Você pode não ter percebido, mas a Polônia serve como base para alguns dos mais interessantes jogos dos últimos anos: SUPERHOT, Dying Light, This War of Mine e, claro, The Witcher 3: Wild Hunt são só alguns dos exemplos da capacidade dos desenvolvedores de lá. Ruiner parece ser o mais recente exemplo dessa tendência. Jogamos os primeiros 20 minutos do shooter cyberpunk durante evento da publicadora Devolver Digital na última segunda-feira (18), em São Paulo.

"Estou bastante orgulhoso da nossa cena de desenvolvimento. E olha que a grande maioria dos jogos são apenas da Varsóvia, ou seja, de uma única cidade", contou Jakub Mularski, artista 3D do game. Polonês de sotaque forte, o desenvolvedor era o único representante do estúdio Reikon Games presente no evento, com a missão de lidar com quatro estações de jogo e inúmeras questões de jornalistas. "É brutal, mas nosso jogo também é. Justiça poética, sabe?", brincou.

Ambientado na metrópole fictícia Rengkok, a trama acompanha um psicopata se rebelando contra poderosos e influentes adversários com o objetivo de resgatar seu irmão sequestrado. Enquanto a narrativa se desenrola de forma simples - "com uma pegada de jogos antigos", como descreve Mularski - a atmosfera e a jogabilidade tomam os holofotes.

Seu visual é o que mais intriga ao remeter ao estilo de quadrinhos e mangás com cel shading, técnica vista em Borderlands por exemplo, com o belíssimo banho de neon e tecnologia responsáveis pelo enorme sucesso do gênero cyberpunk. Mularski deixa claro que toda a equipe, de programadores à artistas, compartilham da mesma visão e influências para Ruiner. "Procuramos inspiração em animes clássicos, como Akira e Ghost in the Shell. Assistimos todos os filmes, animações e séries do tipo."

Vendo a jogabilidade pela primeira vez, é difícil não pensar em Hotline Miami: com perspectiva isométrica, você combate várias ondas de inimigos com ataques corpo-a-corpo (entregues por uma katana) e armas de fogo, que podem ser recolhidas do chão. Não é uma comparação que agrada tanto o desenvolvedor: "Eu entendo os motivos, mas não gosto de comparar ou chama-lo de shooter top-down. Podem ter existido versões de Ruiner que se pareciam com isso, mas espero que as pessoas o apreciem como algo único"

Isso pode ser sentido na prática. O game tem ritmo um pouco menos frenético porém não menos intenso, com opções de esquiva que se aliam com seus golpes para criar combos. A demonstração contava com pouca variedade de movimentos, mas há uma grande árvore de habilidades que parecem resolver esse problema no jogo final. Caso isso não seja de seu interesse, Mularski garante que será possível terminar a campanha utilizando apenas a espada e pistola iniciais, mas isso não parece ser uma tarefa fácil.

Pelos seus momentos iniciais, Ruiner parece uma boa pedida para aproveitar entre os grandes lançamentos do ano. Sua jogabilidade é divertida e desafiadora em partes iguais, e a belíssima estética cyberpunk deixa uma boa impressão. Por sorte, não vai demorar muito para voltarmos a explorar as ruas e o submundo do crime de Rengkok.

Ruiner chega ao PlayStation 4, Xbox One e PC em 26 de setembro. A versão que testamos estava rodando no Xbox One.