeado deste sábado (6), comentamos esse fenômeno simplesmente formidável.

Lembrando que fazer lista não é uma ciência exata. Então, se você sentir falta de algo importante, mande nos comentários, com muita gentileza, muita delicadeza, que a gente vai ler depois e, quem sabe, até usar sua sugestão pra fazer um segundo programa com esse tema no futuro. Agora vamos pro ranking!

10. Resident Evil Dead Aim (2003) - PS2

Eu não vou dizer que Resident Evil Dead Aim é um bom jogo, mas a gente precisa reconhecer que ele trouxe um monte de coisa nova pra série. Antes de Resident Evil 4 sair, esse jogo já trazia perspectiva em terceira pessoa, com câmera sobre o ombro, e uma campanha mais voltada pra ação do que pro terror. O Dead Aim fazia parte daquela série spin-off Gun Survivor, então quando você ia atirar, a visão mudava pra uma mirinha de light gun shooter.

A real é que ninguém achou o game grandes coisas e ele acabou sendo esquecido por ter saído na janela em que foram lançados Resident Evil REmake, Resident Evil Zero e Resident 4. Ter ficado como exclusivo do PS2 também não ajudou muito. E, sério, dá uma olhada no nível das cutscenes no vídeo acima.

09. Dead Space: Extraction (2009) - Wii, PS3

Ainda falando de spin-offs do gênero light gun shooter, Dead Space: Extraction foi um game do Wii que teve uma recepção muito boa e mesmo assim quase ninguém se lembra dele. O jogo é um prólogo dos eventos na nave Ishimura e acompanha vários personagens diferentes, usando uma mecânica de shooter sobre trilhos que se destaca muito entre outros jogos do gênero.

O roteirista do jogo, Antony Johnson, disse que pouca gente ter conhecido Dead Space Extraction veio de uma soma de coisas. Era um lançamento para adultos, exclusivo do Wii, era um rail shooter e teve pouco investimento em publicidade. Extraction recebeu ótimas avaliações e até ganhou dois anos depois uma versão no PlayStation 3. Uma das categorias que ele venceu no prêmio Gamespot Awards 2009 de resume bem a situação: o "Melhor Game Que Ninguém Jogou".

08. Castlevania: Lords of Shadow - Mirror of Fate (2013) - 3DS, X360, PS3, PC

Depois da tentativa de reboot de Castlevania com Lords of Shadow, a Konami e a desenvolvedora MercurySteam resolveram fazer um game menor pra conectar o primeiro jogo e a sequência. Mas tão estranho quanto colocar a parte mais importante de Lords of Shadow 1 no DLC do jogo (sim, eles fizeram isso e até hoje me dá muita raiva de lembrar) foi contar a história de Simon e Trevor/Alucard, que era também muito importante, em um game pequeno para o console portátil Nintendo 3DS.

Mirror of Fate, em termos de história, funciona como o verdadeiro Lords of Shadow 2, e acabou agradando muitos fãs da série. Mas com as notas meio baixas da crítica, a exclusividade temporária do 3DS e o escopo pequeno típico de um jogo derivado não ajudaram. No fim das contas, o Lords of Shadow 2 oficial ficou bem abaixo das expectativas quando saiu, a MercurySteam deixou de trabalhar na série, nunca mais a Konami lançou outro Castlevania e Mirror of Fate raramente é lembrado.

07. Metal Gear Rising: Revengeance (2013) - PS3, X360 e PC

Lá no auge de popularidade da série Metal Gear, a Kojima Productions entregou nas mãos da Platinum Games, a maior especialista em jogos de hack’n slash do mercado, o desenvolvimento de um spin-off da série focado em fatiar coisas na pele de um ninja ciborgue.

Metal Gear Rising: Revengeance é um jogo excêntrico, de uma série excêntrica e feito por um estúdio excêntrico. A recepção da crítica e dos fãs foi bem positiva, só que o game parece não ter vendido lá muito bem.

Sim, entre os jogos online e relançamentos, a franquia Metal Gear tem vários spin-offs. Mas sendo esse um jogo de tanta qualidade e que tenha saído pras principais plataformas da época… é realmente uma pena que ele quase não seja lembrado.

6. Uncharted: Golden Abyss (2012) - Vita

Antes de Uncharted 3: Drake’s Deception, a série ganhou um prelúdio no no PlayStation Vita que não foi desenvolvido pela Naughty Dog e sim pelo Bend, o estúdio de Syphon Filter que também fez Days Gone. Era uma aventura totalmente nova, e que foi bem recebida nas resenhas, mas a gente sabe que, por ser um exclusivo do Vita, que foi um portátil de pouco sucesso, talvez o jogo também não tenha ido tão bem comercialmente.

Uncharted: Golden Abyss é tão esquecido que parece que até a Sony esqueceu dele quando relançou os jogos da série para o PS4 na Nathan Drake Collection. Bom, na verdade, a explicação de um representante da Naughty Dog na época foi que ele ficava meio deslocado na narrativa e não contribuía pro aquecimento que a coletânea tava fazendo para Uncharted 4. Mas essa conversa não cola muito não, já que eles poderiam ter lançado à parte como DLC, assim como Halo: Reach veio para Master Chief Collection depois, né?

5. Halo: Spartan Strike (2015) - iOS, Win Phone, PC

E por falar em Halo, nosso próximo da lista é o único jogo de toda a série que nunca chegou à família Xbox, que é a famílai de consoles que tem a série Halo como principal franquia, como mascote. Spartan Strike foi lançado para iOS, Windows Phone e PC, só que mais tarde ele foi retirado da App Store e, como a linha Windows Phone foi descontinuada… o único lugar onde você pode jogar ele hoje é o PC.

Esse jogo é um shooter com perspectiva top down, que nem é lá aquelas coisas, mas é muito estranho ele nunca ter chegado aos consoles já que ele é a sequência de Spartan Assault, que também foi lançado pra mobile mas chegou depois no Xbox 360 e está disponível pela retrocompatibilidade do Xbox One. Para quem acompanha a forma que a Microsoft dá suporte à franquia nos consoles, não é apenas uma situação bizarra o jogo ter sido deixado no limbo como também justifica o fato de ter até fãs de Halo que não sabem da existência dele.

4. BioShock 2 (2010) - PS3, X360, Switch, PC

Agora um jogo que não só está na série principal como é também numerado. Enquanto os desenvolvedores da Irrational Games trabalhavam em BioShock Infinite, a equipe da 2K Marin recebia a tarefa de concluir a história de Rapture em uma sequência direta do primeiro jogo.

Já quero deixar claro aqui que Bioshock 2 é um game um bocado injustiçado. Enquanto ele não contava com o impacto do primeiro, em trazer um mundo totalmente novo, ele aperfeiçoava várias coisas do gameplay e contava a história por outra perspectiva: a de um Big Daddy.

Bioshock 2 não apenas recebeu notas boas da crítica como também vendeu quase tão bem quanto o primeiro game e introduziu um modo multiplayer muito divertido, além de uma ótima expansão. E por que ninguém nunca lembra de mencionar ele ou quando lembra a galera torce o nariz? Porque é simplesmente impossível satisfazer as expectativas do público depois do jogo original, o próprio Infinite foi tratado assim, e isso é simplesmente... triste.

3. Prince of Persia: The Forgotten Sands (2010) - PS3, X360, PC

A lista é uma seleção de games esquecidos e esse aqui é piada pronta: Prince of Persia - The *Forgotten* Sands. Quando a Disney lançou a adaptação para o cinema de Prince of Persia, a Ubisoft lançou esse game que se passa entre os eventos de Sands of Time e Warrior Within.

Acontece que, dois anos antes, a Ubi tinha tentado rebootar a franquia com aquele game em que o Príncipe era um mendigo, a Farah era um burro de carga (é sério) e que, em vez de voltar no tempo, você era resgatado pela princesa Elika. O reboot não foi bem recebido pela maioria e a série acabou voltando pra saga das areias do tempo.

Porém, apesar de trazer algumas ideias legais como novos poderes do tempo e colocar uma quantidade absurda de inimigos na tela ao mesmo tempo, The Forgotten Sands, assim como o filme, não impressionou muito. Depois disso, 10 anos se passaram, e a Ubisoft nunca mais fez um novo game da franquia.

2. Final Fantasy III Japonês (1990, 2006) - NES, DS, PSP, PC

Mais uma daquelas história envolvendo confusão entre lançamentos no Japão e no Ocidente.

O suposto Final Fantasy III que chegou às Américas para o Super Nintendo em 1994 era na verdade Final Fantasy VI. Demorou mais de 15 anos até que os jogadores ocidentais pudessem conhecer o verdadeiro Final Fantasy III.

Mesmo assim, na época, o jogo saiu como um remke apenas para o portátil Nintendo DS, mas nenhum console de mesa. Até saíram ports para o PC, PSP e mobile muitos anos depois mas, por essa confusão entre regiões, Final Fantasy III talvez seja o capítulo mais esquecido da série principal.

1. Street Fighter I (1987) - Arcade, TurboGrafx-16, Wii

E em primeiro lugar, o jogo que iniciou a franquia de luta mais famosa dos videogames. O Street Fighter original saiu em 1987 e raramente é lembrado, já que a maior parte das pessoas conheceu a série a partir do II e das várias versões dele que saíram depois.

A verdade é que o primeiro Street Fighter não causou um impacto muito grande na época em que saiu e, pra completar, as plataformas mais populares da era 8 e 16 bits nem receberam versões do jogo.

Ele foi lançado nos arcades, ganhou edição no TurboGrafx com o nome “Fighting Street”, e também saiu para vários daqueles computadores domésticos que quase nenhum brasileiro teve, tipo Commodore 64 e o Amiga. É claro que o jogo foi incluído em coletâneas e até apareceu no Virtual Console do Wii, mas isso só rolou muitos e muitos anos depois.

Esse caso do Street I é muito curioso quando você pensa na influência da série e que, com tantas sequências — e variações dessas sequências — , todo mundo tem aquele Street Fighter do coração, mas raramente é o jogo que começou tudo (até porque comparado ao 2 ele não era bem limitado e não era tão bom não, viu).

Menções honrosas

  • Far Cry 3: Blood Dragon 
  • Shadow The Hedgehog
  • Batman: Arkham Origins
  • Metroid: The Other M
  • Thronebreaker: The Witcher Tales